Ecumênico é tradicionalmente sinônimo de universal. Daí, por exemplo, denominar-se Concílios Ecumênicos os concílios que, presididos pelo Papa, se fazem com todos os bispos católicos do mundo. Distinguem-se dos concílios diocesanos ou regionais. Nesse sentido, está na missão da Igreja Católica trabalhar ardentemente por um são ecumenismo, e os católicos devem desejar de todo coração a conversão do maior número de almas, de maneira que haja “um só rebanho e um só Pastor”. Porém, o termo “ecumenismo” passou por transformações, e não raro, hoje em dia, acabou designando uma espécie de compromisso entre a verdade e o erro, inaceitável para um católico. Os adeptos desse novo “ecumenismo” colocam todo seu empenho em reduzir à mínima expressão as verdades católicas.
Assim, seu principal esforço parece ser o de adaptar os ensinamentos evangélicos às máximas do mundo, ás teorias de seitas heréticas. Em seu método de “apostolado”, tais elementos também fazem todo o possível para subestimar o que separa a Igreja da heresia e hipervalorizar o que, segundo eles, as une. É verdade que a Palavra de Deus vai ser dita por São Paulo que “[…]Deus, nosso salvador, o qual deseja que todos os homens se salvem…” (Cf. 1Timóteo 2,4). Alguns podem usar deste versículo para dizer que em qualquer religião se salva. Porém o mesmo versículo completa “…e cheguem ao conhecimento da verdade” E quem é a Verdade? A verdade é Cristo! Quando alguém torna-se protestante, deveríamos rezar o rosário por exemplo, para que essa pessoa seja iluminada por Cristo e retorne ao seio da Igreja Católica. Mas é isso que acontece? Não! A gente diz que ninguém pode julgar, ou fica quieto e não faz absolutamente nada.
O verdadeiro ecumenismo leva a uma compreensão das diferenças e nunca vem ao custo da Verdade; o falso ecumenismo que predomina leva a um enfraquecimento das práticas católicas, indiferentismo herético, e de escândalos a outros, como as reuniões ecumênicas em lugares Católicos, ou dito Católicos! O concílio que condenou o protestantismo foi o Sacrosanto Concílio de Trento, denominado assim pela cidade onde foi celebrado. Ferido com esta condenação, o protestantismo (…) encerra um apinhamento, o mais monstruoso, de erros privados e individuais, recolhe todas as heresias e representa todas as formas de rebelião contra a Santa Igreja Católica. Seguindo o exemplo dos Apóstolos, a Igreja sempre condenou as heresias e expulsou de seu seio os hereges. Nada de “louvar a unidade na legítima diversidade” do falso ecumenismo. O verdadeiro ecumenismo, a verdadeira caridade com os que estão no erro, é mostrar-lhes a verdade plena, e rezar por eles para que se convertam à verdadeira fé, tal e como rezava toda a santa Igreja na sagrada liturgia da Sexta-feira Santa: “Oremos também pelos hereges e cismáticos, para que Deus nosso Senhor os tire de todos os seus erros, e se digne trazê-los à santa Madre Igreja Católica e Apostólica”
“Não há maior inimigo da Imaculada e de Seu Reinado que o ecumenismo de hoje, o qual todo Cavaleiro da Imaculada, deve não só combater, mas também neutralizar, por uma ação diametralmente oposta” – (São Maximiliano Maria Kolbe).
Diga-se com todas as letras: “Não é lícito promover a união dos cristãos de outro modo senão promovendo o retorno dos dissidentes à única verdadeira Igreja de Cristo, dado que outrora, infelizmente, eles se apartaram dela. Acreditamos, pois, que os que afirmam serem cristãos, não possam fazê-lo sem crer que uma Igreja, e uma só, foi fundada por Cristo. Aos católicos, de nenhum modo é lícito aprovar ou contribuir para estas iniciativas: se o fizerem concederão autoridade a uma falsa religião cristã, sobremaneira alheia à única igreja de Cristo” – (Papa Pio XI, Carta encíclica Mortalium Animos, 6 de janeiro de 1928, n. 16)
Vejamos o que diz a Santa Sé: A doutrina tradicional do ecumenismo esta estabelecida na Instrução Sobre o movimento ecumênico promulgada pelo Santo Oficio em 20 de dezembro de 1949 (no AAS, 31 de Janeiro de 1950), que retoma o ensinamento de Pio XI na encíclica Mortalium animos. Se estabelece que então: Primeiro: “A igreja Católica possui a plenitude de Cristo” e não tem que aperfeiçoa-la por obra de outras confissões. Segundo: Não se deve perseguir a união por meio de uma progressiva assimilação das diversas confissões de fé, nem mediante uma acomodação do dogma católico a outro dogma. Terceiro: A única verdadeira unidade das Igrejas pode realizar-se somente com o retorno (per reditum) dos irmãos separados à verdadeira Igreja de Deus. Quarto: Os separados que retornam a Igreja Católica não perdem nada de substancial de quanto pertence a sua profissão particular, antes o reencontram idêntico em uma dimensão completa e perfeita (“completum atque absolutum”)
