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Bolsonaro aciona Ministério Justiça contra militantes que invadiram missa em Curitiba

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Presidente repudiou ação e anunciou medidas que visam impedir que o caso fique impune.

Diante da repercussão do vídeo no qual um grupo de baderneiros aparece, no sábado (5), invadindo a Igreja do Rosário e impedindo o culto no Centro Histórico de Curitiba (PR) o presidente da República Jair Bolsonaro não tardou em reagir.

O presidente afirmou, nesta segunda-feira (7), que já acionou o Ministério da Justiça, chefiado por Anderson Torres, e o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, liderado por Damares Alves, para acompanhar o caso “de modo a garantir que os responsáveis pela invasão respondam por seus atos”.

Ele também aproveitou para relembrar: “Acreditando que tomarão o poder novamente, a esquerda volta a mostrar sua verdadeira face de ódio e desprezo às tradições do nosso povo”, escreveu.

Veja as publicações de Bolsonaro no Twitter, com divulgação de trecho do vídeo.

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Por que as igrejas cristãs são alvos de ataques da esquerda?

Em 2020 presenciamos ataques brutais a Igrejas Católicas por movimentos de esquerda na America Latina e Estados Unidos. Estes ataques trouxeram novamente à tona a tese de que a real motivação da extrema-esquerda não é uma questão social específica, mas o desejo de uma mudança ampla e radical nas estruturas da sociedade, que passe uma borracha no passado cristão de seus países. Há uma carga simbólica em atos contra igrejas tanto pela ideia de ruptura com a tradição quanto pela conexão ideológica com o caráter anticristão de movimentos esquerdistas do passado.

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Historicamente, revolucionários de esquerda promoveram perseguições sanguinárias ao Cristianismo, a começar pelos atos de terrorismo da Revolução Francesa, como os massacres de setembro de 1792. Na Guerra Civil espanhola, membros de movimentos socialistas destruíram igrejas e obras religiosas e assassinaram milhares de sacerdotes – 1.253 já foram beatificados pelo Vaticano. O Estado ateu da União Soviética promoveu campanhas contra o Cristianismo, demolindo igrejas e executando mais de mil sacerdotes logo em seus primeiros cinco anos de existência. Na China comunista, até hoje, a perseguição a cristãos é um grave problema social.

A ONG cristã Portas Abertas, que divulga estatísticas sobre a perseguição a cristãos no mundo, publica um levantamento anual de ataques violentos a igrejas. Segundo a entidade, nos últimos tempos, houve um aumento expressivo no número de ataques a igrejas e prédios cristãos – o que envolve não só templos, mas escolas, hospitais, cemitérios, lojas, entre outros.

Na Lista Mundial da Perseguição 2019, foram registrados 1.847 atos violentos desse tipo. Na lista de 2020, que leva em conta o período de novembro de 2018 a outubro de 2019, o número subiu para 9.488.

O principal fator de crescimento foi a ação do regime comunista da China contra os cristãos em seu país. O número registrado de igrejas cristãs violadas em território chinês no período do relatório de 2020 foi de 5.576.

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Na África, também houve um aumento expressivo nesses ataques. Só em Angola, foram registrados dois mil atos violentos contra igrejas e prédios cristãos.

No Brasil, ataque a igreja poderia ser enquadrado em quatro tipos penais, inclusive terrorismo.

Crime contra o sentimento religioso

Segundo o artigo 208 do Código Penal brasileiro, é considerado crime impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso.

Art. 208 – Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

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Arquidiocese de Curitiba repudia invasão de Igreja do Rosário

A Arquidiocese de Curitiba se manifestou nesta segunda-feira (7) contra a invasão ocorrida na Igreja do Rosário, no último sábado (5), sob a liderança do vereador Renato Freitas (PT). Em nota de repúdio, a Arquidiocese confirmou que a manifestação no local aconteceu no horário em que uma missa era realizada. Conforme discurso do vereador, o protesto tinha como motivação a luta contra o “racismo estrutural” e as mortes Moïse Mugenyi e Durval Teófilo Filho.

De acordo com a nota da Igreja Católica, solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideres do grupo de manifestantes incentivaram comportamentos invasivos e desrespeitosos. “Infelizmente, o que houve no último sábado foram agressividades e ofensas. É fácil ver quem as estimulou”, diz o comunicado, assinado pelo Arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom José Antonio Peruzzo.

“A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo”, reforça a Arquidiocese. Leia abaixo a nota na íntegra.

Nota da Arquidiocese de Curitiba

Nota da Arquidiocese de Curitiba sobre a manifestação ocorrida dentro da Igreja do Rosário

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No dia 05 de fevereiro de 2022, em torno das 17.00hs, um grupo apresentou-se junto à porta da Igreja do Rosário, para protestar contra a violência havida no estado do Rio de Janeiro, cujo desdobramento final foi a morte de um cidadão congolês e, em outro caso, a morte de um brasileiro afrodescendente. Era no mesmo horário da celebração da Missa. Solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos.

É verdade que a questão racial no Brasil ainda requer muita reflexão e análises honestas, que promovam políticas públicas com vistas a contemplar a igualdade dos direitos de todos. Mas não é menos verdadeiro que a justiça e a paz nunca serão alcançados com destemperos ou impulsividades desequilibradas.

Desde a sua primeira inauguração, em 1737, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos sempre foi um lugar de veneração e de celebração da fé. Foram os escravos a edificá-la. Hoje, muitos afrodescendentes, a visitam. E o fazem em grupos ou individualmente. Sempre primaram pelo profundo respeito, até mesmo quando não católicos.

Infelizmente, o que houve no último sábado foram agressividades e ofensas. É fácil ver quem as estimulou.

A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo.

Curitiba, 07 de fevereiro de 2022.

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Dom José Antonio Peruzzo
Arcebispo

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