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Sínodo da Amazônia: Dom Athanasius Schneider faz crítica incisiva ao Instrumentum laboris

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Por Corrispondenza Romana, 19 de julho de 2019 | Tradução: Gercione Lima – FratresInUnum.com

Tradução de uma declaração publicada no dia 17 de julho no site de notícias austríaco Kath.net e distribuída em vários idiomas. Nesta declaração, Dom Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar da arquidiocese de Santa Maria em Astana, Cazaquistão, responde ao Bispo Erwin Kräutler e critica fortemente o Instrumentum laboris sobre o Sínodo da Amazônia.

Em sua entrevista do dia 14 de julho à ORF [uma emissora nacional austríaca de serviço público], o Bispo Erwin Kräutler afirmou ser “quase um escândalo” o fato de que em muitas paróquias na Amazônia a Sagrada Eucaristia raramente seja celebrada. Este modo de falar é em si obscuro e decididamente tendencioso. Ninguém tem um direito à Sagrada Eucaristia. O sacramento da Eucaristia é o mais elevado dom de Deus: pode-se falar, ao invés, de escândalo quando nas paróquias católicas a fé é negada e não praticada, quando Deus é insultado pelo desprezo de seus mandamentos, pelos pecados graves contra a caridade, pela idolatria, xamanismo e assim por diante. Pode-se falar de escândalo em uma paróquia católica quando as pessoas não rezam o bastante. Isso sim seria um verdadeiro escândalo.

Deveríamos, antes, falar de escândalo quando consideramos que durante as últimas décadas não foram promovidas na Amazônia iniciativas pastorais intensivas para promover vocações. Iniciativas que estariam de acordo com a experiência de dois mil anos da Igreja: orações constantes, sacrifícios espirituais e um estilo de vida exemplar e santo adotado pelos próprios missionários. De fato, para se promover efetivamente sólidas vocações sacerdotais é indispensável que até na Amazônia existam missionários que levem uma vida de verdadeiros homens de oração, de verdadeiros apóstolos, isto é, uma vida de amor e sacrifício totalmente dedicada a Cristo e à salvação das almas imortais.

O que Dom Kräutler e muitos de seus companheiros de viagem do clero estão querendo promover são caricaturas de sacerdotes, que têm como modelo agentes humanitários, funcionários de ONGs, sindicalistas socialistas e ecologistas. Mas esta não é a missão de Jesus Cristo, do Deus encarnado, que deu a Sua vida na Cruz para redimir a humanidade do maior mal que é o pecado, para que todos os homens possam ter em abundância a vida divina e sobrenatural (veja João 10.10).

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Não é necessário recorrer ao truque de dramatizar a “fome eucarística” ou a falta de celebrações eucarísticas, porque para salvar a si mesmo não é necessário a recepção da Sagrada Eucaristia, mas sim a Fé, a oração e uma vida conforme os mandamentos de Deus.

Se por um longo período de tempo e por causa da falta de sacerdotes os católicos não puderam receber a Sagrada Comunhão, então deveriam ser ensinados a praticar a comunhão espiritual, que tem grande força e um grande efeito espiritual. Os Padres do Deserto, por exemplo, viveram durante anos sem a Eucaristia e alcançaram uma grande união com Cristo. Durante anos, eu mesmo e meus pais não conseguimos receber a Sagrada Comunhão na União Soviética. Mas sempre fazíamos a comunhão espiritual, que nos deu muita força e consolo. Então, quando aparecia um padre e podíamos confessar, participar do Santo Sacrifício da Missa e receber a Sagrada Comunhão sacramentalmente, era uma verdadeira festa e experimentávamos de maneira muito profunda e jubilosa o quão precioso é o dom do sacerdócio e o dom da Eucaristia.

