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História

Em 13 de Maio comemoramos dia da Abolição da Escravatura no Brasil pela Princesa Isabel

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Nesta mesma data, há 133 anos, a Princesa Isabel assinava a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil ao fim do Segundo Reinado.. Com a assinatura dessa lei, aproximadamente 700 mil escravos foram libertos de sua condição.

Adepta da Doutrina Social da Igreja e bastante próxima do Papa Leão XIII, a Princesa Isabel, ao assinar um documento que lhe custaria a Coroa Imperial, mostrou ao mundo que um cristão, quando estão em jogo o amor a Deus e ao próximo, deve sacrificar seus próprios interesses para salvar sua alma.

Ao ouvir do Barão de Cotegipe as seguintes palavras : “Vossa Alteza libertou uma raça mas perdeu um trono” a querida Princesa regente Dona Isabel respondeu:

“Se Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para acabar com a escravidão no Brasil”

No dia 13 de maio o povo brasileiro celebra uma das decisões mais importantes de sua história: a assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel. A figura desta monarca se traduz para todos os brasileiros com simpatia e gratidão. Foi ela a primeira mulher a exercer o poder de governo em nosso País, marcando nossa história com fatos e decisões de enorme significação humanitária e política. A Princesa Isabel esteve no comando geral da nação brasileira por três vezes, sempre pelo motivo de viagens de seu pai, o Imperador Pedro II. Ao menos em duas, ela pôde por em prática seu caráter decisório e seu espírito cristão em favor da libertação dos escravos. A primeira foi em 1871, quando promulgou a Lei do Ventre Livre, no dia 28 de setembro do referido ano, decretando que todos os filhos de escravas daquela data em diante, seriam livres e não poderiam mais ser tratados como cativos. A segunda foi justamente a 13 de maio de 1888, ocasião em que assinou a famosa Lei Áurea, que com único artigo, elimina para sempre o a escravidão legal no Brasil. 

Em carta que hoje se encontra no acervo do Museu Imperial em Petrópolis, mostra o projeto de indenização para ex-escravos, para que pudessem trabalhar em sua agricultura e pecuária e um maior espaço para as mulheres.

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A princesa Isabel é vista ainda por muitos como uma personagem da história meramente representativa e que assinou a lei áurea porque seu pai não estava no país no dia em questão, porém a carta revela muito mais, revela um aproximação fiel ao movimento abolicionista e aos principais abolicionistas da época, que na carta os chama de amigos. Ela demonstra também a preocupação com escravocratas e republicanos como um empecilho para que seus planos se concretizassem.

Em trecho da Carta endereçada ao Visconde de Santa Victória, a Princesa diz:

“Fui informada por papai que me colocou a par da intenção e do envio dos fundos de seu Banco em forma de doação como indenização aos ex-escravos libertos em 13 de Maio do ano passado, e o sigilo que o Senhor pediu ao presidente do gabinete para não provocar maior reação violenta dos escravocratas.

Com os fundos doados pelo Senhor teremos oportunidade de colocar estes ex-escravos, agora livres, em terras suas próprias trabalhando na agricultura e na pecuária e delas tirando seus próprios proventos..”

É preciso recordar que o ideal de libertação da escravatura era um ideal de seu pai, Pedro II, que se destaca na história por uma personalidade nobre, culta e de profundo senso humanitário. Pode-se afirmar que a Casa Imperial brasileira se preocupou, desde o princípio, com a situação escravocrata, pois, já em 23 de novembro de 1826, nos primeiros anos da independência do Brasil, realizava-se a convenção que decidia pela proibição do tráfico de escravos, ainda que por pressão do Reino Inglês. Tal decisão teve efeito prático a partir de 1850, quando a tráfico negreiro foi definitivamente proibido.

Porém, nem sempre os poderes estabelecidos sejam em regimes monárquicos, republicanos ou quaisquer outros são livres para executarem seus propósitos, por causa da pressão social. No caso, na sociedade eminentemente agrícola do Brasil novecentista, não interessava aos fazendeiros qualquer modificação neste sistema produtivo. Neste sentido, a partir destas aspirações do Império, é que surgiu o movimento republicano, inicialmente adepto do sistema escravagista. Quando, a 28 de setembro de 1885, foi promulgada a Lei do Sexagenário, os ânimos opositores ao Império, e em particular contra Pedro II e a Princesa Isabel se acirraram até o momento da proclamação da República, a 15 de novembro de 1899, que para os monarquistas, considerada um golpe militar. Somente a partir da Lei Áurea os republicamos aderiram à ideia da abolição.

A Princesa Isabel nasceu a 29 de julho de 1846, filha de Dom Pedro II, que à época contava apenas com 21 anos de idade, e a Imperatriz Dona Teresa Cristina de Bourbon, italiana das Duas Sicilias, dada em casamento ao príncipe brasileiro. Viveu no Brasil até seus 45 anos de idade, casada com o Conde D’Eu, e depois que a família imperial foi extraditada, passou seus restantes 31 anos na França, vindo a falecer a 14 de novembro de 1921. Seus restos mortais hoje se encontram na Catedral de Petrópolis, ao lado dos túmulos de seus pais, Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina, e ainda de seu esposo, o Conde D’Eu.

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A Princesa Isabel goza de fama de santidade, por causa de sua alma totalmente caridosa, sobretudo com os negros, pobres e desvalidos, além de sua vida de piedade de muita oração e busca das virtudes. Tinha a prática sacramental exemplar, com confissões e comunhões frequentes, cuidava de não praticar a vaidade nem mesmo no vestir, pois costumava usar roupas simples para uma princesa, apenas utilizando certos vestidos solenes para ocasiões oficiais. Manteve respeitosa e bonita correspondência com os Papas Leão XIII e Pio X, entre as quais encontram-se cartas em que sugere aos Sucessores de Pedro a promulgação do Dogma da Assunção de Maria, só declarado em 1950, pelo Papa Pio XII. Tendo encontrado problemas para engravidar-se, fez pedidos insistentes a Deus por intercessão de Santa Isabel da Hungria, e fez construir em Caxambu-MG uma Igreja dedicada a esta devoção. Depois de onze anos de casada teve seu primeiro filho e depois Deus lhe deu ainda mais quatro. Em 1904, ofereceu a Nossa Senhora Aparecida a primeira coroa feita com suas jóias pessoais.

Ouçam abaixo um trecho de uma ótima formação contendo detalhes sobre a magnífica história da Imagem de Nossa Senhora Aparecida.

https://templariodemaria.com/wp-content/uploads/2016/10/Iconografia-de-Nossa-Senhora-da-Imaculada-Conceicao-Aparecida-Prof-Raphael-Tonon.mp3

Um grupo de fieis, conhecedores de sua vida reta e virtuosa, pediu à Igreja a abertura do processo de sua beatificação o que foi aceito pela Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

O Brasil deve a esta sua importante personalidade histórica destaque e honra, pois trata-se de um exemplo de mulher e de ilibada atuação política.

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