O Bispo de Santa Maria, Dom Leomar, em uma missa transmitida ao vivo pelas redes sociais da Catedral de Santa Maria, Nossa Senhora Imaculada Conceição, fez uma caridosa correção à equipe de música.
“Que Glória bonito, mas não é o Glória da missa. Então tem que rezar, porque tem que ser exatamente a liturgia, não dá para cantar improvisado.”
Por fim ele conclui a correção dizendo que é dever do bispo “ajudar a entrar no caminho certo”
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Como saber se o canto do Glória é Litúrgico?
Os cantos litúrgicos da missa devem respeitar cada um de seus ritos. Devem ser cantos originais, jamais plágios, paródias ou cópias de cantos não católicos. Devem ser solenes e não conter rítmos animados/dançantes.
Para o Canto do Glória ser litúrgico, ele deve obrigatoriamente conter toda a oração do hino de louvor. O mesmo se aplica às outras partes fixas da missa: Kyrie, Glória, Santo e Cordeiro de Deus.
É falsa, portanto, a ideia de que apenas basta ter as invocações de “Glória ao Pai, Glória ao Filho e Glória ao Espírito Santo”, para que um canto seja verdadeiro hino de louvor. Com isso, podemos constatar que é um ERRO LITÚRGICO bastante comum em inúmeras paróquias e em inúmeros grupos de canto, a substituição da recitação do hino de louvor por cantos que não o contenham integralmente.
Obs: Durante o tempo da quaresma e do advento não se canta o hino de louvor, pois são tempos litúrgicos de penitência e de contrição, não de festa.
São dois pensamentos básicos que dão origem a abusos no Gloria. O primeiro é que, por se tratar de um hino de louvor, qualquer “hino de louvor” pode ser colocado neste momento. Engano gravíssimo. O Gloria faz parte do Ordinário da Missa e não dá lugar a nenhum outro texto. A IGMR diz, textualmente: o Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro.
O texto não pode ser substituído por nenhum outro. Isto exclui textos parecidos, paráfrases, extensões, abreviações etc. Tampouco vejo como seria possível admitir versões métricas.
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O segundo pensamento é o de que o Gloria é um “louvor trinitário”. Pois bem; ainda que consideremos o Gloria como louvor à Trindade, não é nisto que ele se concentra; e mesmo que fosse o caso, o fato de ser um louvor trinitário não autoriza ninguém a substitui-lo por outro texto que seja considerado “louvor trinitário” por quem quer que seja.
Daí provêm canções, freqüentemente utilizadas em nossos dias no lugar do Gloria, cujo texto dedica uma estrofe para cada Pessoa da Santíssima Trindade, com as quais se alterna um refrão que costuma conter a palavra “Glória” – e estes simples elementos ficam considerados suficientes para que a tal canção seja colocada neste momento da Liturgia. Ainda que a música não fosse péssima, seria um erro litúrgico muito grave.
É urgente abolir essas canções. Certamente há muita música que precisa ser extirpada da Liturgia, atualmente, mas o Gloria realmente clama aos céus. Não é possível que se jogue no lixo um texto de mais de quinze séculos para pôr, em seu lugar, uns versos fraquíssimos de péssimo gosto musicados com o que há de mais medíocre na música. O que há algum tempo temos visto no Gloria é comparável ao uso de vasos de plástico no altar, comparável à substituição dos paramentos por bermudas e camisetas.
Em alguns fóruns da internet ainda se faz a pergunta: é permitido bater palmas no Gloria? Esta pergunta encerra um pensamento bastante curioso: seria permitido bater palmas na Missa, mas não em todas as partes. Tal assunto já foi bastante debatido, e a resposta definitiva é não; não se batem palmas em nenhum momento da Missa. E é especialmente desagradável que, indo a uma Missa, deparemo-nos com música que poderia ser acompanhada de palmas (mesmo que efetivamente não seja).
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