Líderes pró-vida rejeitaram as palavras da atriz norte-americana Michelle Williams que, ao ser premiada no Globo de Ouro, disse que não teria alcançado esse reconhecimento se não tivesse abortado seu bebê no passado, exercendo “o direito das mulheres de escolher”, quando ter filhos e com quem.
“Eu não teria sido capaz de fazê-lo sem usar o direito das mulheres de decidir (Ndr: eufemismo para falar de um aborto). Escolher quando ter meus filhos e com quem tê-los quando me senti apoiada e capaz de encontrar o equilíbrio. Sabendo, como todas as mães sabem, que a balança deve sempre se inclinar e se inclinará para os nossos filhos”, afirmou a atriz de 39 anos, em 5 de janeiro, após receber o prêmio pela minissérie Fosse/Verdon.
As palavras de Williams foram aplaudidas por várias estrelas de Hollywood e o trecho de seu discurso foi compartilhado nas redes sociais e meios de comunicação.
Na semana passada, a revista ‘People’ revelou que a atriz está atualmente grávida. O pai de seu bebê seria Thomas Kail, diretor da minissérie onde Williams atua.
Eden Linton, diretora de Educação e Juventude da Sociedade para a Proteção do Nascituro do Reino Unido (SPUC), uma das mais antigas e maiores organizações de defesa da vida do mundo, disse: “Bem-vindos a 2020, onde um troféu é mais valioso que a vida humana e as mulheres devem matar seus filhos para realizar seus sonhos”.
“A Sra. Williams enviou uma mensagem para as meninas jovens e influenciáveis em todo o mundo de que seus sonhos e ambições não podem ser alcançados sem o aborto e que as mulheres devem sacrificar seus filhos para ter sucesso”, destacou.
A diretora acrescentou que, “em 2020, nenhuma mulher deveria ter que sacrificar seu filho para conquistar seus sonhos” e que “a mensagem da Sra. Williams degrada as mulheres e suas capacidades”.
“Em uma sociedade onde as celebridades são tão glorificadas, é extremamente preocupante ver declarações como estas que emanam de eventos de alto nível com a capacidade de influenciar os demais”, concluiu.
Na rede social Twitter também ocorreram milhares de reações e críticas ao discurso de Williams.
Abby Johnson, que foi diretora de uma clínica de aborto da multinacional Planned Parenthood e atualmente é uma proeminente líder pró-vida, disse na rede social que o discurso da atriz foi “desagradável”.
“Então Michelle Williams quer agradecer ao aborto por seu sucesso. Quer agradecer à criança que matou para conseguir seu sucesso… e o faz enquanto está grávida atualmente. Desagradável”, disse.
Em seguida, acrescentou em outro tuíte: “Michelle Williams quer que acreditemos que é preciso matar os filhos para ter sucesso. Bom, tenho 8 filhos e cumpri todos os meus objetivos educacionais e profissionais. Dizer que devemos escolher é um insulto à força das mulheres e à maternidade”.
Outro comentário crítico ao discurso da atriz de Hollywood foi o de Lila Rose, presidente e fundadora da plataforma pró-vida Live Action. Ela disse: “Michelle Williams, visivelmente grávida, afirma que não teria ganhado o Globo de Ouro se não matasse o filho anterior. Nenhum troféu vale mais que a vida de uma criança. Sacrificar nossos filhos para ir atrás de nossos sonhos é a antítese total do empoderamento das mulheres”.
Enquanto isso, Kristan Hawkins, presidente do grupo pró-vida Students for Life of America, também comentou o discurso.
“Michelle Williams, acho tão triste que você atribua a um ato de violência, o aborto, o sucesso de sua carreira. O feminismo fracassou, pois milhões de mulheres como você foram levadas a acreditar que precisam matar outra para ter sucesso”, assinalou.
Além disso, recordou que “o aborto é o oposto do empoderamento feminino. Um aborto diz que você achava que não era forte o suficiente para alcançar seus objetivos e cuidar do novo humano que criou. É o movimento pró-vida que busca o empoderamento total das mulheres, mostrando às mulheres que são super-heroínas e que podem fazer as duas coisas”.
O humorista norte-americano Tim Young fez um comentário sarcástico: “Me perdi com Michelle Williams dizendo que não teria uma grande carreira se não tivesse feito um aborto e a plateia aplaudindo. Independentemente de qual lado esteja, o aborto deveria ser mais solene do que parafraseado: Se tiver um, poderá ganhar prêmios como eu!”.
Uma usuária pró-vida chamada Amie Whatserface lamentou que Williams “tenha comprado o argumento da indústria do aborto que diz às mulheres vulneráveis que não se pode ter uma carreira e uma família”.
“A criança que ela sacrificou pela fama provavelmente teria estado orgulhosa com o seu prêmio e teria celebrado felizmente com ela”, acrescentou.