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Terroristas Islâmicos promovem massacre em Moçambique e o mundo fica em silêncio

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Grupo terrorista invade região no Norte de Moçambique assassinando mais de 5 mil pessoas, boa parte por esquartejamento, provocando um êxodo de mais de 750 mil refugiados. Rezemos por Moçambique!

Em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, em Moçambique, as pessoas aprenderam a dormir com um olho fechado e outro aberto: o aumento dos ataques na província que já matou mais de 5 mil pessoas, boa parte por esquartejamento, e fez com que mais de 750.000 pessoas fugissem de suas casas e alguns temem que a cidade portuária seja o próximo alvo.

Terroristas muçulmanos querem controlar região rica em gás e petróleo para financiar suas atividades terroristas.

Isso nos faz questionar por que o mundo não dá atenção ao terrorismo em países pobres? A vida dos ricos valem mais que a vida dos pobres? E também levanta o alerta de como podemos dar mais importância para as árvores da Amazônia enquanto vidas humanas estão sendo ceifadas?

Assista o vídeo com relatos impressionantes da brutalidade terrorista em Moçambique:

CABO DELGADO HOJE informações urgentes

Moçambique: Bispos com “coração cheio de tristeza” pela tragédia em Cabo Delgado

A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), em conferência de Imprensa, nesta sexta-feira, 16, tornou públicas as conclusões saídas da sua Primeria Sessão Plenária de 2021. Os Bispos Católicos dizem estar com o “coração cheio de tristeza”, devido à situação trágica por que passa a população de Cabo Delgado..

Os Bispos estão ainda amargurados com a prevalência da insegurança nas populações do centro do País e inconformados com a insegurança alimentar e fome que afetam outras populações do País.

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Dom João Carlos Hatoa Nunes, Bispo de Chimoio, no Centro de Moçambique e porta-voz da Conferência Episcopal, falou a jornalistas nacionais e estrangeiros, em Maputo.

O desespero dos jovens alicia-os à insurgência e criminalidade

Os Bispos referem que um dos motivos que empurram os jovens ao serviço da insurgência e doutras práticas criminosas em Moçambique é o tamanho desespero, a ausência de esperança no seio destes.

A Conferência Episcopal de Moçambique manifesta a sua total solidariedade e proximidade com os mais fracos, necessitados e vulneráveis, estes que caíram no leito de um desespero sem precedentes.

Missão da Igreja: colaborar para o bem comum

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A Igreja Católica em Moçambique tem como missão colaborar para o bem da Nação moçambicana, apontando os perigos e soluções.

De referir que os Bispos reúnem em sessão plenaria ordinária, duas vezes por ano. Os Bispos chocados com a situação de crise humanitária e ataques armados em Cabo Delgado pedem a quem de direito que acabe com estes males que enfermam a sociedade moçambicana.

Texto integral do Comunicado da CEM:

DECLARAÇÃO DOS BISPOS CATÓLICOS DE MOÇAMBIQUE

Reunidos na nossa primeira Sessão Plenária deste ano, 2021, nós os Bispos Católicos de Moçambique, com o coração cheio de tristeza, como todo o cidadão moçambicano que se identifica com o bem do país, deploramos a trágica situação que vive a população de Cabo Delgado; lamentamos a prevalecente insegurança nas populações do Centro do país e estamos inconformados com a insegurança alimentar e a fome que afetam a outras populações, assim como a violência que de várias formas se alastra no país, e tudo isso num contexto de Pandemia do Covid-19.

Deploramos e condenamos todos os actos de barbárie cometidos. Em Cabo Delgado pessoas indefesas são mortas, feridas e abusadas. Elas vêem seus bens pilhados, a intimidade dos seus lares violada, suas casas destruídas e cadáveres de seus familiares profanados. São obrigadas a abandonarem a terra que os viu nascer e onde estão sepultados os seus antepassados. Estes nossos concidadãos, a maioria mulheres e crianças, são empurrados para o precipício da insegurança e do medo. Deploramos a prevalência deste estado de coisas, sem indicações claras de que a breve trecho haverá superação das causas que alimentam este conflito. Este estado de coisas faz crescer e consolidar a percepção de que por de trás deste conflito há interesses de vária natureza e origem, nomeadamente de certos grupos de se apoderarem da nação e dos seus recursos. Recursos que, em lugar de serem postos ao serviço das comunidades locais e tornarem-se fonte de sustento e de desenvolvimento, com a construção de infraestruturas, serviços básicos, oportunidade de trabalho, são subtraídos, na total falta de transparência, alimentando a revolta e o rancor, particularmente no coração dos jovens, e tornando-se fonte de descontentamento, de divisão e de luto. 

