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Catequese

Conheça a hierarquia dos anjos e suas respectivas funções

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Embora não seja um artigo de fé, a distribuição dos anjos em três hierarquias, cada uma das quais se desdobra em três círculos ou coros, tem fundamento na Escritura e, se bem explicada, põe em evidência a ordem sapientíssima com que Deus governa o universo e leva a cabo os desígnios de sua Providência.

A existência dos anjos é dogma, isto é, verdade de fé da Igreja. Trata-se de verdade contida na Sagrada Escritura, proclamada nos Concílios Ecumênicos, afirmada pela unanimidade dos Santos Padres, e ensinada por todos os Teólogos fiéis ao magistério da Igreja.

A definição dogmática, deu-se no IV Concílio de Latrão realizado no ano 1215. Antes desse Concílio, a existência dos Anjos, fora afirmada e formulada no Concílio Ecumênico de Nicéia I (ano 325), sob o pontificado do Papa São Silvestre, cujo decreto D.54 explica claramente: “Creio em um só Deus, Pai Todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis”.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC) atesta que a “existência dos seres espirituais, não-corporais, a que a Sagrada Escritura habitualmente chama anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura é tão claro como a unanimidade da Tradição” (§ 328).

São criaturas puramente espirituais, dotadas de inteligência e de vontade. São pessoais e imortais. Ainda de acordo com o CIC, eles excedem em perfeição todas as criaturas visíveis. “Eles jamais poderão morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, porque são ressuscitado” (Lucas 20,36). 

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Mas o que são exatamente os anjos e como eles estão organizados? 

A Igreja nos ensina que há 9 coros dos anjos, sendo eles divididos em 3 hierarquias. Seguindo o critério tradicional, são nove (9) os Coros ou Ordens Angélicas: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potestades, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos, distribuídas em três Hierarquias.

Os da primeira hierarquia — recapitulemos — são aqueles que, colocados na “antecâmara” da divindade, haurem suas luzes imediatamente de Deus. Os da segunda são aqueles que, iluminados pelos anjos superiores, conhecem as coisas em suas causas criadas mais universais. Os da última são aqueles que, iluminados pelos anjos médios, conhecem as coisas em suas causas singulares e próximas.

Cada uma dessas hierarquias, como já foi dito, se divide em três ordens ou coros segundo diferentes ofícios ou atos. Por isso, temos ao todo nove ordens angélicas, conhecidas por nomes tirados da Escritura (cf. Ef 1, 21; Col 1, 16; 1Ts 4, 16; Jd 9). Contudo, não podemos afirmar com certeza que haja somente nove ordens. Afinal, o próprio São Paulo, depois de enumerar quatro coros, acrescenta: “Acima de todo o nome que é nomeado, não só neste século, mas também no futuro” (Ef 1, 21), o que permite supor que haja ordens cujos nomes nem sequer conhecemos [1].

Seja como for, alguns autores dão como razão de conveniência para o número nove o fato de Deus governar o universo não só por si mesmo e diretamente, mas também com a ajuda e o ministério de suas criaturas, das quais os anjos são as mais perfeitas.

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Ora, em toda obra de governo se podem distinguir três momentos: 1) a concepção dos fins e objetivos do reino que o príncipe tem em sua mente e costuma confiar a seus conselheiros; 2) a transmissão desse projeto aos ministros incumbidos de levá-lo a cabo; 3) e a execução dela pela mão de funcionários de categoria inferior. Trata-se de um processo análogo ao de uma construção: o arquiteto concebe o edifício, o engenheiro dispõe o necessário à obra e os pedreiros a executam seguindo as orientações do mestre de obras.

Também as ordens angélicas estão organizadas conforme este esquema, de maneira que, dentro de cada hierarquia, encontraríamos uma ordem ocupada dos fins, outra dos meios e uma terceira da execução. Essa distribuição serve, em último termo, ao cumprimento dos desígnios da divina Providência, de modo que a ação dos anjos redunde sempre na maior glória de Deus — glória que, como vimos, se manifesta formalmente pelo louvor que lhe dá a criatura racional em santidade e justiça:

A finalidade da hierarquia angélica não é outra que a maior semelhança e união possível com  Deus. Por isso mesmo, cada ordem ou coro angélico deve, segundo sua capacidade, imitar a Deus, fazer-se seu colaborador e manifestar em si mesmo a eficácia da ação divina. Quanto à pureza, à iluminação e à perfeição recebidas de Deus, cada ordem se aproveita delas, em primeiro lugar, pessoalmente, e depois as comunica à ordem ou coro inferior, e este ao seguinte, e assim sucessivamente até chegar ao último [e também aos homens] [2].