Na Amazônia deveria haver uma maneira de garantir que os padres missionários itinerantes possam se dirigir a lugares afastados – ainda que poucas vezes ao ano – para organizar uma festa verdadeiramente espiritual, com boas confissões e com as Santas Missas celebradas com dignidade. Poderiam até deixar Jesus nos tabernáculos para que os católicos pudessem adorá-Lo e os fiéis pudessem ser ensinados sobre como fazer a adoração eucarística e como rezar o terço para pedir bons sacerdotes indígenas solteiros e boas famílias cristãs. Então, sem dúvida, Deus concederia essa graça. Sim, dever-se-ia fazer um apelo a nível mundial convidando padres para irem para a Amazônia, a fim de socorrer pastoralmente a população local. Finalmente, poderiam ordenar os diáconos casados ou, em casos excepcionais, delegar a função a acólitos ou a mulheres católicas para que pudessem expor o Santíssimo Sacramento e conduzir orações.

Há um exemplo na história da Igreja: o dos católicos japoneses que, mesmo sem sacerdotes, mantiveram a fé católica por mais de duzentos anos. Hoje, o Japão tem um número suficiente de padres nativos que, naturalmente, são celibatários. Ainda que naquela época a cultura pagã do Japão rejeitava o sacerdócio celibatário, os católicos japoneses tinham-no em tão alta estima, que se tornou seu sinal de identificação. Portanto, quando no século XIX chegaram os primeiros missionários protestantes, que eram casados, eles os rejeitaram exatamente por esse motivo. Mas, quando os sacerdotes católicos voltaram, uma vez que se certificaram de que eram solteiros, os fiéis japoneses os receberam como sacerdotes da verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Portanto, a Igreja no século XIX poderia ter apresentado os mesmos argumentos que estão sendo usados ​​hoje no Sínodo Amazônico em favor da ordenação de sacerdotes indígenas casados, já que naquela época muitas paróquias em algumas regiões missionárias contavam com a visita de um sacerdote raríssimas vezes durante o ano.

O casamento de padres foi legalizado na Igreja Oriental no século VII, mas não por causa da falta de sacerdotes, dado que, na época, havia uma superabundância de sacerdotes, especialmente em Constantinopla. Foi feito, antes, pela indulgência para com a fraqueza humana, porque aqueles que no ofício episcopal e sacerdotal imitavam Jesus Cristo – o Sacerdote Eterno da Nova Aliança – agindo na pessoa de Cristo, o Cabeça, haviam se afastado da regra apostólica de uma vida celibatária. Naquela época, na Igreja Grega, tratou-se de uma solução regional para uma Igreja local, mas que os Romanos Pontífices não reconheciam e nem aceitavam. Foi um desvio e deslealdade à exigente imitação de Cristo; imitação que os apóstolos viveram na completa continência sexual, até a morte, como Pedro claramente testifica quando diz: “Deixamos tudo para te seguir” (Mt 19,27), até esposas e filhos.

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Todos os Padres da Igreja viviam o sacerdócio na continência sexual. Embora alguns tenham sido casados ​​(por exemplo, Santo Hilário), foi demonstrado que, a partir da ordenação, começaram a praticar a continência e não tiveram mais filhos, porque conheciam e respeitavam a regra apostólica da continência sexual sacerdotal e episcopal.

A Igreja Romana transmitiu fielmente essa norma apostólica e sempre a defendeu até hoje, com a única exceção concedida às Igrejas Orientais, feita no contexto das negociações de unificação durante os Concílios de Lyon e Florença. Neste caso, foi dispensado o celibato dos sacerdotes Orientais visando o benefício da unidade.

A introdução do clero “uxorado” na Amazônia não produziria verdadeiros apóstolos, mas sim uma nova categoria de sacerdotes, uma espécie de dinastia. Ao mesmo tempo, deve-se ter em mente que a cultura indígena dos povos amazônicos ainda não alcançou a maturidade confiável e comprovada de gerações cristãs inteiras, completamente permeada pelo espírito do Evangelho.

Após a evangelização inicial e sistemática de São Bonifácio, por exemplo, as tribos germânicas levaram vários séculos até conseguirem produzir numerosos e confiáveis ​​padres nativos celibatários.

