Os católicos devem se confessar no mínimo uma vez por ano, conforme manda a Santa Igreja, porém a recomendação é que seja feita com frequência, ou seja, uma vez por mês. A Confissão não pode ser encarada como uma obrigação, e sim uma oportunidade de receber a misericórdia de Deus.
A CONFISSÃO
O Sacramento da Confissão está todo na parábola do Filho Pródigo (Lc 15,11-24). O pecado, o arrependimento, o perdão: o homem peca, o pecador se arrepende, Deus perdoa. São 3 realidades enlaçadas pela misericórdia de Deus.
A confissão é o remédio do pecado, é o conforto do pecador, é o abraço de Deus ao filho que volta. Não tem sacramento mais humano, porque segue o homem e o ampara nas fraquezas e misérias de cada dia, apresentando-lhe o paterno vulto de Deus, que é feliz em perdoar os filhos, porque os quer salvar: “Não quero a morte do pecador, mas que ele se converta de sua conduta e viva” (Ez 33,11).
A quem perdoares…
O perdão dos pecados nos vem de Deus, mas só através dos seus ministros sobre a Terra: os Sacerdotes. A eles Jesus deixou o seu mandato: “A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; e a quem não perdoardes os pecados, não os serão”. (Jo 20,33). Quantas vezes? Sempre que eles sejam dispostos. Nenhum limite a misericórdia de Deus (cf. Mt 18,22). “A misericórdia divina é tão grande que nenhuma palavra a pode exprimir e nenhum pensamento a pode conceber” (S. João Crisóstomo). S. Isidoro afirmou que “não existe delito tão grande que não possa ser perdoado na confissão”.
Seja glorificado, Deus, em sua infinita misericórdia! O que dizer da alegria de Maria quando nos aproximamos deste sacramento? Ela mesma, toda esplêndida de candor e Graça, a Imaculada, não pode senão amar imensamente este Sacramento que anula o pecado e faz brilhar as almas dos seus filhos. Certamente toda confissão é uma Graça da Maternidade de Maria, que quer ver as almas dos seus filhos semelhantes a Ela para a alegria de Jesus.
Minha Nossa Senhora, basta!
A Beata Ângela de Foligno, quando jovem, tinha se confessado mal, não contou alguns pecados por vergonha. Arrastou-se assim por algum tempo, vivendo entre cruéis remorsos, perturbações e infelicidades. Um dia, sacudiu-se: jogou-se aos pés de uma imagem de Maria e lhe suplicou aos soluços: “Minha Nossa Senhora, basta! Eu não quero mais viver assim! Hoje mesmo direi tudo ao meu confessor”. E teve a graça de fazê-lo. Era hora! Teve, depois, uma vida de penitência tremenda que a ajudou potentemente a transformar-se ate o vértice das mais altas experiências místicas.
Nunca duvidemos e não hesitemos em recorrer a Maria para obter a graça da Confissão. “A boa confissão é a base da perfeição”. (S. Vicente de Paulo) Da confissão se parte e se reparte para as mais altas empresas do espírito e vice- versa. A diminuição e a ausência de confissão fazem caminhar para trás através da estrada larga e cômoda que leva à perdição. (cf. Mt 7,13).
Se te acusas, Deus te desculpa
Parece incrível, mas são muitos os cristãos que não apreciam e fogem do Sacramento da Confissão. Só teriam a ganhar, mas ao invés, nem se dão conta disso. Tão prontos para ir ao médico pelo menor mal-estar do corpo, descuidam-se, porém, da saúde da própria alma como se fosse um pano de chão. Talvez ignorem os grandes benefícios do sacramento, ou o consideram só no seu aspecto mais penal: a acusação das próprias misérias. É necessário considerar os grandes frutos positivos que a Confissão nos dá.
Na vida de S. Antônio de Pádua se conta que um dia um grande pecador foi confessar-se com o Santo, depois de ter ouvido um sermão seu. O arrependimento do pecador era tão vivo que lhe impediu de falar pelos contínuos soluços. S. Antonio então lhe disse: “Vai, filho, escreve teus pecados e depois volta”. O penitente foi, escreveu os pecados em uma página, voltou ao Santo e leu a lista das culpas. Qual não foi a surpresa, ao fim da leitura, deu-se conta que a página tinha voltado a ser branca, sem um traço de escrita. Eis o símbolo da alma que volta pura da confissão.
Diz S. Agostinho: “Quando o homem descobre as suas falhas, Deus as vigia; quando as esconde, Deus as descobre; quando as reconhece, Deus as esquece.” Ainda mais eficaz é S. Francisco de Assis com esta breve frase: “Se tu te desculpas, Deus te acusa; se tu te acusas, Deus te desculpa.” Pelo resto, continua S. Agostinho: “é preferível suportar uma ligeira confusão a um só homem que ver-se coberto de vergonha junto a inumeráveis testemunhas, no dia do Juízo”. Era isto que também Pe. Pio dizia aos seus penitentes. E é assim.
Os três quadros
Por isto S. Carlos Borromeu, antes de confessar-se, parava para meditar sobre 3 quadros que tinha mandado pôr na sua Capelinha.
O 1º representava o Inferno com os seus danados maltratados horrivelmente: isto servia para inspirar salutar temor.
O 2º representava o Paraíso com os Bem-aventurados extasiados de alegria: isto lhe dava uma carga de empenho para evitar o pecado e não perder o Paraíso.
O 3º representava o Calvário com Jesus crucificado e Nossa Senhora das Dores: isto lhe enchia o coração de dor vivíssima pelos sofrimentos causados a Jesus e a Maria com os pecados, convidando-o ao mais firme propósito de fidelidade e de amor.
