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Santo do Dia

São Hermenegildo, príncipe e mártir – 13 de Abril

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Mártir (459-586)

Hermenegildo talvez seja a vítima mais conhecida da invasão da Espanha católica pelos visigodos, por volta do ano 459. Era filho do rei visigodo, mas despertou a ira do pai ao tornar-se católico por causa de sua esposa, uma princesa francesa.

Seu pai era Leovigildo, um impiedoso rei, conquistador de nações e exterminador de inimigos. Após conquistar a terra, ele tratava de acabar com a cultura e a fé locais, para dominar completamente os povos submetidos ao seu poder.

Hermenegildo foi educado, junto com o irmão Recaredo, para pôr em prática esse plano do pai e, para isso, foram ambos nomeados príncipes de Sevilha e Toledo, respectivamente. Mas Hermenegildo casou-se com Ingonda, uma princesa católica de origem francesa, e esta mudou os planos traçados para ele.

Ingonda era profundamente cristã. Suas orações e explicações do Evangelho converteram Hermenegildo. Leovigildo, irado, ameaçou cassar seu cargo se não abandonasse a nova fé, porém ele não se dobrou. Sua resposta está registrada para a posteridade: ‘Nada me custa renunciar à coroa terrestre, se já tenho garantida a celeste’. O pai dirigiu, pessoalmente, o cumprimento da ameaça, liderando enorme exército que marchou contra Sevilha.

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Prendeu o filho, esperando que os suplícios do cárcere o fizessem abandonar o catolicismo, mas nada conseguiu. Mandou decepar a cabeça de Hermenegildo, que pouco antes se recusara a receber a santa Eucaristia das mãos de um bispo ariano, em 13 de abril de 585.

Entretanto, o crime contra o próprio filho acabou por encher Leovigildo de profundo remorso. Revendo suas posições anos depois, converteu-se também, e a Igreja da Espanha alcançou, definitivamente a paz.

Em 1586, o papa Sixto V declarou a festa de são Hermenegildo para o dia do seu martírio e o indicou como padroeiro da Espanha.

Santo Hermenegildo, um mártir entre os convertidos

Hermenegildo era filho do rei visigodo da Espanha, mas, pelo apostolado de sua esposa e de um santo bispo, passou a estimar “mais a graça de Deus que a de seu pai”. Por isso ele morreu, perdendo literalmente a cabeça. Mas seu martírio não ficaria sem fruto…

A vida de Santo Hermenegildo (564-585) foi narrada por quatro de seus contemporâneos: João de Biclaro, historiador espanhol; Santo Isidoro de Sevilha, na sua História dos Godos e dos Suevos; São Gregório de Tours, na sua História dos Francos; e o Papa São Gregório Magno, que a conheceu através de peregrinos espanhóis em viagem a Roma e a transcreve nos seus Diálogos.

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Os visigodos arianos na Espanha. — A dominação dos visigodos na Espanha durou quase dois séculos. E, sendo eles hereges arianos, reinava a perseguição religiosa contra os católicos. A fé ortodoxa foi então perseguida como nunca antes, nem mesmo na época dos imperadores romanos. “Foi grande milagre, sem dúvida, que o ódio sectário dos conquistadores não lograsse vencer a constância dos católicos, e que a Espanha toda não se visse arrastada a uma apostasia geral. A heresia não logrou senão aumentar o número de mártires” [1].

A fé ortodoxa foi então perseguida como nunca antes, nem mesmo na época dos imperadores romanos.

Do primeiro casamento de Leovigildo, rei dos visigodos da Espanha (569-586), com uma princesa da qual não se guardou o nome, nasceram dois filhos: Hermenegildo e Recaredo. Estes foram educados na doutrina ariana do pai, que se casou em segundas núpcias com Goswinda, viúva do rei Atanagildo da Austrásia, furibundamente ariana.

Em 579 Hermenegildo casou-se com Ingonda, filha de Segisberto da Austrásia e de sua esposa Brunequilda, filha do primeiro casamento de Goswinda. Neta, portanto, de Goswinda, com o casamento Ingonda tornou-se também sua nora.

