No final de semana passado, bispos alemães se reuniram com representantes de organizações católicas para preparar o chamado “caminho sinodal”, um fórum em que se prevê o debate de assuntos como o papel da mulher na Igreja, a homossexualidade e o celibato. O Vaticano alertou que tais questões cabem exclusivamente à Igreja universal e não a uma espécie de sínodo nacional.
Padre Ricardo de Barros Marques, doutor em Direito Canônico, pertencente à diocese de Santos, manifestou preocupação com a situação da Igreja na Alemanha através de suas redes sociais.
Em seu perfil do Facebook ele fez a seguinte análise:
“A situação da Igreja na Alemanha é muito séria. A Conferência Episcopal já se manifestou dizendo que levará pra frente o “caminho sinodal” apesar do cardeal prefeito da Congregação para os Bispos, Ouellet, já ter dito, como pronunciamento oficial da Santa Sé, que esse encontro não é eclesiologicamente válido!
Por que a situação é séria? Inicialmente por dois motivos: o primeiro porque a Conferência Episcopal Alemã está afrontando Roma – acho que não podemos ainda falarmos de cisma formal! O segundo porque, como disse o próprio cardeal Ouellet, “as decisões desse encontro não apenas afetam a região Alemã, mas também a Igreja inteira, e correm o risco de fragmentar a já fraturada comunidade católica”.
O cardeal Marx, presidente da Conferência Alemã, não esconde que o resultado desse encontro chamado “caminho sinodal” pode ser útil para a Igreja universal e para as outras Conferências Episcopais.
O cardeal Marx já está em Roma para se encontrar com o Papa e com o cardeal Ouellet. É prudente esperar o resultado desses encontros. Ainda não é hora de falar em cisma! Contudo, é hora de rezarmos mais ainda pela unidade da Igreja.”