No século II, Santo Irineu já era uma testemunha da unidade da fé e da disciplina na Igreja, que era tão grande entre todos os povos, embora naquela época os católicos convertidos eram provenientes de culturas muito diferentes e em parte até contraditórias:

“A Igreja, embora dispersa pelo mundo afora, todavia – como se habitasse em uma só casa – preserva cuidadosamente a Fé dos Apóstolos. Ela também crê que essas verdades têm uma só alma e o mesmo coração e as proclama, ensina e as oferece em perfeita união, como se tivesse uma só boca. Embora as línguas do mundo sejam diferentes, a mensagem da Tradição é uma só e a mesma. Portanto, as Igrejas na Alemanha não crêem e transmitem nada diferente, nem as da Espanha, nem as da Gália, nem as do Oriente, nem as do Egito, nem as da Líbia, nem as das regiões centrais da mundo”(Adversus haereses 1,10, 2).

Mesmo muitas das paróquias católicas recém-convertidas entre as tribos germânicas durante a Era da Migração (do século IV-VI) tiveram talvez apenas algumas vezes a oportunidade de assistir a Santa Missa e receber a Sagrada Comunhão. Depois de algumas gerações, todavia, gerações de padres celibatários e geralmente exemplares nasceram dessas paróquias alemãs.

A verdade é que aqueles que defendem um clero amazônico casado, usando como estratagema o lema elegante “homens provados” (“viri probati”), consideram os povos amazônicos inferiores, porque pressupõem desde o início que eles não têm a capacidade de dar à Igreja sacerdotes celibatários gerados em seu próprio meio. Ao longo de 2000 anos, todos os povos e até mesmo os bárbaros foram capazes de criar seus próprios filhos, com a ajuda da graça de Cristo, com um sacerdócio celibatário segundo o exemplo de Jesus Cristo. Os pedidos de padres casados ​​para os povos da Amazônia – vindos exatamente de eclesiásticos de ascendência européia – contêm um racismo oculto. Para resumir, poderíamos simplificar desse modo: “Nós europeus, nós que somos brancos, somos realmente capazes de gerar padres celibatários. Mas para vocês da Amazônia, isso seria pedir demais!”

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Os defensores de um clero amazônico casado são quase todos europeus e não de origem indígena, e no final não estão interessados ​​no verdadeiro bem espiritual dos fiéis da Amazônia, mas na implementação de sua própria agenda ideológica, que visa posteriormente um clero casado também na Europa e depois em toda a Igreja Latina. Porque todos sabem que após a introdução de um clero casado regionalmente limitado à Amazônia, iria surgir, com a ajuda do efeito dominó e depois de um breve período de tempo, um clero regular casado no próprio rito romano em outras partes do mundo. Deste modo, o legado apostólico de um sacerdócio celibatário, segundo o modelo de Jesus Cristo e seus apóstolos, seria efetivamente destruído em toda a Igreja.

Alguns católicos – aqueles que certamente não representam a maioria dos verdadeiros fiéis, mas que são funcionários de uma rica burocracia eclesiástica e que alcançaram posições clericais de poder na Igreja – querem atrair as pessoas mundanas com a idéia de um sacerdócio casado, sem sacrifícios, sem doação completa de si e sem um amor ardente e sobrenatural por Deus.

O próprio Senhor nos ensinou o que a Igreja deveria fazer para que os fiéis possam ter sacerdotes: “Peça ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a sua vinha” (Mateus 9:38). Não há remédio melhor ou mais eficaz do que esse. E se houvesse outro, Nosso Senhor nos teria dito.