Como a exemplo de seus pais Ingonda era decididamente católica, Goswinda tomou como ponto de honra pervertê-la para o arianismo. Inicialmente com boas palavras e através de persuasão. Mas como não surtiu efeito, começou a utilizar a força. Assim, um dia quis que ela recebesse o batismo ariano. Ingonda respondeu-lhe: “Basta-me ter sido batizada uma vez e regenerada em nome da Trindade Santíssima, na qual adoro as três Pessoas iguais em um todo. Essa é a crença de minha alma, e jamais dela me apartarei”. Goswinda agarrou-a então pelos cabelos, maltratou-a como pôde, e, com a ajuda de algumas aias, arrastou-a até um tanque, onde lhe ministrou à força um batismo sacrílego. Tratou-se de um arremedo de batismo duplamente inválido: realizado à força e sem invocar a Santíssima Trindade, na qual os arianos não acreditavam por negarem a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Hermenegildo abjura da heresia. — Muito penalizado com essa atitude da esposa, o rei Leovigildo enviou o jovem casal para a Bética (correspondente mais ou menos à Andaluzia atual), nomeando Hermenegildo governador. Outros dizem que ele foi para aquela região com o título de rei.

Irritado de um lado com o selvagem tratamento dispensado pela madrasta à sua esposa, e beneficamente influenciado de outro lado pelos habitantes hispano-romanos da Bética — maciçamente católicos e com tensas relações com os visigodos arianos —, Hermenegildo, em decorrência de tal ambiente somado ao apostolado da esposa e de São Leandro, arcebispo de Sevilha, abjurou da heresia ariana, tornando-se sincero católico.

Declaração de guerra do pai ao filho. — Ao saber da conversão do filho, Leovigildo o intimou a comparecer em Toledo na sua presença. Em seguida (580) convocou um concílio de bispos arianos nessa cidade, no qual, para atrair os católicos, foi decretado que dali em diante não seria mais necessário rebatizar-se para passar para o arianismo. Também, a pedido do rei e com o mesmo fim, redigiu-se uma nova profissão de fé. O próprio rei deu um exemplo de tolerância religiosa ao ir junto com os católicos venerar as relíquias dos mártires. Mas estes não se deixaram enganar. Tanto mais que no referido concílio herético o rei visigodo declarou seu intento de unificar a península sob o arianismo. A conversão do filho vinha atrapalhar seus planos [2].

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Sabendo da pressão que sofreria em Toledo para renegar a verdadeira fé, Hermenegildo negou-se a comparecer diante do pai. Este viu nessa atitude uma declaração de guerra e preparou seus exércitos para ir-lhe ao encalço.

Por sua vez, para enfrentar o poderoso exército real, Hermenegildo aliou-se com os bizantinos, que dominavam a região sul-oriental da Espanha, e também chamou em sua ajuda Mirão, rei dos suevos da Galícia.

Após comprar a neutralidade de Bizâncio, Leovigildo arrebatou num ímpeto Mérida. Comprou depois Mirão e, livre desses escolhos, preparou-se para o assalto final a Sevilha. Esta lhe resistiu por dois anos (583-584), findos os quais, por falta de víveres e munição, caiu sob o poder real.

Após enviar a esposa e o filho a Constantinopla, para sob a proteção do imperador bizantino ali estarem imunes dos azares da guerra, Hermenegildo fugiu para Córdoba, refugiando-se numa igreja.

Local considerado sagrado já naquela remota época, Leovigildo não quis violar o direito de asilo na igreja. Mandou então seu filho Recaredo falar com o irmão, e este o convenceu a entregar-se ao pai, prometendo-lhe o perdão.

Efetivamente o rei apareceu, abraçou o filho e o levou para Toledo. Mas, pouco depois, mandou-o preso inicialmente para Valência e depois para Tarragona.

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Graças ao apostolado da esposa e de São Leandro, Hermenegildo abjurou da heresia ariana, tornando-se sincero católico.

No Sábado Santo de 586 o prisioneiro pediu para confessar-se e receber a Sagrada Comunhão de um bispo católico. Mas quem apareceu foi um bispo ariano, que veio dar-lhe a Comunhão e oferecer-lhe a graça paterna, caso abjurasse do catolicismo.

