O cardeal Zen de Hong Kong, dom Athanasius Schneider, bispo auxiliar de Astana, no Cazaquistão, e dom Marian Eleganti, OSB, bispo auxiliar emérito de Coira, Suíça, publicaram junto com 15 sacerdotes e dezenas de intelectuais uma carta ao papa Francisco pedindo que “tome as devidas medidas” e acabe com o Caminho Sinodal Alemão.
O “Apelo contra a tentativa de destruição do Matrimônio por parte do caminho sinodal alemão” e tem um total de 73 assinaturas até o momento e um endereço de correio eletrônico para receber mais adesões. A maioria das assinaturas são de sacerdotes e leigos.
Segundo os assinantes, “o caminho sinodal alemão, apresentado em 2019, tem-se constituído, ao longo destes dois anos, um terreno fértil para a planificação e a consequente massificação de ideias e teorias claramente contrárias ao Magistério imutável e contínuo da Santa Igreja Católica, fundada pelo Divino Salvador sobre a rocha firme dos Apóstolos (Mt 16, 18)”.
“Entre os erros difundidos, constam o ataque declarado ao Sacerdócio, tanto por meio da tentativa de abolição do celibato eclesiástico quanto pela imposição da ordenação de mulheres, e ao Matrimónio, concretamente querendo atacar a união indissolúvel entre um homem e uma mulher, e impondo e equiparando as uniões sodomitas àquele amor que Nosso Senhor Jesus Cristo elevou a sacramento”, afirmam.
“A esse respeito, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenado pela sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole”, recorda o texto.
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O 3º ponto do documento critica a atitude contrária de membros do Caminho Sinodal ao responsum da Santa Sé de 15 de março que veta bênção a uniões homossexuais porque a Igreja não pode abençoar o pecado.
“O clero alemão, a começar pela hierarquia, salvo raras excepções, afastando-se escandalosamente do ensinamento constante da Igreja, sugere, entre outras coisas, a demolição do Matrimônio, tendo sido convocado, para 10 de maio, um dia de “bênção” para todos os apaixonados, incluindo, como seria de esperar, as parelhas homossexuais, em claro desrespeito do responsum da Congregação para a Doutrina da Fé, de 22 de Fevereiro de 2021, a um dubium sobre a bênção de uniões de pessoas do mesmo sexo”, lê-se no texto.
“No documento vaticano, tornado público em várias línguas, lê-se que «não é lícito conceder uma bênção a relações, ou mesmo a parcerias estáveis, que implicam uma prática sexual fora do matrimónio (ou seja, fora da união indissolúvel de um homem e uma mulher, aberta por si à transmissão da vida), como é o caso das uniões entre pessoas do mesmo sexo», sendo reiterado que «a Igreja (…) não abençoa nem pode abençoar o pecado”, reiteram os assinantes afirmando ainda que “segundo consta, são já mais de 2,5 mil os sacerdotes, diáconos e demais agentes pastorais associados a esta iniciativa, o que demonstra uma manifesta aversão à Tradição da Igreja e às normas por ela estipuladas”.
“Segundo o Código de Direito Canónico, o cisma é «a recusa da sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeitos», incorrendo, desta forma, em excomunhão latæ sententiæ todo aquele que o promover. Tudo leva a crer que o caminho sinodal alemão, a cada dia, tende a converter-se num passo para o cisma e a heresia declarada”, diz o texto.
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Os assinantes do apelo escrevem: “Preocupados com esta lastimável situação, nós, Pastores da Igreja Católica e fiéis leigos empenhados na defesa da Verdade da Fé, apelamos ao Santo Padre que tome as devidas medidas para terminar com o caminho sinodal alemão e, se necessário, aplicar as respectivas sanções canónicas aos impulsionadores deste tremendo desvio doutrinal e de comunhão com as Chaves de Pedro”.
“Por outro lado, convocamos, para o mesmo dia 10 de maio, uma jornada internacional de oração e de reparação por todas as ofensas e sacrilégios cometidos pelos Pastores desviados da Igreja alemã, apelando a que seja recitada, em público ou em privado, a ladainha do Sagrado Coração de Jesus e, sempre que possível, que seja oferecida a Santa Missa pro remissione peccatorum e a Comunhão reparadora”, conclui o texto.
Além do cardeal Zen, dois bispos assinam o apelo: dom Athanasius Schneider, bispo auxiliar de Astana, no Cazaquistão, e dom Marian Eleganti, OSB, bispo auxiliar emérito de Coira, Suíça.
O apelo conta com a firma de padres do Brasil, Itália, Portugal e Estados Unidos e tem entre os advogados que assinam a lista, o nome do jurista católico brasileiro Ives Gandra da Silva Martins, de São Paulo.
Com informações de ACI Digital
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