Categorias
Santo do Dia

São Cornélio e São Cipriano, mártires – 16 de Setembro

FacebookWhatsAppTwitterEmailCopy LinkShare

SANTO DO DIA – 16 DE SETEMBRO – SÃO CORNÉLIO
Papa e mártir (+253)

Cornélio nasceu em Roma. Foi eleito para o pontificado depois de um período vago na cátedra de São Pedro, devido à violenta perseguição imposta pelo imperador Décio. O papa Cornélio foi eleito quase por unanimidade, menos por Novaciano, que esperava ser o sucessor, martirizado por aquele cruel tirano. Assim, Novaciano consagrou-se bispo e proclamou-se papa, isto é, antipapa. Nessa condição, criou-se o primeiro cisma da Igreja.

A Igreja debatia internamente para tentar uma solução definitiva quanto à conduta a ser adotada em relação a um dos seus maiores problemas da época, referente aos ‘lapsos’, nome dado aos sacerdotes e fiéis que renegavam a fé e separavam-se da Igreja durante as perseguições que se impunham aos cristãos.

Segundo os partidários de Novaciano, Cornélio teria adotado um discurso e uma postura muito indulgente, boa e compreensiva para com os desertores da fé católica. Atitudes que lhe valeram grandes atribulações e incompreensões. Apesar de toda essa oposição, contou sempre com o apoio incondicional e fiel do bispo Cipriano de Cartago, Argélia, norte da África.

Memória de São Cornélio e São Cipriano, Mártires (Homilia Diária.1580)

Entretanto, o imperador Décio morreu em combate, sendo sucedido por Galo, que voltou com as perseguições. Assim, o papa Cornélio acabou preso e exilado para um lugar que hoje se chama Civitavecchia, em Roma.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Foi no exílio que o papa Cornélio passou os últimos dias da sua vida. Encontrava um pouco de alegria nas cartas que recebia do bispo Cipriano, seu admirador e amigo de fé, muito preocupado em mandar-lhe algumas palavras de consolo.

Morreu em junho de 253, sendo sentenciado ao martírio por ordem daquele imperador, por não aceitar prestar culto aos deuses pagãos. Foi sepultado no Cemitério de São Calixto. A festa litúrgica do santo papa Cornélio foi colocada, no calendário da Igreja, no dia 16 de setembro, junto com a de são Cipriano, que depois também foi martirizado pela fé em Cristo.

Texto: Paulinas Internet

São Cornélio

São Cornélio foi eleito Papa no mês de junho de 251, aproximadamente. Eis em que termos escreveu mais tarde São Cipriano a um bispo da África:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O que muito eleva nosso mui querido irmão Cornélio diante de Deus, diante de Jesus Cristo, diante da sua Igreja, e diante de nossos colegas, é não ter ele ascendido ao episcopado de uma só vez: pois só chegou a esse supremo grau do sacerdócio galgando todos os degraus requeridos pela disciplina, depois de ter exercido todos os ministérios eclesiásticos e de ter muitas vezes atraído as graças de Deus sobre a sua pessoa pelos serviços prestados nesses postos divinos. Ademias, não solicitou tal dignidade, nem a ambicionava. Não se emprenhou para obtê-la, como fazem aqueles possuídos pelo orgulho e pela ambição. Só encontraram nele um espírito calmo e modesto, como devem possuir aqueles designados por Deus para serem eleitos bispos; o pudor tão natural à consciência pura das virgens; a humildade de um coração que ama singelamente a castidade e que sempre a guardou com desvelo.

Assim, não lutou para tornar-se bispo, como tantos outros; mas violentou-se para consentir em sê-lo. Foi eleito bispo por vários colegas que então se encontravam em Roma, e que nos escreveram as mais dignificantes cartas sobre a sua ordenação. Sim, Cornélio foi feito bispo pelo julgamento de Deus e de Cristo, pelo testemunho presente, e pelos mais antigos e santos ministros do altar, quando ninguém ainda o fora antes, e o posto de Fabiano, isto é, o posto de Pedro, o Trono Pontifício, estava vazio.