Reconhecemos que um dos motivos fortes que move os nossos jovens a se deixarem aliciar e a juntarem-se às várias formas de insurgência, desde a criminalidade ao terrorismo, ou também aquela outra insurgência, não menos nociva, do extremismo político ou religioso, assenta na experiência de ausência de esperança num futuro favorável por parte dos nossos jovens.  Para a maioria deles não há oportunidades de se construir uma vida digna. Sentem que a sociedade e quem toma as decisões ignoram o seu sofrimento e não escutam a sua voz. É fácil aliciar pessoas, cheias de vida e de sonhos, mas sem perspetivas e que se sentem injustiçadas e vítimas de uma cultura de corrupção, a aderirem a propostas de uma nova ordem social imposta com a violência ou a seguir ilusões de fácil enriquecimento que conduzem à ruína. Como podem ter os jovens perspetivas se o próprio país parece não ter rumo, um projeto comum, no qual são convidados a serem colaboradores ativos e que alimente a sua esperança?  É nossa posição de que nada justifica a violência. Nem a situação difícil, de falta de uma perspetiva coletiva, partilhada como uma nação, nem ressentimentos, nem intolerância ou interesses de parte, de natureza religiosa, politica ou económica, devem desviar-nos, como um povo para o caminho de qualquer tipo de insurgência.

Mais uma vez, manifestamos a nossa total solidariedade com os mais fracos e com os jovens que anseiam uma vida digna.  As religiões têm uma grande contribuição a dar na resiliência das comunidades e perseguir um ideal de sociedade unida e solidária, limitar a sua acção não favorece a procura de soluções. 

Como missão da Igreja Católica tem sido sempre nosso compromisso colaborar para o bem da nação, apontando os perigos e esperando sempre que quem tem responsabilidades busque as devidas soluções. Sempre demos nossa colaboração concreta no campo do bem-estar do nosso povo na educação, na saúde e no desenvolvimento humano. Em tudo desejando colaborar na reconstrução do tecido social ferido por traumas antigos e recentes. 

Continuaremos a redobrar os esforços para ajudar os desamparados e acolher os deslocados, proporcionando-lhes escuta e consolação, além de meios de sustentação partilhados pelos crentes. Gostaríamos de poder oferecer, às nossas crianças e jovens, percursos educativos que os abram aos valores da tolerância, do respeito e da amizade e possam ver o sonho de um futuro melhor realizado.  Reiteramos a nossa disponibilidade de colaborar com as forças vivas do nosso país para uma ordem social onde o egoísmo deixe o espaço à solidariedade, e juntos com as autoridades, se elabore um projeto de país que contemple todo o cidadão, privilegiando os mais marginalizados e desfavorecidos.

Exortamos as forças políticas nacionais, as organizações presentes no país, a comunidade internacional para unirem esforços e, pondo de lado os interesses de parte, se socorram as populações deslocadas, as que vivem em grave insuficiência alimentar, expostas às doenças endémicas e sem acesso aos serviços básicos. Igualmente é urgente criar mais oportunidades de trabalho e de desenvolvimento para todos, particularmente para os jovens e, para tal, se apliquem in loco os ganhos dos recursos naturais disponíveis. Por fim, apelamos para que todos contribuam para a pacificação, protegendo a população, fechando as vias de financiamento à guerra, isolando e travando indivíduos ou grupos que tiram proveito da tragédia de Cabo Delgado.

Apesar dos momentos difíceis que estamos a viver, ninguém perca a esperança. Como refere a Encíclica do Papa Francisco “Todos Irmãos” (Fratelli tutti), a “esperança é ousada, sabe olhar para além das comodidades pessoais, das pequenas seguranças e compensações que reduzem o horizonte, para se abrir aos grandes ideais que tornam a vida mais bela e digna. Caminhemos na esperança!”.

Maputo, 16 de Abril de 2021

Bispos da CEM

Católicos enviam ajuda a Moçambique após relatos de decapitação em massa

No final de 2020, em resposta a relatos de que militantes ligados ao Estado Islâmico que na época já haviam decapitado mais de 50 pessoas no norte de Moçambique, uma instituição de caridade católica está enviando ajuda de emergência para a diocese afetada.

A mídia local em Moçambique informou que militantes islâmicos realizaram execuções em um campo de futebol na vila de Muidumbe, na província de Cabo Delgado, no país.

As Nações Unidas pediram a Moçambique em 10 de novembro que investigue os relatos de massacres e a decapitação de mulheres e crianças na região.

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A violência extremista aumentou este ano na província no norte de Moçambique, onde várias igrejas foram queimadas, pessoas decapitadas, jovens sequestradas e centenas de milhares de pessoas deslocadas pela violência.

Pemba é uma cidade da província de Cabo Delgado. O bispo local Luiz Fernando Lisboa tem sido um defensor declarado das necessidades das mais de 300.000 pessoas que foram deslocadas pela insurgência.

Mais de 1.000 pessoas foram mortas em ataques no norte de Moçambique desde 2017, de acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. Alguns desses ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico, enquanto outros foram realizados pelo grupo ahlu Sunna Wal, que vem sequestrando homens e mulheres.

