A família sofre uma crise, mas aí chegou, porque se afastou da verdadeira fonte da vida: a fé e a vida de oração, responsáveis por sustentar os nossos valores morais. (Assista a formação no final da matéria)
O homem moderno, que conseguiu desvendar cada vez mais o véu que ocultava a natureza, com suas esplêndidas descobertas, pensou ser o matrimônio passível de se solucionar pelas leis da natureza, como um problema da matemática. Teve, porém, grande desilusão.
Após amargas experiências, foi obrigado a reconhecer que o casamento não é um problema numérico, que se possa resolver única e totalmente pelo raciocínio. Não; o casamento – a família – constitui uma “equação” de várias incógnitas, que a matemática não resolverá porque é, segundo a expressão de S. Paulo, “um grande mistério” (Ef 5, 32), que só o homem enraizado em Deus pode dominar e resolver.
Não existe verificação que atualmente mais se ouça do que esta: “A família em nossos dias passa por séria crise”. Seria impossível, e mesmo injusto, não lembrar que há muitas e complexas causas a influir na crise atual da família. Seria injustiça negar que uma dessas causas é a crise econômica com todas as suas consequências: desemprego, falta de hábitação, privações e, por consequência, atritos e pontos de vista diversos entre os esposos, além do crescente nervosismo, impaciência, egoísmo, etc.
Tudo isso é verdade e bem verdade. Entretanto, meus irmãos, se de uma parte o reconhecemos com toda franqueza, de outra parte outra verificação nos adverte que a atual crise da família não pode ser suficientemente explicada por causas exclusivamente econômicas.
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Verificamos, com efeito, que a família está abalada não só entre pessoas necessitadas, mas que, ao contrário, a crise é maior e mais triste entre famílias cuja situação material é boa e nas quais não se fala em privações. E a prova de que a mediocridade e a pobreza não são os verdadeiros inimigos da família são os exemplos dos esposos para os quais a vida familiar e o amor recíproco se tornam mais fortes pela pobreza, e eles mesmos mais unidos, porque a luta pela vida suscitou neles valores morais: valores cuja existência, antes, eles ignoravam em si mesmos.
Se para a família ressoa o apelo de socorro dos navios em perigo de naufrágio – S.O.S. (=’Save our souls’; ‘salvai nossas almas’) – é preciso recordar que não poderemos salvar a família em perigo senão pela salvação da alma e dos valores morais. A família precisa realmente de uma “reforma”, mas essa reforma só se realizará respeitando-se novamente o ideal cristão do casamento.
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Sejamos claros. A família sofre uma crise, mas aí chegou, porque se afastou da fonte da vida, do terreno religioso.
A família, realmente, necessita de uma reforma, isto, porém não é possível se não lhe dermos mais moral. Há necessidade, para a reabilitação da família, de instituições sociais, de medidas legislativas, e do concurso do Estado, mas tudo isto seria inútil, se esquecêssemos o essencial: elevar novamente a vida de família à altura da moralidade.
A pérola mais preciosa da humanidade, a de maior valor, é a família; porque é de sua força e de sua energia que dependem a força e a energia da sociedade. A vida familiar pode, também, perder o seu brilho e sua força nas mãos do homem, pode mesmo ficar completamente arruinada, e ela não recuperará sua força, enquanto não a recolocarmos em sua fonte primitiva onde se originou: sobre o pedestal de uma concepção séria e religiosa do mundo. Quantas coisas abalaram a família atual : a crise econômica, o trabalho das mulheres e das crianças, a crise da habitação, as privações; O GOLPE, contudo, mais terrível lhe foi vibrado por este fato doloroso: O DE SE TER ELA AFASTADO DE CRISTO, pois, uma vez d’EIe afastada, perdeu sua base mais sólida.
Trechos extraídos do livro “O Matrimônio Cristão”, do Mons. Tihamer Toth.
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