Resultado de imagem para Pope Cornelius

Tendo este cargo sido preenchido pela vontade de Deus, e a eleição confirmada pelo consentimento de todos nós, quem quiser aclamar-se bispo seja quem for, será necessariamente excluído e não receberá a ordenação da Igreja, em cuja unidade não mais se inclui. Seja quem for, gabe-se do que quiser, será um profano, um estranho, estará excluído. E como depois do primeiro não pode existir um segundo, quem tiver sido feito depois do primeiro, que deve ser o único, não é o segundo, é nada. Além disso, depois de ter sido assim elevado ao episcopado, sem intriga, sem violência, só pela vontade de Deus, a quem cabe escolher os seus pastores, de quanta virtude, decisão e fé não deu provas ao sentar-se intrepidamente na cadeira pontifícia, num tempo em que um tirano inimigo dos pontífices de Deus lançara contra eles fogo e chamas e, mais com mais tolerância aceitava um competidor no império do que um pontífice de Deus em Roma.

Um sacerdote ambicioso, chamado Novaciano, ofendido por não haver sido eleito Papa, transformou-se no primeiro antipapa, e no chefe do primeiro cisma na Igreja Romana. Ao cisma, juntava a heresia, sustentando que a Igreja não podia conceder absolvição aqueles culpados de perseguição, fossem quais fossem as penitências por eles feitas; e que não lhe era permitido comunicar-se com tais pessoas. O Papa São Cornélio, secundado por São Cipriano e por São Dionísio, de Alexandria, teve a felicidade de deter o cisma e de reconduzir à unidade a maioria dos cismáticos. Finalmente, coube-lhe a glória do martírio.

Uma perseguição irrompeu subitamente em Roma sob o Imperador Gallus. O Papa São Cornélio foi o primeiro a confessar o nome de Jesus Cristo. Seu exemplo de tal modo animou os fiéis que, ao terem notícia do seu interrogatório, acorreram às pressas para confessar com ele; e, informados, todos os outros também teriam acorrido. Grande número dos que tinham caído, levantaram-se nessa ocasião. Enfim, tal era a coesão, que se diria ter a Igreja Romana inteira confessado. Quando a notícia chegou a Cartago, São Cipriano e sua Igreja experimentaram uma alegria inexprimível. Imediatamente, este último escreveu a São Cornélio, felicitando-o. E também à Igreja Romana, a que denomina povo confessor. Assim encerra a sua carta: Já que a Providência divina nos adverte que o dia da nossa luta se aproxima, dediquemo-nos sem interrupção juntamente com todo o povo, aos jejuns, às vigílias e às orações. Como só possuímos um coração e uma alma, lembremo-nos de um e de outra, e que seja dentre nós que saia o primeiro pela misericórdia divina; que a nossa caridade mútua se mantenha ao seu lado e que nossas orações por nossos irmãos e irmãs nunca sejam interrompidas. Desejo-vos meu mui querido irmão, que continueis a passar bem.

Foi a última carta de São Cipriano a São Cornélio, que foi exilado e consumou o martírio no dia 14 de setembro de 252, depois de ter ocupado a Santa Sé durante um ano e cinco meses aproximadamente.

(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVI, p. 218 à 222)

São Cipriano

Sobre São Cipriano de Cartago, deve-se destacar que ele foi realmente bispo do Cartago, no Norte da África entre 249 e 258. Deixou numerosos escritos teológicos, hoje em dia editados, que nada têm a ver com magia ou ocultismo. Gozou de grande fama e estima após a sua morte, pois foi um mártir heroico, que marcou a Igreja do seu tempo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

São Cipriano foi bispo do Cartago, no Norte da África entre 249 e 258.

