Durante esta semana o Facebook foi invadido por uma nova funcionalidade chamada avatar, com o qual as pessoas podem criar versões virtuais de si mesmo e usá-las em figurinhas personalizadas para comentários e publicações.
Avatar na informática não é um conceito novo, nem foi inventado pelo Facebook. Este termo foi adotado há muito tempo. Na informática essa palavra significa a representação de si mesmo, geralmente em meios virtuais, com o objetivo de se personificar, para demonstrar uma autoimagem em ambientes virtuais.
É importante lembrar que o termo Avatar, dentro da informática, já é utilizado há muito tempo por aplicativos e sistemas para representar uma imagem do usuário, portanto sendo algo consolidado que a maioria das pessoas que usaram algum tipo de sistema já deve ter utilizado sem nem mesmo perceber.
Não é incomum o uso de expressões com situações que em que não se relacionam com suas origens, mas que são usadas para um novo significado.
Entretanto, muitos católicos compartilharam mensagens reprovando a utilização desta nova funcionalidade por cristãos, uma vez que a palavra Avatar possui ligação com a cultura da religião hindu. Veja um exemplo de comentário:
AVATAR é uma manifestação corporal de um ser imortal segundo a religião hindu, por vezes até do “Ser Supremo”. Deriva do sânscrito Avatāra, que significa “descida”, normalmente denotando uma das encarnações de Vishnu (tais como Krishna), que muitos hinduístas reverenciam como divindade.
Além deste texto, também reproduziram um vídeo antigo do Monsenhor Jonas Abib, no qual ele faz uma explicação daquilo que alguns acreditam ser a “Nova Era de Aquarius” na qual haveria um lider religioso também chamado de Avatar. No entanto, existe uma descaracterização daquilo que é dito no vídeo, uma vez que não há relação nenhuma com o contexto no qual o avatar da informática está inserido.
Se a palavra AVATAR não pode ser usada para expressar um outro conceito, não poderíamos usar outras palavras que também possuem origens pagãs. Podemos, então, citar o exemplo da palavra Hermenêutica, muito usada nas Ciências de modo geral (inclusive na Teologia) remete ao culto helênico oferecido ao deus Hermes (apenas para citar um exemplo). Assim como este exemplo, muitas outras palavras possuem etimologia religiosa pagã.
Diante da polêmica, um padre que gostou da nova funcionalidade do facebook, encarou os comentários na brincadeira, e esclareceu a questão. Veja sua explicação:
Podem fazer a brincadeira do bonequinho, minha gente. Isso existe desde o tempo do Orkut, e eu já fazia por lá.
Quem vê o demônio nessas coisas, às vezes não percebe que o demônio está do seu lado, deixando a vida mais azeda e triste. O demônio está nas novelas imorais, nos filmes de bruxaria, nas músicas pornográficas, na inveja, na malícia, e isso eu não vejo ninguém ser contra. Se reclamar, eu faço mais dez bonequinhos, cada um com um cabelo diferente, já que o meu está tão pouco.
Padre Gabriel Vila Verde
Neste sentido, o padre fez um alerta àqueles que conseguem problematizar algo que a Igreja não se manifestou oficialmente, mas por outro lado, acabam ignorando muitos ensinamentos importantes da Santa Igreja. E também recordou um importante ensinamento bíblico:
“Todo aquele que peca é do diabo” IJo 3,8
O pecado mortal (ou grave) é uma desobediência grave à Deus e à sua Lei.
O pecado é mortal quando:
1 – A matéria é grave (ou seja, quando se trata de algo importante)
2 – Existe o conhecimento de causa (ou seja, quando a pessoa sabe o que está fazendo)
3 – Há a vontade deliberada (ou seja, quando se faz por querer)
Se faltar um desses três itens o pecado é leve ou venial.
O pecado mortal é assim chamado porque nos faz perder a graça de Deus, ou seja, a comunhão com Deus, levando nossa alma a um estado de morte.
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Os pecados mortais mais comuns hoje são:
– Faltar missa dominical por preguiça ou comodismo
– Viver junto sem ser casado (amasiados ou casados só no civil)
– Pratica sexual fora do casamento (adultério, fornicação, prática homossexual,etc)
– Pornografia (incluindo novelas com cenas imorais, BBBs, etc)
– Masturbação
– Namoro indecente
– Ter ódio das pessoas (quando se deseja o mal ao próximo)
– Frequentar falsas doutrinas (espiritismo, macumbaria, maçonaria, magia, etc.)
– Difamar e/ou caluniar pessoas
– Inscrever-se ou votar em associações ou partidos abortistas ou que defendem ideias gravemente contrárias à família (como PT, PC do B, PSOL, PV, PSTU, PDT, etc.)
– Praticar ou apoiar a prática do aborto, evitar filhos por métodos artificiais (pílulas, camisinhas, DIU, etc)
– Embriagar-se ou fazer uso de drogas
– Frequentar festas ou shows mundanos (carnaval, discotecas, boates, raves, bailes funks, etc.)
– Entre muitos outros…
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A pessoa que está em estado de pecado mortal NÃO pode comungar, pois a SS Eucaristia é sacramento dos vivos, ou seja, só pode comungar quem está na graça de Deus, sem pecados mortais. Quem comunga estando em pecado mortal comete o gravíssimo pecado do sacrilégio, ou seja, da profanação do Santíssimo Corpo e Sangue de Deus.
“Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, come e bebe a sua própria condenação” (1Cor, 27a-29b)
A pessoa que se arrepende de seus pecados, por mais numerosos e graves que sejam, poderá recuperar a graça de Deus e portanto a amizade com Cristo, se arrependida confessar seus pecados com o sacerdote e receber a absolvição sacramental (Jo. 20,22-23).
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“Quem comunga em pecado mortal, comunga sua própria condenação!”
A pessoa que morre em estado de pecado mortal se condena para sempre ao inferno (Mt. 25, 41). Por isso devemos nos esforçar para amar a Deus de verdade e fugir de todo pecado e de toda ocasião de pecado, pois só se salvam aqueles que no momento de sua morte estão na graça de Deus, ou seja, sem pecados mortais.
Mas se por fraqueza, ilusão ou orgulho cairmos em algum pecado mortal, não permaneçamos deste modo, fora da comunhão com Deus… busquemos um sacerdote e contritos confessemos nossos pecados. Deus não rejeita ninguém que arrependido lhe suplica seu perdão. Devemos nos confessar com frequência (quinzenalmente ou ao menos mensalmente) como ensina o Código de Direito Canônico.
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O amor de Deus é maior do que todos os nossos pecados, portanto não há pecado que Deus não seja capaz de perdoar, desde que haja arrependimento e verdadeiro propósito para deixar o pecado e lutar para permanecer na comunhão com Deus.
Compartilhe a imagem abaixo e ajude, também seus irmãos, a não cometerem este erro tão grave:
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