SANTO DO DIA – 15 DE NOVEMBRO – SANTO ALBERTO MAGNO
Bispo e doutor da Igreja (1200-1280)
Alberto — que a posteridade chamará “Magno”, isto é, grande —, nascido em Lauingen, na Baviera, em 1200, está entre os primeiros pensadores medievais a afirmar a autonomia da ciência e da filosofia em relação à teologia.
Verdadeiro gênio enciclopédico, capaz de mover-se com grande segurança nos mais diferentes campos do conhecimento humano, conviveu em perfeita harmonia entre as razões da ciência e da fé. “Senhor Jesus”, rezava, “invocamos a tua ajuda para não nos deixarmos seduzir pelas vãs palavras tentadoras sobre a nobreza da família, sobre o prestígio da instituição, sobre o que a ciência tem de atraente.”
Era com efeito de origem nobre, mas ao contrário do discípulo são Tomás de Aquino, a família não se opôs a que ele vestisse o humilde hábito dos frades mendicantes; e com ainda menor dificuldade obteve em Paris o título de mestre e uma vasta fama em toda a Europa, nos campos científico e teológico.
Completou seus estudos universitários em Pádua, onde encontrou o mestre-geral dos dominicanos, o beato Jordão da Saxônia, que o encaminhou à vida religiosa.
Ensinou filosofia em Hildesheim, Eriburgo, Ratisbona, Estrasburgo, depois em Paris e Colônia, onde teve entre seus alunos Tomás de Aquino, do qual reconheceu logo os grandes dotes. “Vós o chamais o boi mudo”, disse aos outros alunos, que com tal expressão haviam definido o taciturno companheiro de estudo, “mas ele, com sua doutrina, emitirá ruídos que serão ouvidos em todo o mundo”.
Eleito superior provincial da Alemanha, percorreu a pé as várias regiões, para estar próximo das comunidades religiosas a ele confiadas, mendigando ao longo do trajeto o pão e o teto. O filho do conde de Bollstadt, nomeado bispo de Ratisbona, viveu em perfeito espírito de pobreza, assimilado na vida religiosa: “Nas suas gavetas não havia uma moeda”, disse dele alguém que o conheceu de perto, “nem uma gota de vinho na barrica ou um punhado de grãos no celeiro.”
Permaneceu na direção da diocese somente dois anos, depois, com o beneplácito do papa, pôde retornar a seu convento de Würzburgo e de novo lecionar na Universidade de Colônia, onde concluiu sua laboriosa existência. Canonizado em 1931, recebeu depois de Pio XII o título de doutor da Igreja e padroeiro dos cultivadores das ciências naturais.
Retirado do livro: ‘Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente’, Paulinas Editora.
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Santo Alberto foi um dos maiores sábios da Idade Média, em matéria de ciências naturais. Grande filósofo, grande teólogo, contribuiu na formação de Santo Tomás de Aquino. Nasceu em Lauingen, na diocese de Augsburgo, na Baviera. Levado por um tio a Bolonha, ali iniciou os estudos, passando, mais tarde, para Pádua, com alguns colegas.
Quanto aos estudos que Santo Alberto fez entre os pregadores, nós o ignoramos. Em 1228, era leitor (querem alguns que professor, na cidade de Colônia), época em que procurava conciliar ao pensamento cristão a teorias de Aristóteles. Em 1234, ensinava em Hildesheim, donde passou para Friburgo de Brigau, depois para Ratisbona.
Em 1245, estava em Paris, explicando as clássicas Sentenças de Pedro Lombardo. Depois do ano de 1248, encontramo-lo na Itália. Tomás de Aquino então, ouvia-o pregar.
Eleito provincial da Teutônia pelo capítulo de Worms, de 1254 a 1257 permaneceu no posto a que fora elevado. Três anos mais tarde, aceitou o bispado de Ratisbona, importante centro ao sul da Alemanha, em péssimo estado, além de desorganizadíssimas.
Mal acolhido pelo povo, porque o Santo era modesto e simples e toda a cidade se acostumara com o fausto do predecessor, desistiu, tempos depois, da diocese, para, a mandado do Papa Urbano IV, pregar a cruzada nos países de língua alemã. Neste novo mister, Santo Alberto, não obteve grande sucesso: os sarracenos, em 1244, tomaram Jerusalém; a expedição de São Luís, em 1245, foi, materialmente, sem muita eficácia; ademais, bruxuleava o fogo do principado cristão de Antioquia, de modo que tudo conspirava para que o ardor do povo fosse esfriando.
Voltou então, a ensinar. Em 1274, Tomás de Aquino, o aluno querido, falecia. Foi uma grande perda, e a emoção fortíssima. Velho já, intelectualmente enfraquecido, compilando, a última obra, uma Summa Theologica, teve que deixar o trabalho de lado para, em Paris, defender o pensamento de Santo Tomás.
Perto do fim, perdeu a memória. Conta-se que um amigo foi visitá-lo. Bateu à porta e obteve a seguinte resposta:
– Alberto não está mais aqui, já se foi.
A 15 de novembro de 1280, desaparecia, rodeado pelos irmãos.
O Papa Inocêncio VIII, em 1484 concedeu aos pregadores de Colônia, aos quais o bem-aventurado bispo legara todos os seus livros, um ofício em sua honra, extensivo aos de Ratisbona. Proclamado Santo e Doutor da Igreja por Pio XI, a 16 de dezembro de 1931, Pio XII (Carta Apostólica de 16 de dezembro de 1941) fê-lo patrono de todos aqueles que cultivam as ciências naturais.
Foto: santiebeati.it
(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XX, p. 32-33)