Na prisão, recebe a graça do martírio. — Eis como o Papa São Gregório Magno narra o sucedido: 

Sobreveio a festividade da Páscoa, e naquela noite o pérfido rei Leovigildo enviou um bispo ariano ao cárcere para que seu filho recebesse a comunhão do sacratíssimo corpo de Cristo da mão sacrílega daquele herege, prometendo-lhe, se a aceitasse, de admiti-lo em sua graça. O santo moço, se bem que estivesse atado e afligido no corpo, estava livre e desperto na alma. E, estimando mais a graça de Deus do que a de seu pai, afastou de si o bispo ariano repreendendo-o e dizendo-lhe as palavras que merecia ouvir [3].

Pouco tempo depois o rei mandou um homem chamado Sisberto à prisão, o qual decepou com um machado a cabeça de Hermenegildo.

São Gregório diz que, no silêncio da mesma noite do martírio, ouviu-se sobre o corpo do mártir uma música celestial, e espargiram-se muitas luzes.

Declaração de guerra do pai ao filho. — Ao saber da conversão do filho, Leovigildo o intimou a comparecer em Toledo na sua presença. Em seguida (580) convocou um concílio de bispos arianos nessa cidade, no qual, para atrair os católicos, foi decretado que dali em diante não seria mais necessário rebatizar-se para passar para o arianismo. Também, a pedido do rei e com o mesmo fim, redigiu-se uma nova profissão de fé. O próprio rei deu um exemplo de tolerância religiosa ao ir junto com os católicos venerar as relíquias dos mártires. Mas estes não se deixaram enganar. Tanto mais que no referido concílio herético o rei visigodo declarou seu intento de unificar a península sob o arianismo. A conversão do filho vinha atrapalhar seus planos [2].

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Sabendo da pressão que sofreria em Toledo para renegar a verdadeira fé, Hermenegildo negou-se a comparecer diante do pai. Este viu nessa atitude uma declaração de guerra e preparou seus exércitos para ir-lhe ao encalço.

Por sua vez, para enfrentar o poderoso exército real, Hermenegildo aliou-se com os bizantinos, que dominavam a região sul-oriental da Espanha, e também chamou em sua ajuda Mirão, rei dos suevos da Galícia.

Após comprar a neutralidade de Bizâncio, Leovigildo arrebatou num ímpeto Mérida. Comprou depois Mirão e, livre desses escolhos, preparou-se para o assalto final a Sevilha. Esta lhe resistiu por dois anos (583-584), findos os quais, por falta de víveres e munição, caiu sob o poder real.

Após enviar a esposa e o filho a Constantinopla, para sob a proteção do imperador bizantino ali estarem imunes dos azares da guerra, Hermenegildo fugiu para Córdoba, refugiando-se numa igreja.

Local considerado sagrado já naquela remota época, Leovigildo não quis violar o direito de asilo na igreja. Mandou então seu filho Recaredo falar com o irmão, e este o convenceu a entregar-se ao pai, prometendo-lhe o perdão.

Efetivamente o rei apareceu, abraçou o filho e o levou para Toledo. Mas, pouco depois, mandou-o preso inicialmente para Valência e depois para Tarragona.

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Graças ao apostolado da esposa e de São Leandro, Hermenegildo abjurou da heresia ariana, tornando-se sincero católico.

No Sábado Santo de 586 o prisioneiro pediu para confessar-se e receber a Sagrada Comunhão de um bispo católico. Mas quem apareceu foi um bispo ariano, que veio dar-lhe a Comunhão e oferecer-lhe a graça paterna, caso abjurasse do catolicismo.

Na prisão, recebe a graça do martírio. — Eis como o Papa São Gregório Magno narra o sucedido: 

Sobreveio a festividade da Páscoa, e naquela noite o pérfido rei Leovigildo enviou um bispo ariano ao cárcere para que seu filho recebesse a comunhão do sacratíssimo corpo de Cristo da mão sacrílega daquele herege, prometendo-lhe, se a aceitasse, de admiti-lo em sua graça. O santo moço, se bem que estivesse atado e afligido no corpo, estava livre e desperto na alma. E, estimando mais a graça de Deus do que a de seu pai, afastou de si o bispo ariano repreendendo-o e dizendo-lhe as palavras que merecia ouvir [3].

