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Rebelião na Alemanha: padres anunciam que abençoarão uniões gays em 10 de maio

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Alguns setores da Igreja Católica na Alemanha estão prestes a desafiar Roma formalmente! Pedimos a todos que estão lendo para que rezem e ofereçam sacrifícios pela Igreja na Alemanha.

Um grupo de padres católicos alemães decidiu estabelecer um dia de bênção para todos os uniões LGBT+ em 10 de maio, algo diametralmente oposto à doutrina bi-milenar da Igreja e que o próprio Vaticano, com o próprio Papa no comando, lembrou há alguns dias.

Em 15 de março de 2021, o Vaticano emitiu um “responsum“, uma resposta, reiterando a doutrina católica sobre casais de pessoas do mesmo texto: a Igreja não pode abençoar essas uniões.

Este documento, elaborado pela Congregação para a Doutrina da Fé – organismo que guarda o depósito da doutrina da Igreja e aprovado pelo Papa Francisco, provocou uma verdadeira revolta nos setores mais progressistas da Igreja Católica – evidentemente a favor da bênção – e no centro de todos os protestos, a Alemanha ganha destaque.

Dois padres alemães, Bernd Munkebscher e Burkhard Hose, publicaram uma declaração de protesto e estão coletando assinaturas para buscar apoio. De acordo com o site da iniciativa, 8.534 pessoas teriam assinado a declaração.

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Párocos, diáconos, agentes pastorais se uniram em um abaixo assinado e estão convidando outros padres de todo o território da República Federal da Alemanha para se juntarem a um dia de bênçãos para “todos as uniões de pessoas que se amam” que acontecerá em 10 de maio. O evento foi lançado nas redes sociais com o slogan “Não negamos uma bênção” e pode ser encontrado nas hashtags: “abençoe com coragem” (#mutwilligSegnen) e o “amor vence” (#liebegewinnt).

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“Tendo em vista a recusa da Congregação para a Doutrina da Fé de abençoar as uniões homossexuais, levantamos nossas vozes e dizemos: Continuaremos acompanhando as pessoas que se reúnem em uma união vinculante no futuro e abençoamos sua relação. Não rejeitamos uma cerimônia de bênção”, diz no comunicado.

“Respeitamos e apreciamos seu amor, e também acreditamos que as bênçãos de Deus estão sobre eles”, continua a declaração, “não aceitamos que uma moralidade sexual exclusiva e antiquada subscreva nosso trabalho na pastoral”, finaliza a escrita.

O site tem um espaço para solicitações voluntárias do clero que querem contribuir ativamente para a causa. Na verdade, preenchendo um formulário simples, você pode designar a própria paróquia com a possibilidade de transmitir a bênção por streaming.

Além da bênção, os organizadores convidam os católicos a “enviarem sinais criativos” para que “muitas pessoas no interior da Igreja entendam como uma bênção e um enriquecimento a multiplicidade colorida de projetos de vida e histórias de amor”.

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O desafio formal a Roma foi anunciado em 10 de maio, segundo eles, um dos dias em que Noé é comemorado – na Igreja Católica é 10 de novembro – vale lembrar que eles se “apropriaram” do arco-íris, claramente associado a esta figura bíblica.

Roma ainda não se manifestou sobre essa afronta declarada.

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A reação virulenta do lobby LGBT ao documento doutrina da fé mergulhou a Santa Sé em um silêncio absoluto sobre esta questão, embora certos meios de comunicação e pessoas que falaram com o Papa afirmam que o Pontífice está descontente com o dicastério presidido pelo Cardeal Ladaria.

“Nada de punição”: Bispo alemão autoriza padres a abençoarem uniões homossexuais

O bispo Franz-Josef Overbeck de Essen, na Alemanha, afirmou em uma entrevista que os padres em sua diocese não enfrentarão quaisquer consequências ou punições caso ignorem a proibição de abençoar uniões homossexuais explicitada em março deste ano pelo Vaticano. Um evento convocando padres de todo o país a um dia de bênçãos para “todos as uniões de pessoas que se amam” acontecerá em 10 de maio sob o auspício do movimento LGBT e o bispo de Essen foi o primeiro a declarar que não haverá punição para os sacerdotes que abençoarem uniões homossexuais.

“Não vou fazer isso com os padres”, disse o bispo explicitando que “não vai suspender nem aplicar a lei canônica” a um sacerdote que vier a abençoar um relacionamento homossexual.

O bispo de Essen surpreendeu os fiéis em entrevista ao canal WDR por motivo da Páscoa afirmando que na Igreja na Alemanha “existem muitas bênçãos para pares do mesmo sexo”. Na ocasião ele também admitiu que a Igreja não deve rejeitar os homossexuais, e sim encontrar formas de que “os homossexuais possam viver juntos”.

A resistência aberta ao Vaticano de um grupo de bispos alemães – que além de Overbeck conta com o Cardeal Reinhard Marx e os bispos Franz-Josef Bode, Georg Bätzing, Peter Kohlgraf, Helmut Dieser e Heinrich Timmerevers, tem causado sensação na imprensa mundial e escândalo entre fiéis na Alemanha.

A iniciativa foi lançada no 15 de março, o mesmo dia da publicação do “Responsum da Congregação para a Doutrina da Fé sobre um dubium (dúvida) sobre a bênção das uniões do mesmo sexo”, por um pároco da localidade de Hamm, Monsenhor Bernd Mönkebüscher (arquidiocese de Paderborn), junto de um capelão universitário na diocese de Würzburg, Pe. Burkhard Hose, e o Pe. Carsten Leinhäuser, sacerdote da diocese de Speyer.

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Na ocasião, Dom Dieser disse que a resposta do Vaticano só serviu para causar “raiva e irritação” entre os católicos da Alemanha. A funcionária do ZdK que o acompanhava, Birgit Mock, foi ainda mais longe: Ela descreveu a declaração de Roma como incompatível com “nossa imagem de homem e Deus” e exigiu – como o bispo Georg Bätzing e vários outros representantes da Igreja alemã – uma revisão da doutrina da Igreja a respeito das uniões homossexuais.

Altos representantes da Igreja da Áustria, Bélgica e outros países também criticaram o esclarecimento de Roma.

Por outra parte, alguns bispos alemães saudaram expressamente a carta do Vaticano com uma resposta definitiva para o tema das bênçãos e, ao mesmo tempo, ratificaram que não permitirão a prática em suas dioceses. Entre eles estão o cardeal Rainer Maria Woelki de Colônia e os bispos Stephan Burger de Friburgo, Ulrich Neymeyer de Erfurt, Gregor Maria Hanke de Eichstätt, Wolfgang Ipolt de Görlitz, Stefan Oster de Passau e Rudolf Voderholzer de Regensburg.

Desde 2019 a Igreja na Alemanha se encontra realizando um ciclo de reuniões chamado “Caminho Sinodal”, uma espécie de conferências reunindo bispos, clérigos, religiosos e leigos para encontrar novos caminhos para a evangelização da Alemanha. Propostas como ordenação de mulheres, bênçãos para homossexuais e extinção da regra do celibato têm sido amplamente discutidas e os bispos promotores destas reuniões querem que as decisões sejam vinculantes para todos as igrejas particulares.

A postura de bispos do Caminho Sinodal como Overbeck, em aberto confronto com a diretiva de Roma, aumenta a cobrança sobre o Papa Francisco para responder à resistência de alguns prelados alemães bem como as atitudes e declarações de sacerdotes, comitês e ativistas LGBT que atuam dentro da Igreja Católica gerando divisão e confusão entre os fiéis.

Com informações de Infovaticana e ACI Digital

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