Durante a Semana Santa do ano passado, insurgentes cometeram ataques a sete cidades e vilas na província de Cabo Delgado, incendiando uma igreja na Sexta-feira Santa, e matando 52 jovens que se recusaram a se juntar ao grupo terrorista, disse o bispo Lisboa à Ajuda à Igreja em Necessidade.

O bispo de Pemba observou em abril que extremistas já haviam queimado cinco ou seis capelas locais, bem como algumas mesquitas. Ele disse que a histórica missão Sagrado Coração de Jesus em Nangolo também foi atacada este ano.

Em junho, houve relatos de que os insurgentes tinham decapitado 15 pessoas em uma semana. No entanto, o bispo disse que a crise em Moçambique tinha sido em grande parte recebida com “indiferença” do resto do mundo.

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Padre insiste que insurgência em Moçambique é baseada na economia

Em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, em Moçambique, as pessoas aprenderam a dormir de um olho aberto: o aumento da violência na província fez com que mais de 750.000 pessoas fugissem de suas casas e alguns temem que a cidade portuária seja o próximo alvo.

Embora os autores sejam frequentemente rotulados como “jiadistas” por causa de sua ligação com muçulmanos extremistas do exterior, moradores como o padre católico Kirikiwi Fonseca insistem que o conflito não é de natureza religiosa, mas apenas mais uma representação da ganância da humanidade.

“É dinheiro, o que eles querem, é dinheiro”, disse Fonseca em uma chamada do Zoom com representantes globais da instituição de caridade papal Aid to the Church in Need, da qual crux participou. “Muitas pessoas estão sofrendo, pessoas morrendo, crianças sendo recrutadas.”

Nos últimos meses, três paróquias de Pemba começaram a trabalhar juntas para alimentar o maior número possível de pessoas vivendo em campos administrados pelo governo. Eles tentam fornecer às pessoas recém-deslocadas comida, roupas e, acima de tudo, um ombro para chorar um.

“Todos os dias falo com pessoas de Palma, a cidade que foi atacada pela última vez”, disse o padre. Muitos foram mortos, tão recentemente quanto [11 de abril]: 14 estrangeiros foram massacrados no hotel em que estavam hospedados.”

Insurgentes ligados ao Estado Islâmico têm sido cada vez mais ativos na província de Cabo Delgado desde 2017.

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O distrito onde Palma está localizada é adjacente a projetos de gás natural no valor de US $ 60 bilhões. As Nações Unidas estimaram que antes do ataque altamente organizado em 24 de março, esta cidade abrigava cerca de 110.000 pessoas, 40% das quais haviam se estabelecido lá nos últimos três anos, depois de fugir de ataques em outros lugares.

Os projetos que a igreja local está tentando liderar com a ajuda da Ajuda à Igreja em Necessidade vão além da ajuda emergencial. Fonseca espera poder construir casas para os deslocados, proporcionar-lhes acesso aos cuidados de saúde, e também criar uma estação de rádio capaz de transmitir programação que inspire diálogo e convivência entre povos de diferentes origens religiosas e étnicas que há muito tempo vivem juntos pacificamente.

Fonseca insiste que o maior motor por trás da guerra em Cabo Delgado é econômico: “Eles estão usando a religião como causa, mas não é uma guerra religiosa. Há muito tempo vivemos aqui juntos cristãos e muçulmanos. Não é um problema étnico, porque nós, novamente, temos vivido juntos, temos casamentos inter-raciais. Então, concluímos que é tudo sobre dinheiro: essas pessoas querem dinheiro.”

“As pessoas sabem que há uma guerra, mas a maioria não entende do que se trata, não percebem totalmente a riqueza que está em suas terras, mas entendem que sofrem por causa dos recursos, por causa dos minerais em suas terras”, disse ele.

Durante a conversa de uma hora, o padre argumentou que, embora os insurgentes às vezes gritem “Allahu Akbar” e tenham uma aliança de promessas com o ISIS, eles não estão buscando um governo jihadista fundamentalista.

Com estradas destruídas, as pessoas foram forçadas a evacuar Palma e cidades próximas de barco, e as agências das Nações Unidas estão lutando para manter os registros dos recém-chegados atualizados.

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“Muitas famílias estão separadas”, disse ele. “As mulheres, em particular, estão nos dizendo que não encontram seus filhos, e acredito que alguns desses terroristas levaram as crianças para transformá-las em soldados. Esta é uma pergunta que estamos tentando formular: Por que eles não voltam? Onde eles estão?

Ele falou de duas irmãs religiosas, que permaneceram sem nome por preocupação com sua segurança, relatando a ele que viram crianças de 10 a 14 anos entre os que lutam.

Como a cidade costeira mais estratégica da província, os temores são reais entre os moradores de Pemba de que eles possam ser o próximo alvo dos insurgentes.

“Todos os dias, ouço histórias de pessoas que viram seus cônjuges serem massacrados, pessoas perderam a confiança umas nas outras e, às vezes, até têm medo de nós”, disse Fonseca. “A coisa mais importante que podemos fazer por eles é estar com eles, ouvi-los, incentivá-los a continuar vivendo e não perder a esperança.”

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