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Total Consagração a Nossa Senhora

Por que tantos católicos têm medo de louvar mais a Maria que Jesus?

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Jesus Cristo é o fim último de toda verdadeira devoção à Virgem Santíssima. Cada vez mais surgem falsas devoções a Nossa Senhora e é fácil tomá-las por verdadeiras. Por meio dessas falsas devoções, o Demônio leva muitas almas para o inferno.

Não são poucos os católicos que por escrúpulos deixam em segundo plano a Devoção à Virgem Maria. São os mesmos que, por uma mentalidade proteste, têm medo de recorrer mais a Nossa Senhora que Jesus, e desse modo “despertar a ira de Deus”.

Os devotos escrupulosos são aqueles que tem medo de desonrar Jesus honrando Maria. Estes não suportam que pessoas estejam ajoelhadas diante de uma imagem da Virgem Maria, como se não rezassem a Cristo por meio dela. Os escrupulosos são contrários à oração do terço, às confrarias e as devoções externas. Dizem que é preciso pregar Jesus Cristo. Isto é uma verdade, mas esconde uma “cilada do inimigo” (TVD 94). Pois, se honra mais a Jesus Cristo quando se honra muito a Santíssima Virgem.

É importante que essas pessoas compreendam que é impossível ser Cristão sem ser devoto da Doce Mãe de Deus.

São Luís Maria Grignion de Montfort ensina que é impossível separar a Virgem Maria de Nosso Senhor Jesus Cristo. “É mais fácil separar a luz do sol ou o calor do fogo do que separar Jesus de Maria”. Seria mais fácil separar os anjos e santos de Jesus do que separar Maria de Jesus, porque Maria ama mais ardentemente a Jesus e o glorifica mais perfeitamente que todas as criaturas juntas.

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O Evangelho de hoje (Lc 1,39-45) é uma excelente amostra da dinâmica sobre o que acontece quando louvamos ou recorremos à intercessão da Santíssima Virgem.

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Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.

Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

Quando Santa Isabel se deparou com a chegada de Maria, Virgem e Mãe, não se conteve e logo pronunciou um grande elogio àquela que é bendita entre TODAS as mulheres e que as gerações a proclamariam bem aventurada.

Neste momento aquela que é a mais humilde Escrava do Senhor teria todos os motivos para se orgulhar de tais elogios, mas o que aconteceu foi algo que ninguém esperava. Ela recebeu aquele elogio e transformou-o no mais belo louvor já feito a Deus, que é recitado e estudado por todas as gerações até o dia de hoje pela sua profundidade e perfeição: o “Magnificat”

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A minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.

É exatamente o que acontece quando rezamos ou entoamos louvores a Maria Santíssima. Ela recebe nossas orações com todas as falhas e imperfeições e purifica-as tornando mais agradáveis a Deus.

Diz-nos São Luís Maria G. de Montfort sobre este tema:

“É a única oração e a única obra composta por Maria, ou, melhor, que Jesus fez por meio dela, pois ele fala pela boca de sua Mãe Santíssima. É o maior sacrifício de louvor que Deus já recebeu na lei da graça. É, dum lado, o mais humilde o mais reconhecido e, doutro, o mais sublime e mais elevado de todos os cânticos. 

Há neste cântico mistérios tão grandes e tão ocultos, que os próprios anjos ignoram. Gerson, que foi um doutor tão sábio quanto piedoso, depois de empregar grande parte de sua vida escrevendo tratados cheios de erudição e piedade, sobre os mais difíceis temas. Tremeu e vacilou no fim da carreira , ao empreender a explicação do Magnificat, com que tencionava coroar todas as suas obras. Num volume in-folio, ele nos diz coisas admiráveis do belo e divino cântico. Entre outras, afirma que a Santíssima Virgem o recitava muitas vezes sozinha, principalmente depois da santa comunhão, em ação de graças.

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O sábio Benzônio, numa explicação do mesmo cântico, cita vários milagres operados por sua virtude, e diz que os demônios tremem e fogem, quando ouvem as palavras do Magnificat: ‘Fecit potentiam in brachio suo, dispersit superbos mente cordis sui’ (Manifestou o poder do seu braço, desconcertou os corações dos soberbos.)”

O próprio Cristo nos confiou à sua Mãe Santíssima enquanto estava na Cruz: “Mulher, eis aí o teu filho… filho, eis aí tua Mãe”. Maria é a Mulher do Genesis e do Apocalipse a quem Deus assegurou que esmagará a cabeça da serpente.

