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Homilia Diária | A Batalha invisível travada na Cruz

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Sexta-feira Santa

A narrativa da Paixão do Senhor, lida hoje com toda solenidade, retrata o mistério da nossa Redenção pelo sacrifício de amor que o Filho de Deus realizou no madeiro da Cruz.

Com um olhar meramente humano, vemos apenas um tremendo crime; porém, o que verdadeiramente acontece no Calvário é uma batalha invisível entre Jesus e Satanás, na qual o Inferno inteiro é derrotado.

Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta Sexta-feira Santa, dia 29 de março, e una-se aos sofrimentos de Cristo, sabendo que, por trás do aparente triunfo do demônio, está na verdade a vitória de Deus.

Homilia Diária | A Batalha invisível travada na Cruz (Sexta-feira Santa)

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Aclamação ao Evangelho

— Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.

— Jesus Cristo se tornou obediente, obediente até a morte numa cruz, pelo que o Senhor Deus o exaltou, e deu-lhe um nome muito acima de outro nome. (Fl 2,8-9)

Anúncio da Paixão de Cristo (Jo 18,1-19,42)

Narrador 1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo João.

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Naquele tempo, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2 Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos. Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas. Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse:

— “A quem procurais?”

Narrador 1: Responderam:

— “A Jesus, o Nazareno”.

Narrador 1: Ele disse:

— “Sou eu”.

Narrador 1: Judas, o traidor, estava junto com eles. Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram por terra. De novo lhes perguntou:

— “A quem procurais?”

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Narrador 1: Eles responderam:

— “A Jesus, o Nazareno”.

Narrador 1: 8 Jesus respondeu:

— “Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem”.

Narrador 1: Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:

— “Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”.

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Narrador 2: 10 Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. 11 Então Jesus disse a Pedro:

— “Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?”

Narrador 1: 12 Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. 13 Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano. 14 Foi Caifás que deu aos judeus o conselho:

— “É preferível que um só morra pelo povo”.

Narrador 2: 15 Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote. 16 Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. 17 A criada que guardava a porta disse a Pedro:

 “Não pertences também tu aos discípulos desse homem?”

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Narrador 2: Ele respondeu:

— “Não!”

Narrador 2: 18 Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19 Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento. 20 Jesus lhe respondeu:

— “Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. 21 Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse”.

Narrador 2: 22 Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo:

— “É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?” Respondeu-lhe Jesus:

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— “Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?”

Narrador 1: 24 Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o Sumo Sacerdote. 25 Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe: “Não és tu, também, um dos discípulos dele?” Pedro negou:

— “Não!”

Narrador 1: 26 Então um dos empregados do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse:  “Será que não te vi no jardim com ele?”

Narrador 2: 27 Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. 28 De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa. 29 Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:  “Que acusação apresentais contra este homem?”

Narrador 2: 30 Eles responderam:

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— “Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!”

Narrador 2: 31Pilatos disse:  “Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei”. Os judeus lhe responderam:

— “Nós não podemos condenar ninguém à morte”.

Narrador 1: 32 Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. 33 Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe:  “Tu és o rei dos judeus?” 34 Jesus respondeu:

— “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?”

Narrador 1: 35 Pilatos falou: “Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?”

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36 Jesus respondeu:

— “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.

Narrador 1: 37 Pilatos disse a Jesus: “Então, tu és rei?” Jesus respondeu:

— “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.

Narrador 1: 38 Pilatos disse a Jesus: “O que é a verdade?” Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes: “Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39 Mas existe entre vós um costume, que pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?” 40 Então, começaram a gritar de novo:

— “Este não, mas Barrabás!”

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Narrador 2: Barrabás era um bandido. 19,1 Então Pilatos mandou flagelar Jesus. Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho, aproximavam-se dele e diziam:

— “Viva o rei dos judeus!”

Narrador 2: E davam-lhe bofetadas. Pilatos saiu de novo e disse aos judeus: “Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime algum”. Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes: “Eis o homem!” Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:

— “Crucifica-o! Crucifica-o!”

Narrador 1: Pilatos respondeu: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum”. Os judeus responderam: “Nós temos uma Lei, e, segundo esta Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus”.

Narrador 2: Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus: “De onde és tu?” Jesus ficou calado. 10 Então Pilatos disse: “Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?” 11 Jesus respondeu: — “Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior”.

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Narrador 2: 12 Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam:

— “Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César”.

Narrador 1: 13 Ouvindo essas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado “Pavimento”, em hebraico Gábata”. 14 Era o dia da preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus: “Eis o vosso rei!” 15 Eles, porém, gritavam:

— “Fora! Fora! Crucifica-o!”

Narrador 1: Pilatos disse: “Hei de crucificar o vosso rei?” Os sumos sacerdotes responderam:

— “Não temos outro rei senão César”.

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Narrador 2: 16 Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram. 17 Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado Calvário”, em hebraico “Gólgota”. 18 Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. 19 Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito:

— “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.

Narrador 2: 20 Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego. 21 Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: “Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus’”. 22 Pilatos respondeu:

— “O que escrevi, está escrito”.

Narrador 2: 23 Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto abaixo. 24 Disseram então entre si: “Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será”. Assim se cumpria a Escritura que diz:

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— “Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”.

Narrador 1: Assim procederam os soldados. 25 Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26 Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: 

— “Mulher, este é o teu filho”.

Narrador 1: 27 Depois disse ao discípulo:

— “Esta é a tua mãe”.

Narrador 1: Dessa hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28 Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse:

— “Tenho sede”.

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Narrador 1: 29 Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30 Ele tomou o vinagre e disse:

— “Tudo está consumado”.

Narrador 1: E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

(Todos se ajoelham – Silêncio.)

Narrador 2: 31 Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32 Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33 Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34 mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. 35 Aquele que viu, dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. 36 Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz:

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— “Não quebrarão nenhum dos seus ossos”.

Narrador 2: 37 E outra Escritura ainda diz:

— “Olharão para aquele que transpassaram”.

Narrador 1: 38 Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus — mas às escondidas, por medo dos judeus —, pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39 Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido a Jesus de noite. Trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. 40 Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar.

Narrador 2: 41 No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42 Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

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