É muito difícil precisar, no entanto, o ofício próprio de cada uma das nove ordens, segundo seu grau de iluminação e perfeição. Nisto, por falta de definição dogmática, há liberdade de opinião. São Gregório Magno, por exemplo, explica os coros angélicos por referência a diferentes ministérios, sem atender ao que as distinguiria essencialmente. O Pseudo-Dionísio, evitando entrar em detalhes, faz um esboço da natureza específica de cada uma delas, que poderíamos resumir assim:

I. Primeira hierarquia. — A ela pertencem os anjos mais próximos de Deus e, portanto, os mais perfeitos, sábios e santos. São os conselheiros e confidentes íntimos do Altíssimo. Costuma-se dividir esta primeira hierarquia em:

  1. Serafins, cujo nome significa “fogo”, e isso por duas razões: porque eles mesmos vivem abrasados de amor divino e porque transmitem aos espíritos inferiores um pouco de seu próprio ardor na caridade. São anjos “incandescentes”, voltados totalmente para a contemplação e adoração a Deus.
  2. Querubins, assim chamados por terem uma ciência eminente, com a qual iluminam os que lhes são inferiores. Dionísio os chama de “profusão de sabedoria ou ciência”, enquanto São Gregório e São Bernardo preferem o nome “plenitude de ciência”.

    São considerados guardas e mensageiros dos Mistérios Divinos, com a missão especial de transmitir Sabedoria. No início da criação, foram colocados pelo CRIADOR para guardar o caminho da Árvore da Vida.(Gn 3,24) Na Sagrada Escritura o nome dos Santos Anjos Querubins é o mais citado, aparecendo cerca de 80 vezes nos diversos livros.

    São também os Querubins os seres misteriosos que Ezequiel descreve na visão que teve, no momento de sua vocação: (Ez 10,12) Quando Moisés recebeu as prescrições para a construção da Arca da Aliança, onde o SENHOR habitou, o trono Divino foi colocado entre dois Querubins: (Ex 25,8-9.18-19) Estas considerações atestam que os Querubins são conhecedores dos Mistérios Divinos.
  3. Tronos, anjos elevadíssimos, são como que a sede em que Deus está sentado, daí a paz e segurança que gozam e comunicam aos demais. Participam de algum modo na execução dos decretos divinos mais importantes.

    Acolhem em si a Grandeza do CRIADOR e a transmitem aos Santos Anjos de graus inferiores. São chamados “Sedes Dei” (Sede de DEUS).  Em síntese, os Tronos são aqueles Santos Anjos que apresentam aos Coros inferiores, o esplendor da Divina Onipotência.

II. Segunda hierarquia. — A ela pertencem os anjos médios, que servem de ponto de união entre a hierarquia suprema, em contato direto com Deus, e a ínfima, em contato direto com os homens

São eles que dirigem os Planos da Eterna Sabedoria, comunicando aqueles projetos aos Anjos da Terceira Hierarquia, que vigiam o comportamento da humanidade. Eles são responsáveis pelos acontecimentos no Universo.

É tradicionalmente dividida em:

  1. Dominações, assim chamadas por terem domínio supremo sobre as coisas criadas, além de terem como súditos todos os anjos inferiores, que os servem como ministros e administradores.

    São aqueles da alta nobreza celeste. Para caracteriza-los com ênfase, São Gregório escreveu: “Algumas fileiras do exército angélico chamam-se Dominações, porque os restantes lhe são submissos, ou seja, lhe são obedientes”.

    São enviados por Deus a missões mais relevantes e também, são incluídos entre os Santos Anjos que exercem a “função de Ministro de Deus”.
  2. Virtudes, às quais São Gregório atribuía a prerrogativa de operar milagres, dão fortaleza aos anjos inferiores e, para alguns autores antigos, seriam as responsáveis por mover as causas mais universais do mundo.

    É o Coro Angélico formado por aqueles que transmitem aquilo que deve ser feito, cuidando de modo especial da “forma” ou “maneira” como devem ser feitas as coisas.

