A Igreja Católica considera o comunismo uma doutrina anticristã.
Com base nos decretos da Congregação para a Doutrina da Fé e no Código Canônico de 1983, o padre Paulo Ricardo esclareceu uma das dúvidas mais frequentes entre católicos brasileiros: o católico que professa a doutrina comunista está excomungado? A resposta é: sim.
O padre enfatizou ainda que o católico não deve votar em partidos comunistas, mas também não deve votar ou apoiar os partidos que, na prática, se aliam aos comunistas. De forma didática, Paulo Ricardo citou os decretos da Igreja Católica que falam sobre o tema.
“Em 25 de junho de 1949, época do papa Pio 12, o antigo Santo Ofício respondeu à pergunta: “É permitido ao católico votar no partido comunista ou favorecê-lo de alguma maneira?”. A resposta foi negativa. Era uma dúvida frequente e, por isso, Pio 12 fez publicar o decreto de esclarecimento. Os comunistas já eram considerados apóstatas e estavam excomungados desde sempre. O decreto veio apenas confirmar e esclarecer o fato”.
Segundo o decreto citado, a Igreja Católica considera o comunismo uma doutrina materialista e anticristã. Pois, embora declarem que não atacam a religião, os comunistas demonstram –quer pela doutrina, quer por suas ações – que são hostis a Deus e à igreja de Cristo.
“Eles dizem que não são contra Deus, mas na sua atuação prática e na sua doutrina estão contra Deus e contra a religião. Eles acreditam no que a igreja não crê. Portanto, se você professa a doutrina comunista, não professa a fé católica”, resumiu.
Decretos continuam válidos
O padre Paulo Ricardo enfatizou ainda que os decretos da Igreja Católica contra o comunismo não são “datados” ou restritos a um passado de turbulência política. Os documentos têm validade até os dias de hoje e seu conteúdo foi renovado pelo papa João Paulo II.
“O código de direito canônico de 1983, publicado pelo papa João Paulo II, e válido até hoje, reafirmou que professar a doutrina comunista é motivo de excomunhão automática. Quem vota, professa ou trabalha pelo comunismo não pode receber os sacramentos porque é considerado um apóstata da fé católica” detalhou.
O padre Paulo Ricardo explicou ainda que a Igreja Católica não precisa excomungar oficialmente os comunistas. “A Igreja não excomunga; os indivíduos se autoexcluem da comunhão com a igreja quando professam a doutrina comunista. Os decretos são de esclarecimento: essas pessoas já estão excomungadas”.