Em sua audiência geral semanal, realizada na quarta-feira de cinzas, o Papa Francisco refletiu sobre o “deserto” da Quaresma e como é contracultural passar um tempo em silêncio, longe do barulho da vida moderna. Recomendou ainda que desliguemos o celular e peguemos a bíblia.
CIDADE DO VATICANO – O Papa Francisco pediu aos católicos nesta quarta-feira que usem a estação da Quaresma para passar menos tempo imerso nas conversas e ruídos do mundo através da televisão e em seus telefones, e para passar mais tempo em silêncio e conversando com Deus.
“A Quaresma é o momento certo para dar espaço à Palavra de Deus. É a hora de desligar a televisão e abrir a Bíblia. É o momento de desconectar seu telefone celular e se conectar ao Evangelho ”, disse o papa em 26 de fevereiro.
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Esse período penitencial, continuou ele, é também o momento de desistir de fofocas, boatos e conversas inúteis, concentrando-se em se entregar ao Senhor, que passou 40 dias no deserto em jejum e oração.
Durante a Quaresma, Jesus está “nos chamando para o deserto”, explicou o Papa Francisco. Jesus “nos convida a ouvir o que importa. Para o diabo que o tentou, ele respondeu: ‘O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’. ”
“Como pão, mais do que pão precisamos da Palavra de Deus, precisamos falar com Deus: precisamos orar”, insistiu.
Em sua audiência geral semanal, realizada na quarta-feira de cinzas, o Papa Francisco refletiu sobre o “deserto” da Quaresma e como é contracultural passar um tempo em silêncio, longe do barulho da vida moderna.
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“Vivemos em um ambiente poluído por muita violência verbal, por muitas palavras ofensivas e prejudiciais, que a internet amplifica”, explicou.
“Somos inundados com palavras vazias, anúncios e mensagens sutis. Nós nos acostumamos a ouvir tudo sobre todos e corremos o risco de cair em um mundanismo que atrofia nossos corações. ”
Nesse barulho, “lutamos para distinguir a voz do Senhor que nos fala, a voz da consciência, do bem”, disse o papa.
Segundo o Papa Francisco, o ‘deserto’ da Quaresma, onde podemos conversar com o Senhor, torna-se um local vivificante.
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Ele reconheceu que não é fácil abrir espaço para o silêncio no coração, mas convidou todos a se imaginarem no deserto, cercados por um grande silêncio, sem “barulhos, exceto o vento e a respiração”.
“É a ausência de palavras para abrir espaço para outra Palavra, a Palavra de Deus”, disse ele.
Tradução de ncregister.com