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Os fiéis que frequentam a Missa Tradicional são inimigos da Igreja?

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Leia neste artigo especial sobre uma pesquisa que faz uma comparação entre o comportamento de fiéis que frequentam a missa no rito tradicional e fiéis que frequentam o novo rito. Incluimos neste artigo o testemunho de um fiel que mudou de opinião quanto aos grupos de católicos fiéis à tradição após conhecê-los. E para aqueles que ainda não tiveram a chance de participar da missa tradicional, conheça um pouco mais sobre este tesouro da igreja, também neste artigo.

Uma nova pesquisa realizada pelo P. Donald Kloster, da Igreja de Santa Maria, em Norwalk, Connecticut, Estados Unidos, em parceria com um estatístico e com Brian Williams, de LiturgyGuy.com, realçou alguns dados interessantes de um grupo sub-representado de católicos: aqueles que regularmente assistem à Missa Tradicional.           

O sacerdote que iniciou a pesquisa celebra “tanto a Missa de Paulo VI – Novus Ordo Missae — como a Missa Tradicional há cerca de 20 anos e afirma, na introdução dos resultados, que “observou variações entre as pessoas que assistem às duas Missas do Rito Romano”.       

Observando que os “católicos americanos que assistem à Missa de Paulo VI têm sido questionados repetidamente acerca das suas ideias e práticas (Pew Research e Center for Applied Research in the Apostolate at Georgetown University – CARA)”, também observa que “o corpo de pesquisas não parece incluir uma descrição de católicos que assistem à Missa Tradicional” que compreende “cerca de 100 mil católicos”, assistindo “ao menos a 489 Missas dominicais em todo o país”. Foram questionadas, tanto presencialmente como online, um total de 1773 pessoas.

Os resultados em questões-chave revelam que:      

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1. 2% dos católicos que assistem à Missa Tradicional aprovavam a contracepção, contra 89% dos católicos que assistem à Missa pós-conciliar;          

2. 1% dos católicos que assistem à Missa Tradicional aprovavam o aborto, em comparação a 51% dos que assistem à Missa pós-conciliar;        

3. 99% dos católicos que assistem à Missa Tradicional afirmaram ir à missa semanalmente, contra 22% dos que assistem à Missa pós-conciliar;     

4. 2% dos que assistem à Missa Tradicional aprovavam o “casamento gay”, contra 67% dos que assistem à Missa pós-conciliar.

Também é de se destacar a taxa de doação entre católicos que assistem à Missa Tradicional, que era cerca de 6 vezes o total de doações (6% do orçamento) dos católicos de Missa pós-conciliar (1,2%). Os católicos tradicionais também possuíam uma taxa de natalidade de 3,6 contra 2,3 dos católicos pós-conciliares — indicando “uma família aproximadamente 60% maior”.                   

Como afirmam os autores do estudo, as diferenças entre os dois grupos eram “dramáticas, quando comparadas as ideias, a frequência na igreja, a generosidade financeira e as taxas de natalidade”.           

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A pesquisa inicial, conduzida durante alguns meses de 2018, foi curta, mas P. Kloster pretende dedicar-se ao estudo de assuntos adicionais na sua próxima pesquisa — tal como a propensão para as vocações — que deseja iniciar neste ano.             

Os resultados serão, provavelmente, pouco surpreendentes para os católicos que frequentam as capelas em que a Missa Tradicional é disponibilizada no País. Estes indicam que essas capelas são terreno fértil para a ortodoxia católica, famílias numerosas e uma prática autêntica da fé, e continuarão a prover o crescimento e o alimento da Igreja no futuro próximo.      

Adaptado de Fratres in Unum

Conheça mais sobre a Missa Tradicional

Antes de conhecer mais sobre a missa tridentina, leia o breve testemunho de Rodrigo Sousa, coletado nas redes sociais:

Lembro quando me converti ao catolicismo. A galerinha conservadora católica demonizava tanto os católicos mais tradicionais que eu achava que os caras tinham vindo direto do inferno sem baldeamento nem nada.

Quando o tal catolicismo conservador começou a desmoronar junto com o catolicismo liberal, eu comecei a dar uma investigada no movimento tradicional. Caraca! Os tradicionais não são nada do que essa molecada conservadorinha/e-meio-liberalóide apologista de Facebook diz que eles são. Todos os tradicionalistas que cruzei o caminho pessoalmente são: acolhedores, simpáticos, bem-humorados, gente boa pra cacete, levam Deus e os ensinamentos da Igreja a sério, são homens e mulheres de oração, acreditam realmente nos dogmas da Igreja e nas Escrituras Sagradas, são hospitaleiros e bondosos, tem muitos filhos e os ensinam para morar no céu, são trabalhadores e a grandiosa maioria não está em redes sociais (além de várias outras qualidades que não dá pra colocar aqui po causa do espaço).

Foi aí que me lembrei de quando eu era protestante e que os protestantes demonizavam a Igreja Católica. Até que eu decidi conhece-La pessoalmente e, sem a “ajuda” de intermediários, me tornei católico, da mesma forma como agora, já dentro da Barca de Pedro, me tornei tradicional.

Você quer conhecer os tradicionalistas de verdade também? Pare de ouvir quem fala abobrinha na internet a respeito deles e passe seis meses envolvido(a) com a comunidade tradicional mais próxima de sua casa. Vá lá sem preconceitos, sem conceitos já pré-estabelecidos. Conheça as pessoas. Pare de ser viajão na maionese e saia desse mundinho apologético de internet.