Nascido em Cartago, no seio de uma rica família pagã, depois de uma juventude dissipada, Cipriano se converte ao cristianismo aos 35 anos. Ele mesmo narra seu itinerário espiritual: “Quando ainda jazia como em uma noite escura, me parecia sumamente difícil e fatigoso realizar o que me propunha a misericórdia de Deus.

Estava ligado aos muitíssimos erros de minha vida passada, e não cria que pudesse libertar-me, até o ponto de que seguia os vícios e favorecia meus maus desejo. Mas depois, com a ajuda da água regeneradora, ficou lavada a miséria de minha vida precedente; uma luz soberana se difundiu em meu coração, um segundo nascimento me regenerou em um ser totalmente novo. De maneira maravilhosa começou a dissipar-se toda dúvida. Compreendia claramente que era terreno o que antes vivia em mim, na escravidão dos vícios da carne, e pelo contrário, era divino e celestial o que o Espírito Santo já havia gerado em mim” («A Donato», 3-4).

Logo depois de se converter, Cipriano foi ordenado sacerdote e em seguida se tornou bispo. Sofreu perseguições, mas se manteve sempre disciplinado em sua comunidade cristã. Nesse mesmo tempo de desafios evangelizadores e disciplinares, a África foi atingida por uma grave epidemia e que gerou questões teológicas angustiantes, tanto na comunidade em questão quanto em relação aos pagãos que ainda eram muitos.

Cipriano, ficou conhecido por sua fidelidade à Igreja e por seus textos teológicos onde defendeu com firmeza o bom comportamento dos fiéis. De fato, a Igreja é seu tema preferido. Distingue entre Igreja visível, hierárquica, e Igreja invisível, mística, mas afirma com força que a Igreja é uma só, fundada sobre Pedro.

Por várias vezes repete que “quem abandona a cátedra de Pedro, sobre a qual está fundada a Igreja, fica na ilusão de permanecer na Igreja” (A unidade da Igreja Católica, 4). Ainda em tom de autoridade, afirma que “fora da Igreja não há salvação” (Epístola 4, 4 e 73,21), e que “não pode ter Deus como Pai que não tem a Igreja como mãe” (A unidade da Igreja Católica, 4). Característica irrenunciável da Igreja é a unidade, simbolizada pela túnica de Cristo sem costura (ibidem, 7): unidade que, segundo diz, encontra seu fundamento em Pedro (ibidem, 4) e sua perfeita realização na Eucaristia (Epístola 63, 13). “Só há um Deus, um só Cristo», exorta Cipriano, «uma só é sua Igreja, uma só fé, um só povo cristão, firmemente unido pelo fundamento da concórdia: e não pode separar-se o que por natureza é um” (A unidade da Igreja Católica, 23).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Além dessa fidelidade incondicional, Cipriano tem uma forte opinião sobre a oração. “Nossa oração é pública e comunitária e, quando rezamos, não rezamos só por nós, mas por todo o povo, pois somos uma só coisa com todo o povo” (A oração do Senhor, 8). Deste modo, oração pessoal e litúrgica se apresentam firmemente unidas entre si. Sua unidade se baseia no fato de que respondem à mesma Palavra de Deus. O cristão não diz “Pai meu”, mas “Pai nosso”, inclusive, no segredo de seu quarto fechado, pois sabe que em todo lugar, em toda circunstância, é membro de um mesmo Corpo. Assim, Cipriano- “o bispo abençoado” como era chamado- deixou claro suas origens da fecunda tradição teológico-espiritual que está no coração. Coração este que é considerado o local mais privilegiado da oração.

Leia também: 
.: Santo do Dia – 15 de Setembro – Nossa Senhora das Dores
.: Santo do Dia – 17 de Setembro – Santa Hildegarda de Bingen

FacebookWhatsAppTwitterEmailCopy LinkShare
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Clique aqui para fazer uma doação