Confessar-se assim significa não só purificar-se das culpas, mas enriquecer-se e crescer cada vez mais na vida da graça. E pensar que S. Carlos Borromeu confessava-se todos os dias…
Com que frequência devemos nos confessar?
Uma das perguntas mais comuns feitas pelos católicos é: “Com que frequência devemos nos confessar?”
Um dos mandamentos da Igreja, exige que a confissão seja feita no mínimo uma vez por ano. Esse requisito está vinculado à recepção da Santa Comunhão, como explica o Código de Direito Canônico (CDC) e o Catecismo da Igreja Católica (CIC).
Cânon 989 do CDC: “Todo fiel, depois de te chegado à idade da discrição, é obrigado a confessar fielmente seus pecados graves, pelo menos uma vez por ano.”
Parágrafo 2042 do CIC: “Confessar-se ao menos uma vez em cada ano assegura a preparação para a Eucaristia, mediante a recepção do sacramento da Reconciliação que continua a obra de conversão e perdão do Batismo”
O Catecismo explica ainda que, para receber adequadamente a Santa Comunhão, é preciso sempre confessar pecados graves com antecedência:
“O Senhor dirige-nos um convite insistente a que O recebamos no sacramento da Eucaristia: «Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós» (Jo 6, 53). Para responder a este convite, devemos preparar-nos para este momento tão grande e santo. São Paulo exorta a um exame de consciência: «Quem comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, cada qual a si mesmo e então coma desse pão e beba deste cálice; pois quem come e bebe, sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação» (1Cor 11, 27-29). Aquele que tiver consciência dum pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes de se aproximar da Comunhão” (CIC 1384,1385).
O Código de Direito Canônico especifica ainda mais:
“Quem está consciente de pecado grave não celebre a missa nem comungue o Corpo Senhor, sem fazer antes a confissão sacramental, a não ser que exista causa grave e não haja oportunidade para se confessar; nesse caso, porém, lembre-se que é obrigado a fazer um ato de contrição perfeita, que inclui o propósito de se confessar quanto antes.” (CDC 916)
Basicamente, é necessário que você se confesse uma vez por ano, se você pretende receber a Comunhão uma vez por ano. Por outro lado, se você deseja receber a Comunhão semanal ou diariamente, precisará confessar com maior frequência, e principalmente quando estiver “consciente de um pecado grave”, nestes casos é preciso buscar a confissão imediatamente. É importante recordar que apenas um pecado grave (não confessado) é suficiente para uma pessoas receber a condenação eterna.
Recomenda-se, embora não seja obrigatório, confessar também os pecados veniais; essa é frequentemente a razão pela qual os católicos vão confessar semanalmente ou mensalmente.
São Pio de Pietrelcina dizia que não entendia como alguém conseguia se manter longe dos confessionários por mais de uma semana!
Afinal, a Confissão é um belo sacramento da misericórdia de Deus e não deve ser encarada como uma “obrigação”, mas como uma “oportunidade” para receber o amor de Deus. Isso nos dá a capacidade de reparar nosso relacionamento com Deus e com a Igreja, abrindo-nos para uma chuva da graça de Deus.
Confessar-se todas as semanas
Se cada confissão é um tesouro de graça porque lava a minha alma no Sangue de Jesus, purificando-a “das obras de morte” (Hb 9,14) é claro que precisamos aproveitar com grande interesse e frequência! De quando em quando confessar-se? A norma áurea da vida cristã é a Confissão semanal.
Muitos santos, é verdade, confessavam-se mais vezes por semana, e até todo os dias: S. Tomás de Aquino, S. Vicente Ferrer, S. Francisco de Sales, S. Pio X… Mas se nós não somos capazes de tanto, não devemos porém, fazer passar a semana sem nos lavar santamente no Sangue de Jesus. Como era pontual à Confissão ao menos semanal, para S. Maximiliano Maria Kolbe.
Proponhamo-nos seriamente nós também esta norma, respeitando-a fielmente: cada confissão é uma Graça de Maria, Mãe de Misericórdia. E se Ela em Lourdes e em Fátima recomendou tanto a Penitência, lembremo-nos que a maior e mais salutar penitência é aquela sacramental: a Confissão frequente. Sobretudo, porém, devemos confessar-nos o mais depressa quando cometermos pecado mortal. Não nos contentemos do Ato de Dor e nunca fazer a Comunhão sem nos termos confessado, porque faríamos só um sacrilégio horrendo: “se recebe a própria condenação”, grita S. Paulo (I Cor 11,29). E seria mesmo uma loucura fazer um sacrilégio tendo à disposição o Sacramento da Misericórdia. Maria nunca o permita.
Devemos confessar porque amamos a Deus, não porque “precisamos”, embora os requisitos existam para nos conduzir pelo caminho da vida eterna.
Para fazer uma boa confissão é preciso seguir 5 passos:
a) Exame de Consciência bem feito
b) Arrependimento sincero dos pecados cometidos
c) Propósito de nunca mais pecar
d) Confissão individual com o sacerdote
e) Satisfação (isto é, execução da penitência)
Para aqueles que desejarem se aprofundar mais e queiram aprender sobre os pecados graves mais frequentes… recomendamos o curso gratuito sobre os 10 mandamentos da lei de Deus. Vale muito a pena! Dentro do curso também tem um ótimo exame de consciência que nos ajuda a tomar consciência de muitas atitudes que ofendem a Deus gravemente, mas que muitas vezes achamos que são coisas normais:
Clique aqui para acessar o curso gratuito sobre os 10 mandamentos;
Clique aqui e tenha acesso a um roteiro de exame de consciência para ajudar a fazer uma boa confissão;