“O perene anúncio missionário da Igreja é hoje posto em causa por teorias de índole relativista, que pretendem justificar o pluralismo religioso, não apenas de fato, mas também de iure (ou de principio)” – (Declaração Dominus Iesus, 4)
Unicidade e unidade da Igreja: “Assim, e em relação com a unicidade e universalidade da mediação salvífica de Jesus Cristo, deve crer-se firmemente como verdade de fé católica a unicidade da Igreja por Ele fundada. Como existe um só Cristo, também existe um só seu Corpo e uma só sua Esposa: ‘uma só Igreja católica e apostólica” – (Congregação para a doutrina da fé, Declaração Dominus Jesus, de 6-8-2000, nº 5 e 16. Joseph Card. Ratzinger, Prefeito; Tarcísio Bertone, S.D.B., Arcebispo emérito de Vercelli, Secretário)
Ademais, como diz uma fórmula antiga, Maria é a inimiga de todas as heresias. O auxílio da Virgem Santíssima no combate às insídias do demônio tornou-o consciente de que aquela expressão conciliar “não se tratava de exageros de devotos, mas de verdades hoje mais do que nunca válidas” A Igreja afirma o título de Maria como “advogada, auxiliadora, socorro e medianeira” Não seria por desejo divino, destarte, que a graça da unidade dos cristãos se operasse por meio da Mãe de Jesus? Essa é a pergunta que o “movimento ecumênico” se deve fazer todas as vezes em que for questionada a oportunidade de se falar de Nossa Senhora no diálogo com os protestantes. Vale a pena repetir: de Maria nunquam satis – de Maria nunca se dirá o suficiente.
Assim enfatizou o Papa Bento XVI “é preciso retornar a Maria, se quisermos retornar àquelas verdades sobre Jesus Cristo, sobre a Igreja e sobre o homem” – (RATZINGER; MESSORI, Joseph; Vitorio. A fé em crise? O cardeal Ratzinger se interroga. São Paulo: EPU, 1985, pág. 77)
Ou seja, o melhor caminho para se alcançar a unidade dos cristãos é a TOTAL CONSAGRAÇÃO A VIRGEM MARIA.
Assim como a Igreja nascente justamente se uniu na oração a Virgem Santíssima – a mais nobre fautora e guardiã da unidade – o mais possível oportuno é que outros tantos façam, nos nossos dias, os católicos, a total consagração a Ela, para implorar o auxílio dela nas presentes angústias da Igreja. Acenda-se, pois, por toda parte o ardor por esta total consagração, com a finalidade precípua de através santidade alcançarmos a unidade. Nada poderá ser mais eficaz que isto. Unida intimamente a Cristo, ela deseja sobretudo e quer que aqueles que receberam o dom do mesmo batismo, por Ele instituído, sejam santos e estejam também unidos, por uma mesma fé e por uma perfeita caridade, com Cristo e entre si mesmos.
Através da total consagração a Santíssima Virgem Maria confirmamos os votos batismais com o intuito sobremaneira de correspondermos a nossa vocação à santidade. Sendo por este meio o modo pelo qual combateremos todas as heresias e cismas. Atraindo de volta ao seio da Santa Madre Igreja depósito único da Verdade, tanto os hereges como também os demais, sejam estes pagãos, judeus, maometanos e etc.
É a CONVERSÃO de judeus, maometanos e pagãos; e o RETORNO de hereges e cismáticos que almejamos realizar através do ecumenismo e não outra coisa. Esta sim é a fé da Igreja Católica Apostólica Romana.
Que a Virgem Maria, Rainha dos Corações, nos conserve sempre na Verdade e atraia a todos para a verdadeira unidade. Sendo Ela mesma quem profetizou o Triunfo do Seu Imaculado Coração. Também revelou o meio pelo qual esse Triunfo se daria, e que O mesmo, necessariamente levaria ao Reinado de Jesus Cristo no mundo. Este meio escolhido pela Providência de Deus é como revela a própria Senhora, a Devoção ao Seu Imaculado Coração, traduzida de modo perfeito, na total consagração ensinada por São Luis Maria Grignion de Montfort no Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem. (Catecismo da Total Consagração a Santíssima Virgem)
É acertado dizer que todo católico tem o DEVER de corresponder a este pedido feito por Jesus através da Virgem Maria nas suas Aparições em Fátima/Portugal no ano de 1917. E aquele não o fizer, falta não somente com a devida obediência a Cristo, mas além disso se opõe ao projeto de Deus para a salvação das Almas. Como enfatizou a Santíssima Virgem: “Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz”
Como disse São Luis Grignion de Montfort: Ut adveniat regunum tuum, adveniat regnum Mariae (Que venha o Reino de Maria, para que assim venha o Reino de Jesus Cristo)!
Equipe Padre Rodrigo Maria