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Santo do Dia

Santa Paula Romana, a primeira monja – 26 de Janeiro

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SANTO DO DIA – 26 DE JANEIRO – SANTA PAULA

Religiosa considerada co-patrona da Ordem de São Jerónimo (347-404)

Santa Paula Romana, também conhecida como Santa Paula de Roma, nasceu no ano de 347 em Roma, descendia de tradicional família da nobreza desta corte. Aos quinze anos casou-se com Taxozio, que embora pagão, tolerava os cristãos. Ela era riquíssima e vivia no esplendor da opulência da aristocracia romana. Porém esta condição social não afetou seu caráter, não era uma pessoa orgulhosa o que a fazia ser amada e respeitada por todos, ricos ou pobres.

Teve cinco filhos todos educados dentro da religião cristã. Sua vocação religiosa sempre foi muito forte, sentindo-se atraída pelo ideal ascético de outras damas da corte que, em Aventino, viviam em comunidade na casa de Marcela, hoje Santa. Ela transformara sua moradia quase num convento, onde se dedicavam às orações, caridade, penitência e a aprenderem a Palavra de Deus.

É Santa Paula a mais ilustre das damas romanas que São Jerônimo instruiu nas santas letras. Era filha de Rogato e de Blesila. O pai, grego de origem, fazia subir a sua genealogia até Agamenon; a mãe descendia dos Cipiões, dos Gracos e dos Paulos-Emilios. Paula desposou Toxótio, da família Júlia e, por conseguinte, descendente de Iula e Enéias. Teve quatro filhas e um filho.

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A mais velha das filhas, Blesila, como a avó, esteve casada apenas sete meses, como Santa Marcela, e ficou viúva aos vinte anos de idade. São Jerônimo explicou o livro do Eclesiástico, para instigá-la ao desprezo do mundo. Rogou-lhe ela que lhe deixasse um pequeno comentário, a fim de poder compreender sem a sua presença; quando São Jerônimo se preparava para essa obra, morreu a jovem de uma febre que em pouco tempo a levou. Santa Paula, sua mãe, afligiu-se excessivamente, e São Jerônimo lhe escreveu uma carta de consolação, na qual assinala que Blesila falava tão bem o grego como o latim, e que aprendera em poucos dias o hebraico, trazendo sempre entre as mãos a Sagrada Escritura.

A segunda filha de Santa Paula foi Paulina, que desposou Pamáquio, primo de Santa Marcela, da família Furia, e que, entre os antepassados, contava vários cônsules. Era velho amigo de São Jerônimo, que havia estudado com ele e, mais tarde, lhe dedicou vários trabalhos. Paulina morreu antes, e ele, vendo-se viúvo, sem filhos, entregou-se inteiramente ao serviço de Deus e das boas obras, abraçou a vida monástica e empregou os bens em socorrer os pobres, particularmente os estrangeiros, num abrigo estabelecido em Porto, nas proximidades de Roma.

A terceira filha de Santa Paula foi Júlia Eustóquio, que jamais a abandonou, mantendo-se virgem; a quarta foi Rufina, que desposou Alétio, da ordem dos ilustres. O filho de Santa Paula recebeu o nome do pai, Toxótio. Desposou Leta, filha de Albino, pagão e pontífice dos ídolos, mas que se converteu na velhice, persuadido pela filha e pelo genro. Do casamento de Toxótio e de Leta nasceu a jovem Paula, sobre a qual escreveu Jerônimo a Leta, já viúva, um ensinamento acerca da maneira de a educar cristã. Eis aí a família de Santa Paula.

A santa viúva deixou Roma pelo ano de 385, e embarcou para o Oriente, sem dar ouvidos à ternura materna, que devia impedir-lhe deixar a filha Rufina, já casadoura, e o filho Toxótio, ainda menino. Conduziu em sua companhia a filha Eustóquio, com pouquíssimos servidores, e, a princípio, deteve-se na ilha Pontia, nas costas da Itália, para visitar as celas em que Santa Domitila passara o exílio sob o imperador Domiciano, trezentos anos antes.

