O padre Federico Lombardi, diretor da sala de imprensa da Santa Sé de 2006 a 2016, disse que Bento XVI está pronto para “o encontro definitivo” com Deus.
Lombardi deu uma entrevista ao jornal Avvenire, da Conferência Episcopal Italiana, por ocasião de seu aniversário de 80 anos que será no dia 29 de agosto.
Na entrevista publicada na segunda-feira (22), o ex-superior provincial dos jesuítas na Itália e ex-diretor do Centro Televisivo Vaticano, disse que acompanhou Bento XVI “durante quase todo o seu pontificado, desde 2006 até sua renúncia ao ministério petrino em fevereiro de 2013″.
Lombardi destacou que Bento XVI “é um homem de estudo” e o definiria como “um papa teólogo com ideias muito claras”.
Lombardi também falou de uma grande virtude do papa emérito: “humildade. Nos diálogos comigo falava sempre em italiano e não em alemão”, embora Lombardi tenha aprendido alemão quando estudou teologia em Frankfurt, onde foi ordenado em 1972.
Ele só às vezes falava em alemão, quando falava com seu secretário, dom Georg Gänswein, e “tinha a fineza de repetir as mesmas coisas em italiano”, mesmo que não fosse necessário.
Seu último encontro com Bento XVI
Sobre a última vez que pôde vê-lo, Lombardi disse que foi “no dia 7 de maio, para lhe dar a notícia do prêmio da Fundação dedicada a ele”.
Bento XVI, que fez 95 anos em abril, “ainda conserva uma lucidez mental formidável. Ele tem uma memória e uma capacidade de conexão realmente notáveis para sua idade.”
Lombardi disse ainda que depois de ver Bento XVI ficou com “a ideia de um homem que, apesar da sua fragilidade, transmite serenidade. Graças, eu acho, a uma intensa vida de oração”.
“Ele sempre se despede dando um belo sorriso e se sente pronto para o encontro definitivo com o Senhor”.
Bento XVI diz desejar ir “logo ao céu” e reencontrar amigos
Em 2021 o papa Emérito Bento XVI, de 94 anos, disse que espera poder reunir-se em breve a seus amigos no Céu, numa mensagem de condolências pela morte de um padre da ordem cisterciense.
Em uma carta de 2 de outubro e publicada pela abadia de Wilhering, na Áustria, Bento XVI disse que estava profundamente comovido com a morte do padre Gerhard Winkler.
“A notícia da morte do prof. dr. Gerhard Winkler O. Cist., que me foi transmitida, me afetou profundamente. Entre todos os colegas e amigos, ele era o mais próximo de mim. Sua alegria e profunda fé sempre me atraíram”, escreveu Bento XVI, que foi papa de 2005 a 2013.
“Agora ele chegou ao outro mundo, onde tenho a certeza que muitos amigos já o esperam. Espero poder me unir a eles logo”, disse.
Padre Bernhard Winkler nasceu em Wilhering, perto da cidade de Linz, na Áustria, em 1931. Lá ele entrou para o mosteiro cisterciense local em 1951, assumindo o nome religioso de Gerhard. Winkler foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1955, em Linz.
Depois de obter o doutorado em teologia em Viena em 1956, ele ensinou alemão e inglês e obteve um mestrado em Inglês pela Universidade Notre Dame, em Indiana, EUA.
Em 1969, Winkler iniciou uma carreira acadêmica na Alemanha, lecionando em Bochum e Friburgo.
Como acadêmica, o monge cisterciense trabalhou em estreita colaboração com Joseph Ratzinger, o futuro Bento XVI, na Universidade de Ratisbona, onde lecionou História da Igreja Medieval e Moderna de 1974 a 1983.
Ratzinger ingressou na Universidade de Ratisbona em 1969 como professor de Teologia Dogmática e História do Dogma. O futuro papa serviu como vice-presidente da universidade até 1977, quando foi nomeado arcebispo de Munique e Freising.
Padre Winkler foi professor de História da Igreja na Universidade de Salzburg, Áustria, de 1983 até sua aposentadoria em 1999.
Desde 2018, morou em Linz, numa casa de repouso para idosos dirigida por religiosas.
“Enquanto isso”, concluiu Bento XVI sua mensagem de condolências, “eu me uno a ele e à comunidade monástica de Wilhering em oração”.
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