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Ainda há espaço para o “SILÊNCIO” na Santa Missa?

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SOBRE O SILÊNCIO NA MISSA

Pe. Daniel Pinheiro, IBP

O silêncio na Santa Missa coloca Deus no centro e nos mortifica. Ele também nos ensina a rezar. O fato é que, durante o silêncio, não há alternativa: ou a pessoa reza ou ela se distrai. Aceitar a distração seria um pecado, ainda que leve muitas vezes. A pessoa precisa, então, rezar, e rezar sozinha.

O silêncio nos ensina o valor da oração individual, nos ensina a rezar e nos faz buscar o melhor meio para nos unirmos ao Sacrifício de Cristo, renovado diante de nós. O silêncio, mortificando os sentidos, nos ajuda muito a considerar com a inteligência o que realmente importa durante a Santa Missa.

O silêncio favorece o progresso na oração, nos conduzindo além da oração simplesmente oral.

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O silêncio nos permite considerar as verdades eternas e tomar a resolução, com o auxílio divino, de ajustar nossa vida a essas verdades.

Em resumo, o silêncio favorece a meditação, meditação católica. Cada vez mais no mundo o silêncio é raro. Aonde vamos há alguma espécie de barulho de música, de televisão, de rádio, ou algo para ocupar nossa imaginação e inteligência com coisas sem importância. Todo mundo anda com seu fone de ouvido. Ora, sem silêncio não pensamos devidamente e, se não pensamos, não podemos aderir com firmeza a Deus. Esse barulho entrou também na Igreja, no centro da vida da Igreja que é a liturgia, infelizmente. O silêncio é necessário para a nossa vida espiritual e a Missa tradicional o favorece.

Ainda há espaço para o “SILÊNCIO” na Santa Missa?

Cardeal Robert Sarah

“Atualmente também deveria ser redescoberta e valorizada a obediência às normas litúrgicas como reflexo e testemunho da igreja, una e universal, que se torna presente em cada celebração da eucaristia. O sacerdote, que celebra fielmente a missa segundo as normas litúrgicas, e a comunidade, que às mesmas adere, demonstram de modo silencioso, mas expressivo o seu amor à igreja. (…) a ninguém é permitido aviltar este mistério que está confiado às nossas mãos: é demasiado grande para que alguém possa permitir-se de tratá-lo a seu livre arbítrio, não respeitando o seu caráter sagrado nem a sua dimensão universal. Ir à missa , quer dizer ir ao calvário , para encontrar-nos com cristo , o nosso redentor . Um encontro de amor e de dor com Jesus crucificado: isto é que é participar da santa missa” – (Papa João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, n. 52 – destaque)

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De acordo com o atual prefeito da Congregação para o Culto Divino, Cardeal Robert Sarah, o silêncio é uma condição necessária para o aprofundamento da fé, para uma oração contemplativa e se trata de um componente importantíssimo da Liturgia, comenta em uma coluna para o L’Osservatore Romano. Ainda mais, o Cardeal Sarah exortou os fiéis católicos a buscarem o recolhimento interior durante a Celebração Eucarística, como condição para que Deus manifeste “sua presença em nossas almas, irrigando-as com seu amor trinitário”.

Neste sentido, para melhor compreender o problema abordado, é preciso retroceder alguns anos no tempo. No período anterior à reforma litúrgica do Beato Paulo VI, quando ainda se celebrava a Missa de São Pio V, iniciou-se um intenso movimento de renovação para que, os fiéis leigos participassem do “santo sacrifício eucarístico, não com assistência passiva, negligente e distraída, mas com tal empenho e fervor” que os colocassem em contato íntimo com o sumo sacerdote, o Nosso Senhor Jesus Cristo. Então, de Pio XII veio o impulso oficial para tal renovação por meio da encíclica Mediator Dei, o Santo Padre esclareceu o modo pelo qual os fiéis também oferecem o sacrifício eucarístico, embora seja de maneira inferior à do sacerdote.

Leia também: Cardeal Sarah: “Comunhão na Mão é um ataque de Satanás à Eucaristia”

Nas pegadas de Pio XII, o Concílio Vaticano II introduziu o conceito de “participação ativa” na celebração dos mistérios sagrados, determinando, por meio da Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium que, na ação litúrgica, os “pastores de almas” não só zelassem pela observância das “leis que regulam a celebração válida e lícita”, mas também para que os fiéis participassem nela “consciente, ativa e frutuosamente” (n. 11).

Com efeito, “faz-nos bem a todos conservar as riquezas que foram crescendo na fé e na oração da Igreja, dando-lhes o justo lugar’’ e “aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós”. Nessa perspectiva, se insere o artigo do Cardeal Robert Sarah e toda sua defesa do que ele chama de “silêncio místico”. Esse silêncio faz parte do grande patrimônio da espiritualidade cristã que deve ser conservado como elemento imprescindível à comunhão com Deus.

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