    Também são os Condutores da ordem sagrada. Pelo fato de transmitirem o poder que recebem de Deus, são espíritos de alta concentração, alcançando um grau elevado de contemplação ao Criador.
  3. Potestades (κυριότητες), que participam de algum modo do poder divino, contêm e coíbem as forças infernais, para que não façam aos homens todo o mal que gostariam, mas apenas na medida permitida por Deus.

    É o Coro Angélico formado pelos Santos Anjos que transmitem aquilo que deve ser feito, cuidando de modo especial da “forma” ou “maneira” como devem ser feitas as coisas.

    Também são os Condutores da ordem sagrada. Pelo fato de transmitirem o poder que recebem de Deus, são espíritos de alta concentração, alcançando um grau elevado de contemplação ao Criador.

III. Terceira hierarquia. — A ela pertencem os anjos menos perfeitos, os mais distantes de Deus e os mais próximos do homem.

Eles que executam as ordens do Altíssimo. Estão mais próximos de nós e conhecem a fundo a natureza de cada pessoa que devem assistir, a fim de poderem cumprir com exatidão a Vontade Divina: insinuando, avisando ou castigando, conforme o caso.

Divide-se em:

  1. Principados, por serem os primeiros, isto é, os príncipes e guias na execução dos desígnios de Deus. Também se lhes atribui a condução dos principados humanos, ou seja, dos reinos e governos deste mundo.

    são guias dos mensageiros Divinos. Não são enviados a missões modestas, ao contrário, são enviados a príncipes, reis, províncias, Dioceses, de conformidade com o honroso título de seu Coro. No livro de Daniel são também apresentados como protetores de povos: (Dn 10,13) Significa dizer, que são aqueles Anjos que levam as instruções e os avisos Divinos, ao conhecimento dos povos que lhe são confiados.

    Porém, quando esses mesmos povos recusam aceitar as mensagens do Senhor, os Principados transformam-se em Anjos Vingadores, e derramam as taças da ira Divina sobre eles, de forma a reconduzi-los através do castigo e da dor, de volta ao DEUS de Amor e Misericórdia que eles abandonaram propositalmente.
  2. Arcanjos, incumbidos de anunciar somente as mensagens mais importantes, geralmente referentes aos mistérios divinos e aos planos salvíficos de Deus. São Gabriel, enviado para anunciar a Encarnação do Verbo, é um dos arcanjos.

    Pelas funções que desempenha, acreditamos que ele deve estar colocado no mais alto Coro dos Santos Anjos. Gabriel também é chamado de Arcanjo, e da mesma maneira que Miguel, através das páginas da Sagrada Escritura, vê-se que é conhecedor dos mais profundos Mistérios de DEUS, inclusive foi Gabriel quem Anunciou a Maria que Ela estava cheia de graças e tinha sido escolhida pelo Criador, para Mãe de Deus Por outro lado, também Rafael é denominado pela Igreja como um Arcanjo.

    A respeito de Rafael, no Livro de Tobias, ele mesmo confirma que está diante de Deus:“Eu sou Rafael, um dos sete Anjos que estão sempre presentes e tem acesso junto à Glória do Senhor”. (Tb 12,15)
  3. Anjos, que anunciam coisas de menor monta e, em geral, são destinados à proteção dos homens individualmente.

    Outro aspecto que não pode ser esquecido, é o fato de que os Santos Anjos, guardadas as devidas proporções, estão mais perto da humanidade e por assim dizer, convivendo conosco e prestando um serviço silencioso mas de valor incomensurável à cada pessoa.

    O Criador inspirou o escritor sagrado no Livro Êxodo, da Bíblia Sagrada: “Eis que envio um Anjo diante de ti, para que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que tenho preparado para ti. Respeita a sua presença e observa a sua voz, e não lhe sejas rebelde, porque não perdoará a vossa transgressão, pois nele está o Meu Nome. Mas se escutares fielmente a sua voz e fizeres o que te disser, então serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários”. (Ex 23,20-22)

Fontes: Padre Paulo Ricardo e Cleofas

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Atenção

Àqueles que desejam se aprofundar no estudo dos santos anjos, separamos uma lista do youtube (playlist) com 20 vídeos da congregação Obra dos Santos Anjos com várias catequeses de aprofundamento sobre os anjos.

Para assistir a lista clique aqui.

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