SANTO DO DIA – 17 DE DEZEMBRO – SANTA OLÍMPIA
Diaconisa (361-408)
Ao ficar viúva do governador de Constantinopla, Olímpia recebeu muitas propostas para um novo casamento, mas recusou todas porque queria entregar-se à vida religiosa. A sua insistente recusa motivou, mesmo, o confisco de todos os seus bens.
Olímpia nasceu em 361, na Capadócia. Pertencia a uma família muito ilustre e rica dessa localidade, mas ficou órfã logo cedo. Foi educada por Teodósia, irmã do bispo Anfíloco, futuro santo, o que lhe garantiu receber, logo cedo, os ensinamentos cristãos. Aos vinte anos de idade, casou-se com o governador de Constantinopla, ficando viúva alguns meses depois. Desejando ingressar para a vida religiosa, afastou-se de todos os possíveis pretendentes. O fato muito contrariou o imperador Teodósio, que queria vê-la como esposa do seu primo, um nobre da Corte espanhola. Olímpia, entretanto, perseverou na sua decisão. Como vingança, o soberano mandou que todos os seus bens fossem confiscados e administrados pelo prefeito da cidade. Ao invés de reclamar, Olímpia agradeceu, porque não precisaria mais perder tempo com a administração das propriedades. Pediu que os bens fossem definitivamente confiscados e doados aos pobres. Não foi atendida.
Em seguida, o imperador fez uma longa viagem e, ao voltar, três anos depois, ficou tão impressionado com as informações sobre sua vida santa e repleta de humildade e caridade que restituiu os bens a ela. Assim, Olímpia continuou suas obras de caridade com maior intensidade. Mas seu sofrimento não acabou. Contraiu doenças dolorosas. Conta a tradição que Olímpia jamais pronunciou qualquer reclamação. Desse modo, tornou-se um modelo perfeito aos cristãos de seu tempo.
Seu nome foi envolvido em denúncias graves infundadas, por isso se tornou vítima de perseguições injustas. Foi acusada de ser cúmplice de são João Crisóstomo no incêndio de uma catedral. Mas ela declarou, categoricamente, que nada fizera, muito menos Crisóstomo, que doava muito dinheiro para a construção de igrejas, portanto não poderia destruir uma.
Essas acusações partiam do antipatriarca Arsácio, inimigo declarado de Crisóstomo, que mandou Olímpia deixar a cidade. O principal motivo desse exílio foi porque ela era a mais estimada assistente de Crisóstomo, chamado de ‘o maior pregador da Antiguidade’. Era tão competente que, aos trinta anos de idade, se tornou diaconisa da Igreja, dignidade só concedida às viúvas com mais de sessenta anos.
Logo Olímpia decidiu voltar, declarando ao próprio prefeito que não reconhecia autoridade no antipatriarca por ser usurpador de um poder que a Igreja não lhe concedera. Assim, tornou-se a principal vítima de Arsácio, pois Crisóstomo já havia sido exilado de sua pátria pelo cruel prefeito, cúmplice do antipatriarca. Olímpia morreu no ano 408.
Santa Olímpia é celebrada, no Oriente, nos dias 24 e 25 de julho, e, na Igreja de Roma, no dia 17 de dezembro.
Conheça mais sobre Santa Olímpia
Santa Olímpia, grande amiga de São João Crisóstomo, o qual era o seu diretor espiritual, pertencia a mais alta sociedade de Constantinopla. Nasceu em 361, ou, segundo algumas fontes, em 368. Neta de Ablábio, que foi prefeito do pretório do Oriente, e cônsul, era filha dum conde de palácio.
Órfã, quando menina, teve como tutor o prefeito de Constantinopla, sendo educada por Teodósia, irmã de Anfilóquio, bispo de Icônio.
Santa Olímpia foi mulher de grande cultura. São Basílio dedicou-lhe o tratado do Espírito Santo.
Casada com Bebrídio, prefeito de Constantinopla, recebeu de São Gregório Nazianzo, que fora convidado para as núpcias, mas não pudera, por doença, comparecer, um Código da Mulher Cristã, em versos.
Enviuvando, depois de vinte meses de casada, o imperador Teodósio procurou consorciá-la novamente. Olímpia, porém, diz-se, respondeu-lhe, excusando-se, porque desejava permanecer naquele estado:
– Se meu Rei quisesse que eu vivesse com um homem, não me teria levado o primeiro.
Conta-se que Teodósio, enraivecido, seqüestrou-lhe os bens, o que ela agradeceu sinceramente. Quatro anos mais tarde, quando a Santa entrava nos trinta anos, o imperador, tocado pela constância e seriedade do ascetismo da ótima viúva, concedeu-lhe a livre disposição dos bens. Desde então, entrou a fazer esmolas como jamais.
Falecida em 408, foi enterrada na Nicomédia. As relíquias, mais tarde, transferidas para Constantinopla, assegura-se, “verteram muito sangue”.
(Livro Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XXI, Pgs. 321-322)