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Padre Franciscano comenta desfile da Mangueira: “Foi como assistir a Missa”

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Em entrevista ao O Globo, o padre franciscano Frei David Raimundo dos Santos comparou o desfile da Mangueira a uma missa atual.

Foi, para mim, como participar de uma missa atual e profunda, com o sacramento da presença viva de Jesus entre nós. Estou com a alma lavada – observou o religioso, que assistiu ao desfile pela TV.

O religioso disse, ainda, que o desfile o fez se sentir mais cristão. Para ele, não houve ataques à fé cristã, como muitos alardeavam.

— Um alto grau de respeitabilidade com a tematização de Jesus como ele desejou: a partir do sofrimento do povo, longe dos limites das igrejas católicas que abandonam os jovens negros no extermínio das mãos injustas de um setor da polícia que foi formada para ver no negro um problema. Não deu ênfase ao reducionismo milagreiro das igrejas evangélicas, sem compromisso em denunciar a matança dos jovens negros — afirmou o frade.

O frade parabenizou sacerdotes e sacerdotisas que abriram o desfile da Mangueira, especialmente o monge Marcelo Barros, que representava os católicos.

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O desfile

A escola de samba Mangueira levou para Sapucaí neste domingo uma alegoria em que aparecem crucificados um homem negro, um indígena, uma mulher e um representante da população LGBT.

Juntamente aos personagens representando Jesus, Maria Santíssima e outros símbolos cristãos, acompanhavam bailarinas semi-nuas ou trajando poucas roupas, como já é costume nos desfiles, e também jovens cujos figurinos representam a comunidade LGBT.

O que significa o apoio de padres e religiosos à exposição de símbolos cristãos no Carnaval?

As muitas manifestações ocorridas em torno da polêmica ocasionada pelo apoio de autoridades católicas à exposição da imagem de Nossa Senhora na festa do carnaval deve-nos fazer dar conta da grande confusão e profunda desorientação em que se encontra o nosso povo. O avançado processo de deterioração da sociedade, resulta sobretudo, do avançado processo de deterioração do clero católico.

Embora a Igreja possua uma doutrina clara e princípios sólidos que devem nortear a conduta moral de seus fiéis, desde há muito, esta clareza e a solidez destes princípios vêm sendo omitidos, negados e combatidos de forma sistemática dentro da própria Igreja. Os fiéis estão confusos e desorientados. Perdeu-se a consciência da universalidade e perene validade dos princípios morais, dos mandamentos de Deus e da lei objetiva que devem orientar a conduta dos cristãos. Têm-se a impressão que a doutrina católica muda de paróquia para paróquia, de diocese para diocese, à depender do padre ou bispo que esteja à frente.

São poucos os pastores de almas que assentam a sua pregação na solidez da Palavra de Deus, do Magistério e da Tradição, aplicando os princípios perenes para orientar os fiéis nas questões práticas do dia a dia. Embora nos tenha advertido fortemente Bento XVI, a ditadura do relativismo vai se impondo de maneira inexorável e atordoante. O despreparo, a omissão, a covardia, bem como a infiltração herética e revolucionária dentro do clero católico, é sem dúvida, o principal fator da marcha deste relativismo que avança dentro da Igreja e da sociedade.

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Primeiro se combatia a Igreja, depois, de maneira orquestrada, passou-se a contestar a doutrina e os princípios cristãos no meio intelectual, desde fora pelos não católicos, e desde dentro pelos infiltrados ou por aqueles que iam se convencendo da validade das novas ideias, sem contar um grande número daqueles que, por causa da mediocrização da formação e afastamento da sã doutrina, sequer eram (e são) capazes de perceber o problema.

Colocadas as bases teóricas para se estabelecer a confusão, passou-se à aplicação prática da heterodoxia que agora, em um mundo relativizado, poderia ser apresentada como uma interpretação da “verdade”, pior ainda, como uma necessária e “legítima” forma de apresentar a doutrina para o mundo atual.