Veja esta belíssima pintura que retrata o embarque de Santa Paula Romana. (Clique na imagem para ampliar)

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Em seguida, foi a Chipre, onde se lançou aos pés de Santa Epifânia, que a reteve dez dias para fazê-la descansar. Mas ela empregou o tempo em visitar os mosteiros do país, e ali distribuiu esmolas aos solitários que o amor do santo bispo atraíra de todos os lados do mundo. De lá transferiu-se para Antioquia, onde se viu detida um pouco pelo bispo Paulino.

Partiu em pleno inverno, montada num burrico, em vez de ser transportada pelos eunucos, como estava acostumada. Atravessou a Síria e chegou a Sidon; nas cercanias, em Sarepta, entrou na pequena torre de Elias. Em Cesaréia, viu a casa do centurião Cornélio transformada em igreja; a casa de São Filipe e os quartos das quatro virgens profetisas, suas filhas.

O governador da Palestina, que conhecia a família de Santa Paula, mandou na frente oficiais para que lhe preparassem o palácio em Jerusalém; mas ela deu preferência a uma pobre cela. Visitou os santos lugares com tal devoção que só deixava os primeiros pela pressa de ver os outros. Prostrada diante da cruz, adorava o Senhor, como se o estivesse vendo pregado. Entrando no sepulcro, beijava a pedra que o anjo tirara para abri-lo, e, mais ainda, o lugar na qual havia repousado o corpo de Jesus Cristo.

No monte de Sião, mostraram-lhe a coluna a que ele fora seguro durante a flagelação, ainda tinta de sangue, e sustendo então a galeria de uma igreja. Mostraram-lhe o lugar em que o Espírito Santo descera sobre os apóstolos no dia de Pentecostes.

Após distribuir esmolas em Jerusalém, tomou o caminho de Belém, e viu, de passagem, o sepulcro de Raquel. Entrando na gruta da Natividade, julgou ver o Menino Jesus adorado pelos reis Magos e pastores. Visitou a torre de Ader ou do Rebanho e os demais lugares célebres da Palestina.

Viu, entre outras, em Betfagé, o sepulcro de Lázaro e a casa de Marta e Maria. No monte de Efraim, reverenciou os sepulcros de Josué e do pontífice Eleazar. Em Sichar, entrou na igreja construída sobre o poço de Jacó, onde o Salvador falou à Samaritana. Viu, depois, os sepulcros dos doze patriarcas, e em Sebasta ou Samaria, os de Eliseu e Abdias, e sobretudo o de São João Batista, onde a aterrorizavam os efeitos do demônio nos possessos. Viu em Morasti uma igreja onde estivera, outrora, o sepulcro do profeta Miquéias.

É São Jerônimo que descreve a peregrinação de Santa Paula, e assim nos transmite os vestígios da sagrada antiguidade que, na sua época, se mostravam na Palestina (1)

Santa Paula, acompanhada da filha Eustóquio e de outras virgens, rumou em seguida para o Egito. Chegou a Alexandria, depois ao deserto de Nítria, onde o bispo Isidoro, confessor, se lhe apresentou com inúmeros grupos de monges, dentre os quais vários eram sacerdotes e diáconos. Visitou os mais famosos solitários, entrou-lhes nas celas prostrou-lhes aos pés, e de muito boa vontade houvera permanecido naquele deserto, com as filhas, se a não a traísse o amor aos santos lugares.

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Voltou imediatamente à Palestina, e estabeleceu-se em Belém, onde ficou três anos num pequeno alojamento, até que mandasse construir algumas celas, mosteiros e casas de hospitalidade perto do caminho, para receberem os peregrinos. Foi lá que passou o resto dos dias, sob a guia de São Jerônimo que no mesmo lugar terminou a vida, dedicado ao estudo das Sagradas Escrituras e à hospitalidade para com os estrangeiros (2).

Santa Paula morreu em 26 de Janeiro de 404.

(1) Hieron., Epist. 27.
(2) Acta SS. 26 de jan.

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