Missa Tridentina: o tesouro da Igreja Católica

Você já ouviu falar em Missa Tridentina? Pois bem, a igreja mais antiga de Goiânia (GO), a Capela São José, localizada no Setor São José, ainda mantém a tradição da também chamada Missa de Sempre, Missa Tradicional ou Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano. De segunda-feira a sábado, às 19h, e aos domingos às 9h30, cristãos católicos participam da celebração na tradicional paróquia, fundada em 1901, e que inclusive, foi o primeiro seminário dos Missionários Redentoristas em Goiás.

A Missa Tridentina é rezada nos dias de hoje como foi transmitida pelos apóstolos, com algumas pouquíssimas diferenças e alterações. “A posição do padre dentro do contexto da missa é uma das diferenças. Hoje em dia se pede que o padre, na missa comum, esteja voltado o tempo inteiro para o povo. Na Missa Tradicional, a posição do padre é voltada, na maior parte do tempo, para o altar, todos ficam de frente para o altar. A segunda diferença é relacionada à importância da língua latina. O padre reza a missa em Latim e os fiéis participam respondendo também algumas partes em Latim. Existem outras línguas presentes, inclusive, o Português, o Hebraico, o Grego, mas a língua predominante é a latina”, pontua o Missionário Redentorista Pe. Bráulio Maria Pereira, que faz a celebração há cerca de quatro anos.

Considerada como um tesouro da Igreja Católica, outra característica peculiar é a experiência do sacrifício e da profunda veneração vivida nos ritos. “Todos ficam mais tempo ajoelhados e em silêncio. É uma liturgia predominantemente penitencial. Há uma preferência também pela música sacra, canto gregoriano e a polifonia. Outra especificidade é que as mulheres procuram estar mais modestas, sempre estão usando véu sobre o cabelo; se casadas o véu é preto, se solteiras o véu é branco. Os homens usam sempre calças e camisas de manga. Tudo representa respeito”, ressalta o padre.

Quanto à Eucaristia, Pe. Bráulio afirma que é o momento de maior espírito de adoração: “Boa parte do tempo o padre reza quase em silêncio, praticamente sussurrando, somente o padre e o coroinha ou acólito mais próximo escutam. Então, esta é a primeira diferença na hora da Eucaristia: o silêncio. A segunda é a forma de como receber a comunhão. As pessoas se ajoelham e é como se fosse uma mesa, porque tem um forro e as pessoas recebem a Comunhão ajoelhadas e diretamente na boca. A forma de organização da fila, de ocupar a mesa é bastante apropriada. Sempre tudo isso marcado pela ordem, pelo decoro e por uma posição de profundo respeito. Naquele momento o padre faz uma pequena oração fazendo o Sinal da Cruz sobre o rosto da pessoa que receberá a comunhão, antes de colocá-la sobre a língua da pessoa. Em seguida, elas voltam aos seus lugares e continuam em oração”.

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Uma das peculiaridades da Missa Tridentina está relacionada ao tempo de silêncio. “A missa é uma atualização do calvário. Então, o silêncio transparece uma profunda dor naquele sofrimento, durante a Paixão que Jesus foi submetido. É um silêncio que significa solidariedade, paixão, amor a Deus”, diz o Missionário Redentorista.

Feliz em manter viva uma tradição tão antiga da Igreja Católica, Pe. Bráulio, que já tem quase 12 anos de sacerdócio, conta como foi seu primeiro contato com a Liturgia mais tradicional: “Foi em um mosteiro de frades franciscanos e outro de cônegos regulares. Ali eu pude ver o valor que eles davam ao Latim. Algumas tradições como uso do hábito religioso. Outras tradições como o canto gregoriano, que quase desapareceu das nossas celebrações. E aquilo foi me tocando profundamente para a contemplação do mistério de Deus. Depois, foi em uma viagem para os Estados Unidos, onde fui aprofundando no conhecimento do Latim. Mas, foi lá que eu vi o grande fruto dessa missa na vida concreta das famílias, que educavam seus filhos e sustentavam sua vida familiar a partir da Liturgia tradicional do rito romano. Dessas famílias eu fui conhecendo grupos de religiosos, de irmãos, freiras que também preservaram essa tradição, e eu via que essa Liturgia era autêntica e ajudava os católicos em sua relação com Deus e a progredir na caridade”.

Ainda segundo o padre, toda essa experiência lhe trouxe e traz profunda realização em sua missão religiosa. “Cada vez eu aprendo mais e vivo mais. Claro que tive que me submeter a uma mudança do modo de viver, de rezar, mas sempre foi muito benéfico, edificante. Neste contexto de conhecimento foi que eu me senti chamado por Deus. Não é fácil, exige muito estudo, dedicação, conhecimento profundo dos ritos, que são muitos exatos, minuciosos. Preciso de muita disciplina interior até mesmo para me preparar melhor para sermões ligados ao ensinamento de sempre da Igreja”, conclui o Missionário Redentorista.

Cristã católica, Dimitria Rodrigues visitou a Capela São José e assistiu pela primeira vez uma Missa Tridentina. “Nossa! É bem diferente e muito bonita também. Representa um respeito enorme e tem uma simbologia bem antiga, conservadora. Bom ver que uma Igreja e um padre da minha cidade ainda mantém um costume tão antigo da nossa Igreja. Me emocionei em ver e sentir tudo aquilo. Uma presença forte do Pai Eterno no meu coração”. 

Fonte: paieterno.com.br

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