Utilizando o argumento da pandemia, muitos sacerdotes estão aproveitando para impor a comunhão na mão, negando a comunhão a fieis que desejam receber a Santíssima Eucaristia na forma tradicional e litúrgica (diretamente na boca).
A Pandemia, certamente, tournou-se motivo de grande transtorno para os católicos. Com Igrejas fechadas, missas online e sem o sacramento da confissão o povo de Deus sofre com a ausência dos sacramentos insubstituíveis para a vivência de fé de todo católico.
Ocorre que em determinadas dioceses as atividades litúrgicas com a presença dos fiéis estão retornando gradualmente e, o que se percebe, é que os padres estão demonstrando demasiado zelo para obedecer todas as regras sanitárias impostas pelos órgãos sanitários de saúde. Por outro lado alguns deles, muitas vezes movidos por intenções ideológicas, estão se negando a ministrar Santíssima Eucaristia aos fieis que desejam receber a mesma da forma litúrgica estabelecida pela Igreja.
Um exemplo disso aconteceu no dia 31 de agosto na Diocese de Eunápolis – Bahia quando um fiel se aproximou para receber a comunhão como prevê a Santa Sé, mas teve o sacramento negado pelo sacerdote, como vemos no vídeo abaixo:
Além de ser algo impensável a situação causou constrangimento ao fiel na frete de toda assembleia reunida, causando, desse modo, escândalo para o fiel e para outras pessoas presentes, inibindo outras pessoas que tinham o mesmo desejo, de receber a comunhão na boca, de se aproximarem da comunhão, para não sofrer o mesmo constrangimento.
Mas muitos podem se perguntar, o padre pode negar a comunhão nessa situação da Pandemia? O Papa Francisco responde, que não!
Sobre esse tema o Papa Francisco disse “Pode-se negar a comunhão a um pecador público que não se arrependeu, mas é muito difícil comprovar essas coisas”[i], ou seja, o sacerdote não pode negar a comunhão ao fiel pelo simples fato do fiel querer receber a comunhão na boca, isso fere o direito do fiel e expõe o mesmo ao ridículo, uma situação vexatória condenada no Santo Evangelho de São Lucas “Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar, do que levar para o mal a um só destes pequeninos. Tomai cuidado de vós mesmos.”
A Instrução Redemptionis sacramentum, que determina a maneira correta de celebrar a Santa Missa, publicada pela Congregação da Doutrina da Fé, em 2004, afirma no parágrafo 92 que “todo fiel sempre tem o direito de escolher se deseja receber a Sagrada Comunhão na boca”, e completa: “se existe perigo de profanação, não se distribua aos fiéis a Comunhão na mão.”
A Santa Igreja também é muito clara ao afirmar que não é lícito negar a comunhão a um fiel que deseja receber a comunhão de modo oportuno só pelo fato de querer receber a comunhão na boca, de joelhos ou em pé, como lemos no parágrafo 91:
Na distribuição da sagrada Comunhão se deve recordar que «os ministros sagrados não podem negar os sacramentos a quem os pedem de modo oportuno, e estejam bem dispostos e que não lhes seja proibido o direito de receber».[177] Por conseguinte, qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé.
Comunhão na boca não é impedimento
Sobre este mesmo assunto a Arquidiocese de Portland, no estado de Oregon (Estados Unidos), assinalou que o coronavírus não é um impedimento para que os fiéis, que assim desejem, recebam a Comunhão na boca, pois o risco de contrair a doença é “mais ou menos igual” que recebê-la na mão.
“Consultamos dois médicos sobre esse assunto, um deles é um especialista em imunologia no estado de Oregon. Ambos concordaram que, feito adequadamente, receber a Comunhão na boca ou na mão tem mais ou menos o mesmo risco”, assinalou, em 2 de março, o escritório de culto divino da Arquidiocese.
“O risco de tocar a língua e passar a saliva para os outros é obviamente um perigo, mas também é igualmente provável que toque a mão de outra pessoa e, portanto, seja exposto a germes”, continuou.
A Arquidiocese indicou que sua declaração foi publicada depois que alguns fiéis disseram que não lhes permitiram receber a Comunhão na boca ou que esta forma de comungar “foi proibida em algumas paróquias”.
“Depois de consultar o Arcebispo, este escritório quer comunicar claramente que uma paróquia não pode proibir a recepção da Sagrada Comunhão na boca e que nenhum ministro ordinário ou extraordinário pode rejeitar uma pessoa que solicite a Sagrada Comunhão na boca”, indicou a Arquidiocese.
Também assinalou que os ministros da Eucaristia devem poder “distribuir a Sagrada Comunhão sem o risco de tocar nas mãos ou na boca” e que “os fiéis deveriam ser instruídos sobre como receber a Comunhão adequadamente na boca ou nas mãos”.
“Se algum ministro extraordinário da Sagrada Comunhão se sente desconfortável em dar a Eucaristia na mão ou na boca, então, deveria ser dispensado deste ministério”.[ii]
Congregação para o Culto Divino: Não é lícito negar a comunhão na língua devido ao H1N1.
A Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos respondeu a um católico leigo da Grã-Bretanha, na diocese em que a comunhão na língua havia sido restringida devido a preocupações relacionadas à epidemia do vírus Influenza A – subtipo H1N1 (“gripe suína”).
Não faz qualquer sentido científico uma vez que parece melhor ter apenas uma mão envolvida (aquela do Sacerdote). Parece mais seguro ter apenas um homem distribuindo a Sagrada Comunhão (o Sacerdote), nenhum “ministro extraordinário” de qualquer tipo, e que todos os fiéis recebessem a Comunhão da maneira tradicional.