É neste último estágio, que se insere a ação de muitas autoridades da Igreja hoje, incluindo os lamentáveis episódios das bênçãos a sambódromos e à autorização do uso da imagem de Nossa Senhora na festa do carnaval. Ao autorizarem e abençoarem o uso da imagem de Nossa Senhora, em meio à podridão moral que significa o carnaval, as autoridades religiosas estão acenando ao povo que o carnaval é algo bom e a presença dos cristãos é algo desejável. Deste modo, se quebra a resistência de muitos que apegando-se à Palavra de Deus, à pregação dos santos, e às muitas mensagens de Jesus e Maria, condenavam as práticas promovidas por tal evento.

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A Palavra de Deus condena veementemente as orgias, bebedeiras, impurezas, promiscuidades, adultérios, roubos, devassidão e tantas outras práticas promovidas pelo carnaval. Desde que se tem registros destas festas na era cristã, todos os santos, pastores e missionários, pregaram contra tal evento, por significarem evidente meio de perdição e condenação.

São Vicente Ferrer chamava o carnaval de tempo infelicíssimo em que muitos cristãos corriam apressuradamente para a condenação. Com razão, São João de Foligno chamava o carnaval de colheita do diabo. À Santa Margarida Maria Alacoque, Jesus lamentava profundamente a enormidade e quantidade dos pecados cometidos nesta festa mundana. São João Maria Vianey, o Cura D’Ars, dizia que, não há um só mandamento que os bailes não transgridam, e que os mesmos são caminhos certos para o Inferno.

Em 1940, Jesus pediu à Lúcia de Fátima que transmitisse ao Cardeal Patriarca de Lisboa, seu desejo de que fossem abolidas as festas profanas do carnaval, e fossem substituídas por orações e sacrifícios com preces públicas, isto como forma de reparação e súplica por Portugal e demais nações. No final da década de 80 (1989), o então Cardeal do Rio de Janeiro, Dom Eugênio Sales, impediu a exposição da imagem do Cristo Redentor pelo carnavalesco Joãozinho Trinta da Escola de Samba Beija Flor, por compreender que tal exposição seria uma profanação e levaria à confusão entre os fiéis que poderiam pensar que a Igreja aprova este evento pernicioso.

Em nossos dias, quase 80 anos após o pedido de Jesus à vidente de Fátima para que se abolisse o carnaval, e quase 30 anos após de o grande Cardeal Dom Eugênio Sales ter impedido a profanação da imagem do Cristo Redentor, o Cardeal de São Paulo juntamente com uma Comissão de Bispos aprovam por unanimidade a exposição da imagem de Nossa Senhora no carnaval de São Paulo por parte de uma escola de samba.

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Devemos nos perguntar: O que faz estes senhores bispos pensarem que sua atitude foi boa? Só haveriam duas possibilidades da atitude destas autoridades ser boa: Ou de 80 anos para cá o carnaval tornou-se uma festa santa, familiar e promotora da virtude ou Jesus mudou de ideia e os princípios da moral cristã perderam sua validade…

Se descartarmos firmemente as duas teses esdrúxulas, temos que forçosamente concluir que a atitude dos bispos e padres que autorizaram, abençoaram ou apoiaram tal apresentação da sagrada imagem de Nossa Senhora em meio a promiscuidade do carnaval, está profundamente equivocada e têm levado à confusão, à tristeza, à indignação e à perplexidade inúmeros fiéis. Longe de nós querermos julgar a intenção dos corações de nossos pastores, entretanto é nosso dever expor o erro, o grave erro dos mesmos e as consequências desastrosas para a vida da Igreja e dos fiéis, pois o que está em questão é a Palavra de Deus e a salvação de muitas almas.

A partir do momento em que bispos e padres (famosos ou não) aprovam, abençoam e apoiam uma festa como o carnaval, estão se colocando na contramão da Palavra de Deus, dos princípios cristãos, das pregações dos santos e das muitas mensagens de Jesus e Maria. Ainda que não seja a intenção dos mesmos, acabam por relativizar a mensagem do Evangelho e contribuem para remover o pouco que ainda resta dos princípios da moral cristã que orienta os que ainda possuem a ventura de crer. O povo em geral não estuda princípios morais ou éticos, mas para quem mal lê ou escuta o Evangelho, as palavras e atitudes de seus pastores acabam por ser critérios para muitos se orientarem.

