Arquidiocese solta notas de repúdio contra eventos na Semana Santa; pároco da cidade precisou solicitar apoio da PM para continuar a celebração
O administrador paroquial da paróquia Santo Amaro, em Paripueira (AL), padre Lídio José Torres, precisou pedir ajuda da Polícia Militar para encerrar um bloco de carnaval próximo à igreja no horário da Vigília Pascal, no sábado (16). Em nota, a arquidiocese de Maceió (AL), a que pertence a paróquia, classificou a realização do evento como “afronta ao povo católico”.
O próprio padre Lídio Torres gravou um vídeo do momento em que foi falar com os policiais para pedir que o show da banda ‘É o Tchan’ fosse encerrado, pois a celebração da Vigília Pascal já estava atrasada por causa do carnaval fora de época.
“Eu vou até o trio agora que quer atrapalhar a Páscoa da gente. Pediria a oração de vocês”, disse o sacerdote no início do vídeo. O padre, então, se aproximou dos policiais e pediu ajuda para que pudesse “conseguir celebrar a missa”. A celebração estava marcada para 20h e, às 20h40, o trio elétrico ainda estava na rua da igreja. Por isso, alguns fiéis já estavam indo embora.
Ao final do vídeo, o sacerdote pediu que houvesse “respeito à comunidade católica”, disse ele. “Era preciso que a gente pudesse dizer alguma coisa. Até que horas ia ficar esperando aqui com mais de 500 pessoas para celebrar a Páscoa?”
Na segunda-feira (18), padre Lídio Torre, publicou uma nota de esclarecimento nas redes sociais da paróquia e disse que, quando teve conhecimento da realização do show, procurou o prefeito para falar das “dificuldades que o evento poderia acarretar para a missa da Vigília Pascal”. Por isso, ficou definido que o show seria encerrado às 19h, o que não aconteceu.
Segundo ele, após tentativas infrutíferas de contato com o prefeito, “não restou alternativa senão” ir falar com a Polícia Militar. “A pedido dos católicos e sob pressão do cancelamento da Santa Vigília Pascal, buscou-se o apoio policial para interlocução, já que, do que foi informado, a banda desconhecia o horário de encerramento da apresentação”, disse, destacando que o problema foi solucionado.
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A prefeitura de Paripueira disse que houve um atraso por causa de um problema no trio elétrico, mas que, assim que a organização foi procurada pelo padre, o evento foi encerrado. Além disso, afirmou que foram tomados “os cuidados necessários para evitar qualquer incômodo para a igreja e os fiéis”.
A prefeitura disse ainda que “ofertou toda a estrutura (como tendas, som, iluminação e etc) para que a programação religiosa fosse realizada e que jamais faria qualquer coisa que pudesse prejudicar o momento de fé e devoção”.
Em sua nota, padre Lídio Torres registrou que a paróquia recebe o apoio da prefeitura local na realização de suas ações, “sobretudo recentemente para a encenação da Paixão de Cristo e celebração das solenidades festivas”. Por isso, afirmou que “não condizem com a realidade dos fatos” afirmações veiculadas “de que a gestão municipal atuou deliberadamente para prejudicar os festejos pascais”.
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“A paróquia entende ser função do gestor equilibrar os interesses da população, entretenimento e exercício do culto. E foi justamente para que o direito de celebração de culto fosse respeitado e para fazer valer o próprio apoio da prefeitura (na conciliação de ambos os eventos) que agiu a paróquia de Santo Amaro”, declarou padre Torres.
O arcebispo de Maceió, dom Antônio Muniz Fernandes, publicou nota e que lamenta “a total afronta ao povo católico e às Igrejas perpetrada pela prefeitura municipal de Paripueira, ao promover carnaval fora de época exatamente na Semana Maior para os cristãos”.
“Certamente os mesmos homens e mulheres públicos e políticos, que autorizaram esse evento e tantos outros semelhantes, chegarão as nossas portas para pedir votos no próximo pleito eleitoral. Saberemos responder com a ajuda de Deus e a orientação da Igreja a essa vil e covarde atitude”, afirmou o arcebispo.
Fonte: ACI Digital
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