Pouco tempo depois o rei mandou um homem chamado Sisberto à prisão, o qual decepou com um machado a cabeça de Hermenegildo.

São Gregório diz que, no silêncio da mesma noite do martírio, ouviu-se sobre o corpo do mártir uma música celestial, e espargiram-se muitas luzes.

Conheça mais sobre São Hermenegildo

Hermenegildo era filho de Leovigildo, rei dos visigodos na Espanha, e de Teodósia, a primeira esposa daquele rei. A princípio, ariano como o pai, Hermenegildo, influenciado pela mulher, converter-se-ia.

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Depois da morte da esposa, o rei visigodo casou-se com Goswinda, viúva de seu irmão Atanagildo e mãe de Brunehaut, mulher de Sigeberto, rei da Austrásia. Foi com uma filha de Sigeberto e de Brunehaut que Hermenegildo se casou.

A esposa do futuro mártir chamava-se Ingonda e era católica. Ora, Goswinda, ariana, nutria grande ódio pelos cristãos, e, pois, principiou a perseguir a nora. A princípio, usou de carinhos, de doces palavras, procurando induzir Ingonda a receber o batismo no arianismo.

Ingonda, corajosa e determinadamente, recusou-se, e passou a receber da sogra os piores tratamentos.Leovigildo, um dia, para por termo às discussões entre a mulher e a nora, resolveu enviar Hermenegildo e a jovem esposa para Sevilha.
Ingonda, desde então, procurou, por todos os meios, encaminhar o marido à fé católica. Pôs-se a catequizá-lo, e Hermenegildo, assim que se inteirou das verdades que a boa esposa lhe expunha, a tudo vendo com muita clareza, deixou os erros que abraçara desde que nascera e se fez cristão.

Hermenegildo, sabedor da conversão do filho, procurou, enraivecido, perdê-lo. E o príncipe, para se defender, aliou-se ao imperador de Bizâncio, que ia atacar a Espanha. Um dia, Hermenegildo recebeu mensageiros do pai, que lhe disseram:

– Ide procurar vosso pai, que vós ambos tendes coisas em comum a discutir.

Hermenegildo respondeu-lhes:

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– Não irei. Meu pai é meu inimigo, porque sou católico.

Leovigildo, diante daquela resposta, marchou contra o filho, que, chamando os gregos em seu auxílio, avançou contra o pai. Quando, porém, as forças do santo deram com o exército do rei visigodo, debandaram, abandonaram-no, e Hermenegildo, sem nenhuma esperança, refugiou-se numa igreja das vizinhanças. E ali, orando a Deus, disse:

– Que meu pai não me venha atacar, porque é um ímpio crime que um pai seja morto por um filho e um filho pelo pai.

Leovigildo, acampado a pouca distância, tratou de lhe enviar um deputado. E assim, logo mais, Recaredo, irmão do jovem príncipe, discorria sobre a boa acolhida que o pai lhe desejava fazer. E acrescentou:

– Vamos, ajoelha-se aos pés de nosso pai e ele a tudo perdoará. Vem.

Diante disto, Hermenegildo foi ao encontro do velho rei, que, ao recebê-lo, abraçou-o com fingido carinho. Pouco depois, era preso.

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O santo, conduzido a Sevilha, foi arrojado a uma estreita prisão. E ali, desejoso do céu, rogava a Deus que lhe desse forças para perseverar até o fim. E as cadeias que carregava, levava-as com grande resignação, com imensa doçura, como se fora um cilício.

Hermenegildo, firme na fé, foi morto na própria prisão, a mandado do perverso pai, na noite de 13 de Abril de 586. E os milagres não faltaram para manifestar a glória do rei mártir.

O pai, herético e parricida, reconheceu, arrependido, a verdade da fé católica, mas, temeroso da nação, não teve coragem de abraça-la. E Recaredo, morto Leovigildo, não seguiu o exemplo do pai, mas sim o do irmão mártir: converteu-se, tornando-se um bom cristão. Sob as instâncias do rei Filipe II, o Papa Sixto-Quinto autorizou-lhe o culto em toda a Espanha, e, quando de Urbano VIII, aquele culto se estendeu por toda a Igreja.

Santo Hermenegildo é o padroeiro de Sevilha.

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