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Sagrada Comunhão na boca: Orientações ou Normas?

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Padre Nuno faz uma análise das recentes orientações para culto público em tempos de Pandemia.

A Conferência Episcopal Portuguesa publicou um documento intitulado: Orientações da Conferência Episcopal Portuguesa para a celebração do Culto público católico no contexto da pandemia COVID-19, datado de 8 de Maio de 2020.

O título parece ser inequívoco ao colocar todo o texto na categoria de orientações. Esta impressão parece reforçada quando no início do texto se escreve: “… a Conferência Episcopal Portuguesa… propõe algumas medidas de proteção…”. Contudo quase de seguida adianta: “Estas normas de proteção…”. Ora ninguém ignorará que entre orientações, proposta e normas há, do ponto de vista do Direito Canónico, uma diferença abissal. Afinal em que ficamos? Afigura-se estranho que pessoas tão qualificadas redijam esta salgalhada inicial.

Infelizmente, antes ainda, deparamo-nos com esta extraordinária sentença: “Na parte que lhe cabe, a Igreja tem a grave responsabilidade de prevenir o contágio da enfermidade, em coordenação com as legítimas autoridades governativas e de saúde”. Esta afirmação parece, à primeira vista sensata, e, de facto, podemos ou devemos considerar que o seja na sua primeira parte, a saber: “Na parte que lhe cabe, a Igreja tem a grave responsabilidade de prevenir o contágio da enfermidade…” .

Infelizmente, a segunda parte da asserção é inteiramente catastrófica, funesta – uma calamidade. Não sabe a CEP que aquilo que considera “legítimas autoridades governativas e de saúde” são instituições(!!) radicalmente empenhadas na matança de crianças nascituras quer através do aborto provocado quer das letais experimentações embrionárias? Ignorará, porventura, da igual obstinação assanhada, destas mesmas instituições, na eutanásia e no suicídio assistido? É nesta gente que o Episcopado confia para salvaguardar a vida e saúde dos portugueses? Não viu, por exemplo, a dizimação nos lares de idosos, que bem podia ter sido evitada?

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Quererá o Episcopado, que nos confiemos a essas “autoridades” e que sejam elas a determinar, por interpostos Bispos, como o Culto e a Liturgia deverão ser celebrados?

Evidentemente que os Senhores Bispos têem muitos outros médicos, especialistas e cientistas que podem consultar. Tanto mais que sabem muito bem que há diversidade de pareceres fundamentados.

Por exemplo, em relação à Sagrada Comunhão se há ilustres virologistas e imunologistas que advogam a Comunhão na mão outros, não menos ilustres, defendem exactamente o contrário, ou seja, a Sagrada Comunhão na boca, por ser mais segura.

Nesta abundante diferença de pareceres encontrei um só, de um ilustre microbiologista, que afirmava ser a possibilidade de contágio equivalente quer na mão quer na boca. Mas adiantava que havia diversas maneiras, algumas das quais, ao longo dos séculos, foram usadas pela Igreja em tempos de peste, de conceder a Sagrada Comunhão da boca evitando qualquer possibilidade de contágio.

Também parece estranho que em relação ao “distanciamento social” entre o comungante não se aconselhe ou, pelo menos se refira, a Sagrada Comunhão de joelhos, que segundo prestigiosos virologistas é o modo mais adequado de manter a distância de segurança entre o Ministro da Sagrada Comunhão e aquele que A recebe.

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Padre Nuno Serras Pereira

Fonte: Senza Pagare

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