Para se obter candidatos casados para ordenação sacerdotal, não há necessidade de iniciativas especiais de oração. Sempre haverá poucos operários na vinha do Senhor até o fim dos tempos. Numa época em que haviam muitos sacerdotes, o papa São Gregório Magno pronunciou essas palavras memoráveis: “Veja, o mundo está cheio de sacerdotes, mas poucos são os operários na vinha do Senhor” (Em Ev. Hom., 34). Deus sempre realiza Sua obra de graça e salvação de almas para a vida eterna com a ajuda de sacrifícios e, freqüentemente, apenas de algumas pessoas, e não com a ajuda de grandes multidões. Nesse sentido, São Gregório Nazianzeno disse que Deus não se compraz com números (ver Or. 42.7).

O bispo Erwin Kräutler pergunta então na entrevista: “O que então podemos fazer como Igreja para que essas pessoas possam celebrar a Eucaristia?” A vida paroquial, acrescenta ele, é bela, “mas está faltando o centro”. A resposta a esta pergunta é a seguinte: o centro é Cristo, a verdade ensinada por Ele, o exemplo dado por Ele. O tabernáculo é o verdadeiro centro da Igreja aqui na terra e o centro de toda paróquia local. Se uma comunidade católica local na Amazônia tem o tabernáculo – e muitas delas o têm – então eles têm o centro, e no final nada está faltando, porque eles têm Deus no meio deles, Deus em Carne e Sangue está presente no meio deles!

É necessário reunir os católicos da Amazônia em torno do tabernáculo para que eles tenham seus próprios sacerdotes e, se possível, numerosos sacerdotes. Ali, mães e crianças católicas deveriam dirigir suas orações íntimas a Deus, o dispensador de todos os dons, com a intenção de obter bons e únicos sacerdotes indígenas e com um espírito apostólico. Uma rede de adorações eucarísticas deve ser iniciada em toda a Amazônia. Esta corrente eucarística de adorações por parte dos simples fiéis, juntamente com os seus bispos e os seus sacerdotes – mesmo que sejam apenas uns poucos – poderão, sem sombra de dúvida – no momento escolhido por Deus -, trazer para o povo da Amazônia aqueles sacerdotes que são de acordo com o coração de Jesus. Não é preciso abusar dos povos amazônicos com o interesse de promover suas próprias ideologias decadentes e heresias teológicas que foram fabricadas na Europa.

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Amplas partes do documento de trabalho (Instrumentum laboris) do Sínodo sobre a Amazônia e os pedidos desses sacerdotes enfeitam a imagem de Cristo Rei com pérolas e jargões como “varões provados”, “fome eucarística”, “empatia feminina”. Deste modo, eles desejam implementar o fim do celibato sacerdotal e a ordenação feminina de maneira mais sutil. Os verdadeiros católicos da Amazônia e de outras partes do mundo, entretanto, reconhecerão nela a imagem do engano e não acreditarão que é a imagem de Jesus Cristo, o Rei. Grandes partes do Instrumentum laboris e das exigências revolucionárias do Bispo Erwin Kräutler e seus companheiros de viagem clericais, realmente retratam uma atitude intelectual muito semelhante à Gnose e ao Naturalismo que queriam introduzir na Igreja desde o início, a partir do segundo século, como Santo Irineu de Lyon afirma:

