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CAMPANHA DA QUARESMA

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Francisco, vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas.

Narra a hagiografia, que São Francisco de Assis, ao entrar na Igreja de São Damião e se colocar em oração diante do crucifixo, teve uma visão e do crucifixo brotava uma voz que lhe indagava: “Francisco, não vês que a minha casa está em ruínas? Vai, pois, e restaura-a para mim”. São Francisco então respondeu: “Com muito boa vontade o farei, Senhor”.

A Campanha da Quaresma 2025 traz essa proposição de buscarmos, no testemunho de vida e obra de São Francisco de Assis, o conhecimento e as virtudes necessárias para bem vivermos o tempo quaresmal, uma vez que São Francisco é conhecido por suas “Quaresmas”.

Antes de continuar a leitura, assista:

TODA A VERDADE SOBRE A CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2025

São Francisco, no desejo de se assemelhar cada vez mais à Nosso Senhor Jesus Cristo, principalmente por meio de uma vida austera de oração, pobreza e penitência, desenvolveu outras quaresmas ao longo do ano, no intuito de aprofundar ainda mais as virtudes citadas.

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A Quaresma da Epifania (7 de Janeiro a 15 de Fevereiro) para refletir sobre o mistério da encarnação do Verbo, sua humildade e caridade eternas e salvíficas.

A Quaresma da Ressurreição do Senhor (de Quarta-feira de Cinzas até à Páscoa), o qual chamava de “Quaresma das Quaresmas”.

A Quaresma de São Pedro e São Paulo, (de 20 de Maio a 29 de Junho) na qual meditava e manifestava sua gratidão e amor à Santa Igreja e comunhão com a hierarquia.

A Quaresma da Assunção de Nossa Senhora (de 29 de Junho a 15 de Agosto) na qual meditava sobre o amor à Santíssima Virgem Maria

A Quaresma de São Miguel Arcanjo (de 15 de Agosto a 29 de Setembro) na qual trazia o sentido da batalha espiritual contra o pecado, a penitência e a teologia dos anjos.

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A Quaresma do Advento ou da Encarnação (da Festa de Todos os Santos até ao Natal) meditava sobre o grande mistério de amor de Nosso Senhor que vem para nos salvar.

Constatamos o quanto São Francisco é uma figura tão importante para ser recordada, meditada e vivificada em nossa Santa Quaresma e como podemos aprofundar o tripé quaresmal da oração, jejum (penitência) e a esmola (caridade) através dele.

A oração (Mt 6, 5-15): Segundo Tomás de Celano, Francisco de Assis é a personificação da oração. Não era um orante, mas a própria oração. Dificilmente poder-se-ia ter encontrado uma fórmula mais feliz para descrever a dimensão orante de Francisco. É o homem do ininterrupto diálogo com o Senhor. Depois de sua conversão passa a viver na atmosfera de Deus. Percorre um longo e maravilhoso itinerário em seu relacionamento com Deus: há os suspiros profundos de insatisfação com sua vida quando é convocado a dirigir-se a novos horizontes;   percorre as planícies e vales onde estão os homens, seus irmãos, morando com eles, seus irmãos de vocação e de seguimento límpido do Evangelho; há essa comunhão amorosa de Francisco com o Senhor Jesus;  sua oração passa  pela exaltação da bondade  do Criador manifestada no sol e nas estrelas, na água e na mãe terra; oração de imensa intimidade atingindo seu píncaro mais denso e imperscrutável na configuração de  Francisco a Cristo Jesus no alto do Tabor franciscano que é o Alverne. Ali podia ele dizer com Paulo: “Já não sou eu que vivo. É Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Para Francisco, a oração significa, efetivamente, dar lugar a um Outro.

A penitência (Mt 6, 16-18): A vida de penitente de Francisco é mais que uma prática ascética descolada de sua realidade. É um projeto de vida que visa ‘reconstruir’ o que o pecado destruiu. Em seu testamento ele observa: Foi assim que o Senhor me concedeu a mim, frei Francisco, iniciar uma vida de penitência: como eu estivesse em pecado, parecia-me por demais insuportável olhar para os leprosos. Mas o Senhor conduziu-me para o meio deles e eu tive misericórdia para com eles.

A vida de penitente de Francisco não é um ultraje a si próprio, mas um modo de levar a misericórdia de Deus a quem estivesse em pecado ou subjugado pelo pecado alheio. Trata-se ainda de levar o perdão àqueles que estão afastados da graça por não conseguirem viver a paz, como foi o caso do Bispo e do Potestá de Assis. Vale lembrar que o Crucifixo de São Damião é quem convoca Francisco para restaurar a Igreja: Reconstrói a minha casa que está em ruínas. Assim começa a sua vida de penitente, restaurando e reconstruindo o que, de certa forma, o pecado destruiu.