A santa Igreja, como o Espírito Santo, bendiz primeiro a Santíssima Virgem e depois Jesus Cristo: “bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus”. Não porque a Santíssima Virgem seja mais ou igual a Jesus Cristo: seria uma heresia intolerável, mas porque, para mais perfeitamente bendizer Jesus Cristo, cumpre bendizer antes a Maria. Digamos, portanto, com todos os verdadeiros devotos de Maria, contra seus falsos e escrupulosos devotos: Oh Maria, bendita sois vós entre todas as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus!  

Portanto nunca devemos ter este receio diabólico de rezar mais a Maria que Jesus, pois tudo que rezamos a Maria é encaminhada automaticamente a Jesus, mas de modo mais perfeito e agradável a Deus.

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Qual a finalidade da devoção à Virgem Maria?

Jesus Cristo é o fim último de toda verdadeira devoção à Virgem Santíssima.

E não poderia ser diferente. Sendo Deus o alfa e o ômega, o princípio e o fim de todas as coisas, a honra que prestamos a Maria não deve ter outro propósito que recair em seu Filho, de que somos membros gerados e alimentados, na ordem da graça, pelo mesmo seio que o amamentou e amou com o mais maternal dos amores.

Antes de continuar a leitura, assista:

Qual a finalidade da devoção à Virgem Maria? (Consagração Total a Nossa Senhora.06)

O culto à Virgem Santíssima, que vimos analisando nos últimos encontros, é regido por dois princípios teológicos fundamentais que precisamos agora explicar. Trata-se, como ficará claro ao longo das próximas aulas, das duas colunas mestras que sustentam toda genuína devoção. O primeiro deles é o princípio dito cristocêntrico; é Jesus Cristo, noutras palavras, o fim último da verdadeira devoção mariana. O segundo, cuja explicação detalhada deixaremos para mais tarde, diz respeito à veneração e imitação das virtudes de nossa Mãe Santíssima.

Ouçamos o que São Luís Maria nos diz a propósito do primeiro princípio:

Jesus Cristo, nosso Salvador, verdadeiro e verdadeiro homem, deve ser o fim último de todas as nossas devoções; de outro modo, elas serão falsas e enganosas. Jesus Cristo é o alfa e ômega, o princípio e o fim de todas as coisas [1].

Nosso Senhor, portanto, é o eixo fundamental e a razão última da devoção à Virgem Maria, de sorte que não nos aproximamos da Mãe senão com a intenção de, conduzidos por suas mãos maternas, nos aproximarmos do Filho. Queremos amar mais a Cristo, sentido e finalidade de nossa existência, e por isso recorremos a Maria; tributamos a ela honra e carinho, porque temos certeza de que todos os obséquios que lhe são prestados não têm “outro fim que honrar mais perfeitamente a Jesus Cristo”, e de que só vamos a ela “como ao caminho para atingir o termo, que é Jesus Cristo” [2].

Maria é o meio que o Senhor pôs à nossa disposição para que, com rapidez e facilidade, com mais suavidade e alegria, percorramos o caminho da santidade e cheguemos às pressas, por assim dizer, à plena configuração com ele, do qual somos membros. Maria é a via, aberta aos fiéis pelo livre desígnio de Deus, que não quis vir ao mundo a não ser por intermédio desta Virgem puríssima. Ora, se Deus quis servir-se dela e associá-la tão intimamente à obra da Encarnação e Redenção, seria temerário, e até mesmo insensato de nossa parte, presumir que não temos necessidade dos meios de que o próprio Cristo, se assim se pode dizer, quis necessitar.

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É por esse motivo que os teólogos dizem que a devoção a Maria é necessária para salvar-se, não por uma necessidade chamada absoluta, à qual não existe nenhuma exceção (tal é, por exemplo, a necessidade da graça), mas por uma necessidade hipotética, que depende de alguma condição — neste caso, a livre disposição de Deus de não começar e acabar suas obras senão por meio de Maria. Ela, com efeito, foi escolhida desde toda a eternidade para ser o ventre puríssimo em que seria gerado o Homem-Deus e preparada, com uma plenitude de graças e dons, para dar à luz no Calvário, em meios a  lágrimas corredentoras, a outros tantos filhos na ordem da graça, membros da Cabeça daquela Igreja de que ela é Mãe e protótipo.

Por ser “imutável em sua conduta e em seus sentimentos”, é de crer que Deus, tendo dito a todos nós na pessoa de São João, de forma eficaz e constitutiva: “Eis aí a tua mãe” (Jo 19, 26), não mudará seu pensamento e desejará sempre que seja Maria, Mãe espiritual dos que crêem, quem gere os membros que faltam ao Corpo de Cristo.

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