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Bento XVI: “Espero me unir logo” aos amigos que já estão na eternidade

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“Afetou-me profundamente a notícia da morte do professor dr. Gerhard Winkler. Ele chegou agora ao outro mundo, onde tenho a certeza de que muitos amigos já o aguardam”

O Papa Emérito Bento XVI enviou uma carta aos padres da abadia de Wilhering, na Áustria, no dia 2 de outubro, para oferecer os seus pêsames pelo falecimento do pe. Gerhard Winkler, de quem era grande amigo.

O monge cisterciense partiu deste mundo enquanto descansava numa casa de repouso para idosos, em Linz, na Áustria, onde vivia desde 2018. A residência é administrada por freiras. Ele havia nascido em Wilhering no ano de 1931 e tinha ingressado ao mosteiro cisterciense em 1951, adotando o nome religioso de Gerhard – seu nome de batismo era Bernhard. Foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1955, doutorou-se em teologia em 1956 e passou a atuar no mundo acadêmico, em cujo contexto trabalhou com Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, na Universidade de Ratisbona. Ali deu aulas de História da Igreja entre 1974 e 1983. A partir de então, lecionou a mesma matéria na Universidade de Salzburg até se aposentar em 1999.

A mensagem de condolências do Papa Emérito pela morte do pe. Gerhard foi divulgada pela própria abadia. No texto, Bento XVI afirma:

“Foi-me transmitida e afetou-me profundamente a notícia da morte do professor dr. Gerhard Winkler O. Cist. Entre todos os colegas e amigos, era ele o mais próximo de mim. Sua alegria e profunda fé sempre me impactaram. Ele chegou agora ao outro mundo, onde tenho a certeza de que muitos amigos já o aguardam. Espero me unir logo a eles”.

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Bento XVI: “interiormente em peregrinação para Casa”

O Papa Emérito, de 94 anos, vive em retiro no mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano, desde que renunciou ao pontificado numa decisão histórica anunciada ao mundo em fevereiro de 2013. Bento XVI só saiu da Itália uma única vez desde então: em junho de 2020, ele viajou a Ratisbona, Alemanha, para visitar seu irmão mais velho, o pe. Georg Ratzinger, então com 96 anos e gravemente enfermo. Foi uma viagem quase de emergência, com pouco tempo de planejamento. De fato, o pe. Georg faleceu em 1º de julho, pouco após o retorno do irmão ao Vaticano. Com a morte de Georg, o Papa Bento perdeu o único membro da sua família que ainda estava vivo nesta terra.

O próprio Bento XVI já afirmou em diversas ocasiões que se prepara para a mesma viagem definitiva. Em 7 de fevereiro de 2018, por ocasião do quinto aniversário da sua renúncia, ele enviou uma carta ao jornal italiano Corriere della Sera confirmando a natural deterioração da sua saúde física e declarando, com grande simplicidade, que já estava “em peregrinação a caminho de Casa”. Ele escreveu:

“Só posso dizer que, na lenta diminuição das forças físicas, estou interiormente em peregrinação para Casa. Para mim, neste último trecho do caminho, às vezes um pouco esgotador, é uma grande graça estar rodeado de amor e bondade tamanhos que eu não poderia ter imaginado”.

A serenidade de Bento XVI diante do final da vida terrena é um sinal de fé. É a consciência de que a vida ilumina a morte e, portanto, a morte ilumina a vida. A morte, afinal, é apenas uma passagem.

Gänswein nega que Bento XVI quer morrer em breve

O secretário privado do Papa Emérito Bento XVI, o arcebispo Georg Gänswein, negou aos relatos da mídia de que o pontífice emérito “anseia pela morte”. Benedict é “absolutamente cheio de vida”, disse Gänswein ao jornal Bild na quinta-feira.

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(CNAd/InfoCatólica) Os sinos de alarme dispararam quando o conteúdo de uma carta de Bento XVI por ocasião da morte de um grande amigo dele, o padre cisterciano Gerhard Winkler, tornou-se conhecido.

“A notícia da morte do Prof. Dr. Gerhard Winkler O. Cist., que você me transmitiu, me afetou profundamente”, escreveu Bento XVI. Ele acrescentou:

«Entre todos os colegas e amigos, ele era o mais próximo de mim. Sua alegria e fé profunda sempre me atraíram. Agora ele chegou ao outro mundo, onde tenho certeza que muitos amigos já estão esperando por ele. Espero poder me juntar a eles em breve.

Este parágrafo, simplesmente piedoso, provocou interpretações entre jornalistas alemães e, aliás, ao redor do mundo, sobre se Bento XVI tinha – literalmente – “o desejo de morrer”. Esta interpretação foi negada pelo Arcebispo Georg Gänswein,um confidente do papa emérito.

O prelado disse que a carta foi “pensada com bondade” e veio do coração, mas isso não significa que Bento XVI “não tem mais vontade de viver. Pelo contrário”, disse Gänswein.

Obviamente, apontou o Sr. Gänswein, o papa emérito se prepara conscientemente para a morte, como todo cristão deve fazer:

“A arte de morrer bem, ou seja, o rabo moriendi, faz parte da vida cristã. O Papa Bento o faz há muitos anos. No entanto, é absolutamente cheio de vida. Estável em sua fraqueza física, com a cabeça muito clara e dotado de seu típico humor bávaro”.

Com informações de Aleteia e InfoCatolica

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