Enquanto o pecado é a expressão da ruptura da graça divina em nossas vidas, a vida de penitente é apelo à conversão que provoca o restabelecimento da graça. É, portanto, o restabelecimento do diálogo com Deus, reconstrução da relação divina como manifestação do dom do perdão e da graça da reconciliação.

A esmola (Mt 6, 2-4): Na Vida Segunda de Tomás de Celano temos o relato: “Noutra ocasião, na Porciúncula, ao voltar um irmão de Assis com esmola, já próximo de cemitério, começou a prorromper em canto e a louvar o Senhor em alta voz. Tendo-o ouvido, o santo salta de repente, corre para fora e, tendo beijado o ombro do irmão, coloca o saco em seu próprio ombro e diz: ‘Bendito seja meu irmão que vai com prontidão, pede com humildade e volta alegrando-se’” (2Cel 76).

Francisco se entregou à pobreza para servi-la, ele a chamava de minha senhora. Quando recebeu seu chamado vendeu tudo o que tinha e levou ao padre da igreja de São Damião, contra a vontade de seu pai renunciou toda a sua herança e disse: “Até agora tu tem sido meu pai na terra, mas agora poderei dizer: ‘Pai nosso, que estais nos céus”.Para compensar a Igreja de São Damião, Francisco pedia esmola em Assis. Fez da pobreza a sua causa, sua forma de vida atraiu alguns seguidores apesar de esse não ser o seu objetivo além de evangelizar.

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A Santa Quaresma, inspirada em São Francisco de Assis, deve nos trazer aquele desejo de unidade com Jesus e a Palavra de Deus, aos moldes do “gigante da santidade”, como bem o definiu Bento XVI: “A verdade é que São Francisco teve realmente uma relação muito imediata com Jesus e com a palavra de Deus, que queria seguir sine glossa, tal qual é, em toda a sua radicalidade e verdade.”

Também viveremos este tempo, através das meditações quaresmais. São Francisco de Assis, conforme narra Tomás de Celano, não tinha um “esquema” de meditações, mesmo porque, historicamente, os métodos de meditação se fixaram no Ocidente a partir do século XV e São Francisco é do século XIII. Celano vai dizer que Francisco era um homem feito oração – “Quando Francisco orava, todo o seu ser era oração” (2Celano 95).

Contudo, a Providência divina nos trouxe a beleza da unidade de São Francisco e Santo Afonso Maria de Ligório. Embora de séculos diferentes (São Francisco no Séc XIII e Santo Afonso no Século XVII/XVIII) ambos tiveram sua experiência de santidade através da oração e dos pobres. Um fato bastante peculiar, sela a unidade entre estes dois grandes santos: a visão da Beata Madre Maria Celeste Crostarosa, fundadora da Ordem do Santíssimo Redentor.

A visão ocorreu no dia 3 de outubro de 1731, véspera da festa de São Francisco de Assis, e ela registrou em sua autobiografia: 

“Aconteceu à noite na hora da entrada no refeitório. Meditei na grandeza do santo patriarca de Assis cuja festa devíamos celebrar, quando de repente, sequestrada em espírito, vi Nosso Senhor aparecer e à sua direita, São Francisco. À esquerda, havia um padre que o Salvador me apontou: era o Padre Afonso de Ligório. Jesus então me disse: ‘Aqui está aquele que escolhi para dirigir o meu Instituto, pretendido como general de uma nova Congregação de homens que trabalharão para minha glória”, escreveu a Beata. 

Por essa unidade e providência, a Campanha da Santa Quaresma 2025 trará como meditação para todos os 40 dias e Semana Santa, as Meditações de Santo Afonso Maria de Ligório, que serão disponibilizadas, logo se aproxime o período Quaresmal com seu início na Quarta-Feira de Cinzas.

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Desejamos assim, contribuir para que nosso povo católico possa viver de maneira coerente e profunda, este santo período, tão solapado por ventos contrários de ideologias que visam desviar o foco do real sentido que a Santa Igreja propõe. Ao passo que, reiteramos que esta ação não é algo separado da Santa Igreja (um método alternativo), mas sim, um meio para ser aplicado, dentro daquilo que inequivocamente já nos é proposto.

Tenha acesso a mais conteúdos (Cartazes, Via Sacra, Dores de Nossa Senhora e Meditações para todas as semanas da Quaresma) todas extraídas dos escritos de Santo Afonso Maria de Ligório, no site: campanhadaquaresma.com.br

Desejamos, desde já: uma Santa Quaresma!

  • As várias “Quaresmas” de São Francisco de Assis – www.franciscanos-rs.org.br
  • Bíblia Católica – Evangelho de São Mateus 6, 1-18
  • AUDIÊNCIA GERAL – Bento XVI – Quarta-feira, 27 de Janeiro de 2010
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