“Tal então é o método deles, que nem os profetas anunciaram, nem o Senhor ensinou, nem os apóstolos transmitiram, mas do qual eles se orgulham de ter um conhecimento perfeito, muito além de todos os outros. Eles recolhem suas opiniões de outras fontes que não são as Escrituras; e, para usar um provérbio comum, eles se esforçam para tecer cordas de areia, lutando para adaptar as parábolas do Senhor, as palavras dos profetas e as palavras dos Apóstolos às suas afirmações particulares, dando-lhes uma aparência de veracidade, de modo que seu esquema não pareça totalmente privado de apoio. Ao fazê-lo, porém, eles ignoram a ordem e conexão das Escrituras e, na medida em que as vão encontrando, desmembram-nas e destroem a verdade, transferindo passagens, vestindo-as novamente e trocando uma coisa por outra. Assim, conseguem enganar muitos, graças à sua destreza perversa que conforma os oráculos do Senhor às suas próprias opiniões. Seu modo de agir é como se alguém – depois que uma bela imagem de um rei fosse fielmente esculpida por um artista habilidoso, com jóias preciosas – então resolvesse reduzir o retrato daquele homem aos pedaços, para depois reorganizar as gemas e recompor tudo novamente dando-lhes a forma de um cachorro ou uma raposa, e tudo isto mal executado. E mais, depois de tudo, ainda tivesse a coragem de declarar que esta sim é a verdadeira imagem do rei que o artista original esculpiu, apontando para as gemas que foram retiradas da obra anterior como prova de que aquela é a imagem do rei, apesar do resultado medíocre, mesmo depois de ter usado o mesmo material para fazer a imagem de um cachorro ou de uma raposa. E sempre apontando para as gemas para enganar os ignorantes que não têm a menor idéia de como era antes a imagem do rei. Persuadindo-os de que aquele decadente retrato de raposa seja, de fato, a verdadeira imagem do rei. Da mesma forma, essas pessoas remendam velhas lendas de comadres e depois se apropriam – afastando-se violentamente de seu contexto, de palavras, expressões e parábolas encontradas – para adaptar os oráculos de Deus às suas ficções infundadas ”( Adversus haereses 1, 8, 1).

É óbvio que o conteúdo de amplas partes do Instrumentum laboris e as exigências do Bispo Erwin Kräutler e seus companheiros de viagem clericais buscam realmente uma nova confissão cristã, que talvez venha a ser chamada de “Igreja Católica Amazônica”, mas que eventualmente se tornará uma seita em comparação com a verdadeira Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Esta última navegou e continua a navegar, com segurança e em todos os tempos, sempre com a mesma lealdade incondicional à pureza da fé e ao legado imutável dos apóstolos na liturgia e na disciplina da Igreja. Os católicos do nosso tempo reagirão com vigor a uma seita “católica amazônica” que pratica a adoração da natureza e que terá um sacerdócio feminino – com as palavras de Santo Agostinho aos membros da seita dos donatistas: “A Igreja em todo o mundo é segura em seus juízos da verdade!” (Securus iudicat orbis terrarum: Contra epistolam Parmeniani 3, 3).

O sucessor de Pedro, o Papa, tem o dever preciso, conferido por Deus, como titular da Cátedra da Verdade (cathedra veritatis), de preservar em sua pureza e integridade, a verdade da Fé Católica, a Constituição Divina da Igreja, a ordem sacramental estabelecida por Cristo e a herança apostólica do celibato sacerdotal, para transmiti-las ao seu sucessor e às gerações futuras. Ele não pode apoiar nem um pouco – com seu silêncio ou com uma conduta ambígua – o conteúdo claramente gnóstico e naturalista de partes do Instrumentum laboris, como também a abolição do dever apostólico do celibato sacerdotal (que seria primeiro regional, e então naturalmente se tornaria, passo a passo, universal). Se o papa fizesse isso no próximo Sínodo amazônico, violaria seriamente seu dever de Sucessor de Pedro e Representante de Cristo, causando assim um eclipse espiritual intermitente na Igreja. Mas Cristo, o invencível Sol da Verdade, varrerá este breve eclipse enviando novamente para a Sua santa Igreja papas corajosos e fiéis, para que as portas do inferno não sejam capazes de derrotar a rocha de Pedro (cf. Mateus 16, 18). A oração de Cristo por Pedro e seus sucessores é infalível. Isto significa que após a conversão, eles confirmarão novamente seus irmãos na fé (cf. Lc 22,32).

A verdade, como foi formulada por Santo Irineu, permanecerá em pé mesmo em um momento de intermitente eclipse espiritual na Igreja – como é o caso da atemporal, por insondável permissão de Deus: “Para que, na Igreja Romana, a Tradição Apostólica seja sempre preservada pelos fiéis que estão em toda parte”(Adversus haereses 3, 3, 2).

+ Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Santa Maria em Astana

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Fonte: FratresInUnum.com

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