Nossa Senhora do Ó, a expectativa pelo nascimento de Jesus | 18 de Dezembro
Invocação que celebra a doce expectativa de Maria Santíssima nos dias que antecedem o Natal!
Diz o Evangelho que “Maria guardava todas as coisas em seu coração” (Lc 2,19). E este mesmo coração guardou as aspirações santas da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido. É isto o que o Igreja celebra neste 18 de dezembro, com a festa da Expectação do parto de Nossa Senhora, popularmente chamada de Nossa Senhora do Ó.
Esta devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, na época do X Concílio, presidido pelo Arcebispo Santo Eugênio, quando se estipulou que a festa da Anunciação fosse transferida para o dia 18 de dezembro.
Santo Eugênio foi sucedido no cargo por seu sobrinho, Santo Ildefonso, que determinou que a festa fosse celebrada neste mesmo dia, mas com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria.
Esta festa ressalta não apenas os anseios da Virgem Maria por ter o Menino Jesus em seus braços, mas também as expectativas de milhares de gerações que suspiram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva. Todo esse ardoroso desejo da humanidade se recolhe e concentra no coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos.
A denominação de Nossa Senhora do Ó se deu em razão das antífonas cantadas entre os dias 17 e 23 de dezembro antes e depois da recitação do Magnificat na oração das vésperas. Todas elas começam por uma invocação a Jesus, que, no entanto, nunca é chamado pelo nome, e todas incluem o apelo “Vinde”.
Essas antífonas começam sempre pela interjeição exclamativa Ó, como expoente altíssimo do fervor e ardente desejo da Igreja, que suspira pela vinda pronta de Jesus. Isso inspirou o povo espanhol a este título de Nossa Senhora.
Tais antífonas são inspiradas pelos textos do Antigo Testamento que anunciam o Messias. Desde a primeira à última, Jesus é invocado como Sabedoria, Senhor, Raiz, Chave, Estrela, Rei e Emanuel.
Em latim, essas palavras são Sapientia, Adonai, Radix, Clavis, Oriens, Rex, Emmanuel. Ao ler apenas as suas iniciais da última para a primeira, forma-se o acróstico “Ero Cras”, que pode ser traduzido como “Virei amanhã”. É a proclamação do Senhor que vem.
No Brasil, o culto e a devoção a Nossa senhora do Ó chegou por meio dos portugueses, tendo se popularizado com a freguesia de Nossa Senhora do Ó, em São Paulo (SP).
A imagem de Nossa Senhor do Ó, geralmente, é representada com Maria tendo a mão esquerda espalmada sobre o ventre sagrado desenvolvido; a mão direita pode também aparecer em simetria à outra ou levantada.
Para celebrar esta data, trazemos a seguir a oração de Nossa Senhora do Ó:
Doce Virgem Maria, cujo coração foi por Deus preparado para morada do Verbo feito carne, pelas inefáveis alegrias da expectação de vosso santíssimo parto, ensinai-nos as disposições perfeitas de uma íntegra pureza no corpo e na alma, de uma humildade profunda no espírito e no coração, de um ardente e sincero desejo de união com Deus, para que o meigo fruto de vossas benditas entranhas, venha a nascer misericordiosamente em nossos corações, a eles trazendo a abundância dos dons divinos, para redenção dos nossos pecados, santificação de nossa vida e obtenção de nossa coroa no Paraíso, em vossa companhia. Assim seja. Amém.
Via ACI Digital
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Esta festa não consta do calendário litúrgico da Igreja, mas tem sabores propriamente espanhóis. Até o século VII, a igreja espanhola celebrava apenas uma festa mariana, mas abrangia todas as outras: a Divina Maternidade ou a “Festa de Santa Maria”, como era simplesmente chamada. É assim que o podemos ver nos antigos calendários moçárabes. No ano de 656 foi celebrado o célebre Concílio X de Toledo e ali os Padres trataram deste assunto com toda solenidade. Três grandes santos participam neste processo: Santo Eugênio, São Fructuoso de Braga e Santo Ildefonso.
Este decreto fazia alusão ao facto de este dia já ser celebrado desta forma em muitas outras Igrejas, mas que em consonância com a Igreja Romana, que o celebra a 25 de março, continua também a celebrar esse dia. A partir desta data foi a festa mais solene que em homenagem à Virgem Maria se celebrou na Espanha e daqui passou para outras Igrejas. Tinha vários nomes: Expectativa da entrega de Nossa Senhora, Virgem Nossa Senhora da Esperança e Virgem dos 0, aludindo às Antífonas Maiores das Vésperas que começam com aquela exclamação. Maria vem preparar o caminho para a chegada de seu Filho ao mundo, a quem ela vem salvar.
O título de Nossa Senhora do”Ó” refere-se às antífonas solenes do Cântico da Virgem, o Magnificat, que nas Vésperas dos sete dias anteriores ao Natal começam com essa carta. Em relação a essas invocações da Virgem, a arte costuma representar Maria em avançado estado de gravidez, com a barriga inchada e a mão sobre ela, indicando que ali está o Filho de Deus, que logo nascerá.
Esperança, porque apresenta Maria em um estágio avançado da gravidez operada pelo Espírito Santo. Expectativa, pela ansiedade e intensidade com que ela esperava poder em breve segurar o que carregava nos braços.
A festa da Encarnação do Verbo no seio de Maria – 25 de março – recai sempre entre os acentos tristes da Quaresma, e é difícil prestar a devida atenção a este grande mistério.
A festa mais antiga dedicada a Maria foi sem dúvida o Natal. Juntos, o Filho e a Mãe são celebrados. Depois de algum tempo, quiseram também dar solenidade à festa sob o próprio aspecto mariano e por isso pensaram em instituir hoje esta festa.
Todo o tempo do Advento é um tempo de “esperança” no Messias que virá para salvar a humanidade. Os Profetas e Padres do Velho Testamento sempre tentaram manter o fogo da esperança aceso na vinda do Messias.