SANTO DO DIA – 19 DE NOVEMBRO – SÃO ROQUE GONZÁLES E COMPANHEIROS
“Matastes a quem tanto vos amou. O meu corpo está morto, mas minha alma está no céu”.
Foi com essa frase que o mártir São Roque González testemunhou milagrosamente, após ser morto e queimado por um grupo de indígenas, que o discípulo de Cristo deve conquistar as almas e arrancá-las das trevas do pecado com o escudo da fé e a espada da caridade, com uma vida marcada plenamente de amor e serviço, de doação total ao próximo por amor a Deus.
Hoje lembramos São Roque González e seus companheiros, Afonso Rodrigues e João de Castilho. Eles são conhecidos como Mártires das Missões e foram os primeiros evangelizadores do Sul do Brasil.
Roque González era filho de colonizadores espanhóis e nasceu em Assunção, no Paraguai, em 1576. A boa educação na virtude e na piedade recebida dos pais o motivou a entrar no seminário aos 24 anos, e logo ele foi ordenado sacerdote. Seu desejo, porém, era trabalhar na formação espiritual dos índios e, por isso, deixou a sua diocese e ingressou na Companhia de Jesus, vestindo o hábito missionário em 1609. Passou assim a dedicar sua vida aos indígenas em várias regiões do Paraguai, da Argentina e também do Brasil.
Juntamente com os padres João de Castilho e Afonso Rodrigues, organizou as missões e reduções entre os índios guaranis. Tinham como objetivo ensinar os princípios cristãos e defender os indígenas da brutalidade praticada pelos colonizadores. Com as reduções, era possível preservar sua cultura, alfabetizá-los, ensinar-lhes técnicas de construção, agricultura e cuidado de animais e impedir que fossem escravizados.
O sucesso dessa experiência fez com que os colonizadores, unidos a índios rebeldes, destruíssem as missões e as reduções. Os padres Roque e Afonso foram mortos na redução de Caaró, no dia 15 de novembro de 1628. Após celebrar a missa com os índios, padre Roque estava construindo o campanário na nova capela, quando foi morto. Padre Afonso teria saído em seu socorro e também foi atingido. Os corpos foram arrastados para dentro da igrejinha e depois incendiados. Do coração de padre Roque, em meio às chamas, saía uma voz: “Matastes a quem tanto vos amava e queria. Matastes, porém, só o meu corpo, porque minha alma está no Céu”. Os índios então atravessaram o coração com uma flecha, mas as chamas o preservaram. Padre João de Castilho foi morto na redução vizinha de São Nicolau, dois dias depois, junto com o cacique Guarobai-Guassu, que se preparava para ser batizado.
Os três missionários foram beatificados em 1934 pelo papa Pio XI e canonizados em 16 de maio de 1988, pelo papa João Paulo II. A relíquia do coração do padre Roque González está em Assunção.
Em Caibaté-RS, encontra-se o Santuário do Caaró, local do martírio, onde são venerados os santos Roque, Afonso e João. É local de peregrinação desde 1934.