O fiel João Silveira postou através de suas redes sociais um relato de um grave sacrilégio que poderia ter sido evitado em uma missa realizada no Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Portugal. Ele também comentou a fala do Cardeal D. António Marto que disse “Jesus disse ‘tomai e comei’, não disse ‘abri a boca’.
Leia seu comentário:
Dia 13 de Junho, 103º aniversário da segunda aparição de Nossa Senhora em Fátima. Foi celebrada Missa na esplanada do Santuário de Fátima, com a presença de vários Bispos, como costuma acontecer nas Peregrinações Aniversárias. A comunhão foi distribuída apenas na mão, tendo sido a comunhão na boca proibida (supostamente) por causa do Covid-19.
Uma senhora aproximou-se para receber a Sagrada Comunhão, tendo sido deposta na sua mão. Veio uma rajada de vento e a Hóstia foi levada, até aterrar no chão, uns metros mais à frente. Estando do outro lado das grades, a senhora que ia comungar bem se esforçou mas não a conseguiu apanhar. A ministra extraordinária da comunhão também não A conseguiu apanhar; até que chegou um Servita que apanhou a Sagrada Hóstia e a comungou.
Resultado: a Hóstia passou por mãos de 3 pessoas diferentes, e ainda pelo chão, antes de ser comungada. Não teria sido muito mais seguro e higiênico simplesmente colocá-la na boca de quem vai comungar?
Além do mais, o chão onde esteve a Hóstia deveria ter sido purificado, de modo a que ninguém calcasse os fragmentos da partícula que ali esteve. Cada um desses é o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, e merece ser tratado com todo o respeito.
Quantos mais casos como este terão acontecido?
Mais uma vez, percebemos os problemas da comunhão na mão. O Santíssimo Sacramento deve ser protegido do melhor modo que for possível. E isso implica que deve ser deposto pelo ministro directamente na boca do fiel, evitando ser levado pelo vento e cair no chão ou até ser roubado para fins sacrílegos. Esperemos que cada vez mais católicos tenham noção disto.
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Cardeal António Marto critica quem exige comunhão na boca apesar da pandemia. “Jesus disse ‘tomai e comei’, não disse ‘abri a boca’.
Numa entrevista a um podcast da Companhia de Jesus, o cardeal D. António Marto defendeu que as mãos são dignas de receber a hóstia – ao mesmo tempo que “há tanta sujidade nas bocas”
Veja o comentário do fiel João Silveira:
D. António Marto é Bispo e é Cardeal. Os fiéis católicos devem reverência aos Bispos, como Sucessores dos Apóstolos, e aos Cardeais, como colaboradores próximos do Papa, Sucessor de São Pedro. Posto isto, há coisas que um Bispo e um Cardeal não pode dizer.
Afirmar que faz mais sentido comungar na mão porque Nosso Senhor disse ‘tomai e comei’ e não disse ‘abri a boca’ é um insulto. Não é um insulto às 500 pessoas que assinaram o Apelo aos Bispos invocando o direito inalienável, por direito divino, de receber a comunhão na boca, mas um insulto a toda gente porque é um insulto à nossa inteligência.
Mais, é chamar idiotas a centenas de Papas e Santos que defenderam que a comunhão deveria ser recebida na boca, por reverência ao Santíssimo Sacramento, e que rejeitaram a possibilidade que os fiéis recebessem o Corpo de Cristo nas suas mãos e depois O levassem à boca. Todos eles sabiam perfeitamente quais foram as palavras de Jesus na Última Ceia.
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São Tomás de Aquino foi um dos homens mais inteligentes e mais santos que já pisaram a Terra. São Tomás explica (Summa Theologica III pars, q.82, art. 13) que apenas as mãos do sacerdote, mãos ungidas, devem tocar na Sagrada Hóstia. Um leigo apenas o pode fazer em caso de acidente, por exemplo quando uma Hóstia está no chão e não há um sacerdote no local.
Depois, há a questão da boca suja. Quando a comunhão é entregue na mão do fiel não é suposto ficar lá para sempre, eventualmente será levada à boca. Se a questão é a boca estar suja isso não se resolve por receber a comunhão na mão. O argumento da boca suja não se percebe.
Além do mais, por boca suja supomos que o Cardeal Marto não se estivesse a referir a alguém que não lavou os dentes mas a alguém que cometeu pecados com a língua (difamação, maledicência , etc). Mas o pecado não suja o corpo mas sim a alma. Quem tem a alma suja pelo pecado grave contra qualquer um dos 10 mandamentos (por ex. faltar à Missa de Domingo, viver em adultério, etc) não pode comungar antes de se arrepender e de se confessar.
Um Bispo e um Cardeal não pode invocar argumentos sem sentido em temas tão sérios como a Sagrada Comunhão. Muito menos publicamente.
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