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Desvantagens do filho único e vantagens de uma família numerosa

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Em nossa sociedade presenciamos uma forte tendência à limitação da prole até mesmo por famílias cristãs. Alguns casais, buscando maior conforto e sob pretexto de oferecer “uma vida melhor” para o filho, se contentam a ter apenas um filho. Veja o que diz o Padre Jean Viollet sobre as desvantagens do filho único e vantagens de uma família numerosa.

O amor mútuo dos pais pode-se desvirtuar e, destruindo a dedicação que lhe é o fundamento, arrumar, em seu germe, às disposições generosas da criança. É o caso dos esposos que reduzem o número de filhos, sob pretexto de melhor pertencerem-se um ao outro.

Essa restrição voluntária, baseada no egoísmo, cria um ambiente familiar susceptível de prejudicar, grandemente, o desabrochar das qualidades morais infantis.

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Não se pode comparar a influência espiritual, da casa do filho único, com a do que vive no meio de numerosos irmãos.

As condições necessárias, à formação do caráter, são desfavoráveis quando o educando é sozinho a aproveitar os benefícios da vida do lar. Facilmente, ele é levado a crer que tudo lhe é devido, pois, sempre recebe, sem jamais partilhar.

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Torna-se, exageradamente, mimado por seus pais, que não repartem com outros seus cuidados e suas ternuras.

É da mais alta importância que o ambiente onde evolui a criança, permita a eclosão das boas e das más inclinações, a fim de que, conhecidas desde os primeiros anos, elas possam ser, facilmente, orientadas ou reprimidas.

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Em uma família onde os filhos são numerosos, os caráteres manifestam, desde cedo, suas secretas tendências e cada um acha-se na obrigação de adaptar-se, corrigindo ou dominando seus defeitos. Se não o faz de modo próprio, as reações dos irmãos infligem-lhe, por bem ou por mal, lições salutares.

A repressão das paixões é facilitada pelo fato de os desentendimentos nascerem espontaneamente nas relações cotidianas da criança.

Graças aos choques dos temperamentos, podem os educadores descobrir, ao vivo, as tendências de cada um.

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Bem longe de serem considerados simples distribuidores de benefícios materiais, como, muitas vezes, os representa o filho único, eles simbolizam a autoridade encarregada de restabelecer a paz, quando esta é perturbada, juízes que atalham, imparcialmente, as contendas, castigando, ou, recompensando, segundo as circunstâncias.

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Pelo contrário, o verdadeiro caráter do filho único permanece, muitas vezes, escondido e impenetrável. É uma água adormecida, que não foi agitada pela tempestade das brigas infantis. É, de recear-se, que suas paixões só se manifestem tardiamente, quando ele deixar o ambiente de casa, para chocar-se com as dificuldades e tentações da vida. Já não será mais tempo de intervir com proveito.

Na família numerosa, a criança, por ser obrigada a prestar serviços à comunidade, forma-se, naturalmente, no esquecimento de si e na generosidade. Enquanto que sendo única, torna-se propensa ao egoísmo por ser, sempre servida, sem jamais ter de pensar nos outros.

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Trecho extraído do livro “Pequeno Tratado de Pedagogia”, do Padre Jean Viollet.

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