Ao “abençoar” um sambódromo ou aprovar a exibição da imagem de Nossa Senhora no carnaval, imagem de Jesus ou qualquer outro simbolo cristão, a maior parte das pessoas entenderão que se trata de uma festa boa e que o que ali acontece não é algo de tão execrável assim. Se existe a bênção e o apoio de bispos e padres a uma festa onde se promove a nudez, a pornografia, a promiscuidade, o adultério, a bebedeira, as drogas, que ocasionam violência e inúmeros abortos e outros tantos males, ficará difícil condenar estes mesmos vícios e males que tanto mal fazem ao nosso povo, às famílias e à sociedade em geral.

O carnaval não é apenas um meio “privilegiado” e eficiente que o diabo usa para aprisionar as pessoas no vício e conduzi-las ao Inferno; É também um grande desastre social na medida em que introduz muitíssimas pessoas nos vícios do alcoolismo e das drogas, o que por sua vez gerará muitos assassínios e roubos, lança muitíssimos outros na estatística dos positivados em HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (pois ao contrário da propaganda oficial, os preservativos não seguram muita coisa), provoca inúmeros abortos como consequência da promiscuidade, introduz muitos jovens no mundo do tráfico e da prostituição, etc, etc, etc…

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Quanto custará ao Estado a recuperação de cada viciado? O tratamento de cada um dos contaminados pelo HIV e outras DST’s? A manutenção dos que foram presos? O cuidado das que provocam aborto? Isto sem contar toda sujeira e poluição que os foliões deixam para trás. Chega a ser patético o esforço que muitas autoridades da Igreja tem feito para justificar o seu apoio e bênção à apresentação da imagem de Nossa Senhora na festa profana do carnaval. Para justificar o injustificável, evocam a presença de Jesus entre prostitutas e pecadores, esquecendo-se do fato de que a presença de Jesus em meio aos pecadores jamais foi com o objetivo de aprovar ou abençoar seus vícios, mas sim de chamá-los à conversão.

As autoridades da Igreja envolvidas no atual episódio, perderam singular ocasião de à exemplo do grande Cardeal Eugênio Sales, reafirmar a solidez dos princípios cristãos, a perenidade dos mandamentos de Cristo, a perversidade de festas como o carnaval e sua clara incompatibilidade com a reta conduta cristã, bem como a reafirmação do respeito que se deve ter ao sagrado símbolo de nossa fé. O relativismo doutrinal e moral, o politicamente correto, o respeito humano e a covardia têm feito naufragar na fé muitas autoridades da Igreja, e desgraçadamente muitas ovelhas que destes dependem. Não foi em vão que no início da década de 60, Nossa Senhora disse em Garabandal: “Muitos Cardeais, bispos e padres estão a caminho do inferno e a levar muitas almas consigo.” Ao discordar e se opor à atitude de nossos pastores, não se tem a intenção de faltar o respeito às autoridades estabelecidas, mas sim de mostrar o fato de que estas mesmas autoridades são falhas e que em muitas ocasiões (por diferentes razões), estão em contradição com o Evangelho e com a Tradição da Igreja. Muitos classificam como ousado ou desrespeitoso o fato de nos opormos a uma autoridade, mas não vêem nenhum problema em estas mesmas autoridades atropelarem a Palavra de Deus e os princípios cristãos, expondo ou induzindo ao erro muitíssimos fiéis.

Resguardando o devido respeito e caridade, é preciso chamar as coisas pelo nome e orientar o povo na verdade do Evangelho sempre ensinada pela Igreja, pois disto dependerá a salvação de cada um. A palavra de Deus diz: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz e da luz trevas.” (Isaias 5,20)… Pois “o meu povo se perde por falta de conhecimento.” (Oséias 4,6). Nestes tempos de apostasia em que a caridade se esfriou, muitos pastores de almas mesmo conhecendo a verdade têm medo de expô-la ao povo. Zelosos com o próprio bem estar, estão mais preocupados em preservar o seu sossego e conservar a sua pele do que salvar as suas ovelhas. Como dizia o benemérito e já citado Cardeal Eugênio Sales: “O que falta na Igreja são calças… E também o conteúdo das mesmas.” Que Jesus mesmo vos dê a graça de conhecermos e vivermos a verdade é dê à sua Igreja, pastores zelosos que não tenham medo de dar a vida por suas ovelhas e conduzí-las ao caminho estreito da salvação.

Templário de Maria

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