Se já não fosse absurdo suficiente uma ONG pró-aborto palestrar dentro de uma paróquia católica, os acontecimentos que sucederam demonstraram ser mais absurdos ainda. Realmente vivemos em uma época que o “poste tá mijando no cachorro”.
Para você que perdeu algum detalhe, reunimos aqui as informações, até agora, dos acontecimentos e protestos ocorridos contra o evento promovido pela ONG feminista e pró-aborto “católicas pelo direito de decidir” na Paróquia São Francisco de Assis em Ermelino Matarazzo, diocese de São Miguel Paulista.
Entenda
No início do mês de agosto aconteceu na Paróquia São Francisco de Assis em Ermelino Matarazzo, diocese de São Miguel Paulista, uma semana da Juventude com palestras e debates de diversos temas.
Uma dessas palestras gerou desconforto entre os católicos pelo fato de apresentar um tema já definido como oposto à doutrina da Igreja Católica: a Ideologia de Gênero, direitos sexuais e direitos reprodutivos, e também pelas palestrantes convidadas serem de uma organização feminista chamada “Católicas pelo direito de Decidir”, que entre suas pautas estão diversos temas contrários à doutrina da Santa Igreja, e o principal deles é o aborto.
ONG Pró-Aborto – “Católicas pelo Direito de Decidir”
O Padre Luiz Carlos Lodi da Cruz encarregado de um dos apostolados pró-vida mais exitosos no Brasil, aponta que é impossível que os católicos apoiem o aborto, do que se deduz que as “católicas pelo direito de decidir” é uma organização que não representa os católicos, e por isso nem deveriam se chamar “católicas”.
A organização financia suas atividades com milhões de dólares recebidos de grupos norte-americanos abertamente anti-vida como a Fundação Ford.
Nos Estados Unidos os bispos norte-americanos rejeitaram publicamente o movimento e novamente os desautorizaram.
A CNBB também já se manifestou através de uma nota oficial acerca das Católicas pelo Direito de Decidir, esclarecendo que não são uma organização católica, e não podem falar pela Igreja Católica conclamando os católicos a se unirem em defesa da vida, e contra a cultura da morte.
Denúncia
Munidos de autoridade, e pela defesa da santa doutrina, diversos católicos se uniram denunciando o evento e fazendo protestos. Alguns jovens estiveram no dia do evento. E também organizaram um Santo Terço em desagravo ao acontecimento e contra a luta pró-aborto dos organizadores.
Infelizmente, com a ajuda milicianos pró-esquerda, o Terço em desagravo não correu em plena paz, como era o programado, pois um grupo opositor e em defesa dos acontecimentos e do Padre ‘Ticão’ esteve presente no dia e tumultuou aquilo que deveria acontecer de maneira pacifica, havendo até agressão a alguns dos jovens que estavam rezando na igreja. O site Gazeta Conservadora noticiou que um grupo de Milicianos do PSOL fez parte do grupo opositor.
É possível ver mais detalhes do que aconteceu no relato de um dos jovens presentes no Santo Terço de Desagravo.
“Ameaçado de morte”
Um fator que colocou fogo nas discussões foi o envolvimento da grande mídia, que apresentou uma imagem deturpada dos fatos, como Folha de São Paulo, Jornalismo SBT, e outros sites como Catraca Livre que replicaram a notícia de que o Padre ‘Ticão’, conhecido por defender o uso da Canabis (maconha) medicinal, administrador da paróquia, estava sendo ameaçado de morte por católicos extremistas, pelo fato de apoiar posições contrárias à Igreja.
Assista abaixo a reportagem do SBT:
Os próprios membros do grupo Renovação Jovem, responsáveis pela organização da semana da Juventude, divulgaram uma nota na qual assumem que que se consideram cristãos, mas “pensam diferente e seguem caminhos de atuação diferentes” da Doutrina da Igreja.
Processo
A paróquia se manifestou publicamente através de uma nota nas redes sociais informando que pretende processar os envolvidos sob a acusação de intolerância religiosa, difamação e calúnia e apologia ao crime.
Durante a semana o padre Ticão participou de uma transmissão ao vivo na qual, entre outros temas, falou sobre os protestos da paróquia e durante o vídeo demonstrou ser favorável à descriminalização do aborto, como é possível assistir aqui.
Notas de Repúdio e Esclarecimento
Algumas pessoas e grupos se envolveram de maneira mais incisiva na defesa da doutrina, na denúncia contra a realização do evento e também no Santo Terço em Desagravo que aconteceu após o evento. Alguns grupos divulgaram notas de repúdio e esclarecimento sobre a motivação que os levaram a tomarem esta atitude corajosa.
Assista ao vídeo divulgado pelo Centro Dom Bosco, onde dois jovens comentam os detalhes dos fatos, exercendo o direito de resposta pelas injustiças sofridas por nossos irmãos, e informar a todos o que aconteceu realmente. Sobretudo rebater as mentiras espalhadas por alguns veículos de comunicação e outras pessoas mal informadas ou mal intencionadas:
Segue a nota divulgada pela página Salve Roma:
NOTA OFICIAL
Em decorrência da repercussão pública que nossas denúncias tiveram contra a palestra do grupo feminista e pró-legalização do aborto “Católicas pelo Direito de Decidir” na Paróquia São Francisco de Assis – Ermelino Matarazzo (SP), dia 01 de Agosto, viemos a público prestar os seguintes esclarecimentos:
I. REPUDIAMOS, qualquer incentivo a violência ou ameaça de qualquer tipo aos jovens, palestrantes e organizadores do evento.
II. A ONG feminista Católicas pelo Direito de Decidir, que foi autorizada a palestrar na Paróquia São Francisco de Assis pelo sacerdote Antônio Luís Marchioni – popularmente conhecido como “Padre Ticão” – não somente não é reconhecida como uma instituição católica por parte da hierarquia da Igreja, como também acumula uma série de condenações por parte de diversas Conferências Episcopais ao redor do mundo [1].
A CNBB, por exemplo, afirma claramente sobre a organização em seu site: “Têm chegado à sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – inúmeras consultas sobre a ONG denominada “Católicas pelo Direito de Decidir”, uma vez que em seus pronunciamentos HÁ VÁRIOS PONTOS CONTRÁRIOS À DOUTRINA E À MORAL CATÓLICAS. Esclarecemos que se trata de uma entidade feminista, constituída no Brasil em 1993, e que atua em articulação e rede com vários parceiros no Brasil e no mundo, em particular com uma organização norte-americana intitulada “Catholics for a Free Choice”. Sobre esta última, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos já fez várias declarações, destacando que o grupo tem defendido publicamente o aborto e DISTORCIDO o ensinamento católico sobre o respeito e a proteção devidos à vida do nascituro indefeso; é contrário a muitos ensinamentos do Magistério da Igreja; NÃO É UMA ORGANIZAÇÃO CATÓLICA E NÃO FALA PELA IGREJA CATÓLICA. Essas observações se aplicam, também, AO GRUPO QUE ATUA EM NOSSO PAÍS.” [2].
III. Ora, mesmo com todas as condenações por parte de diversas Conferências Episcopais sobre o referido grupo feminista – incluindo a nossa – e sendo pública a opinião da mesma entidade acerca da legalização do aborto e demais pautas feministas condenadas pela Igreja (como a malfadada “teoria” ou ideologia de gênero), o chamado Padre “Ticão” permitiu que a mesma palestrasse aos jovens de sua Paróquia como se fossem um verdadeiro grupo católico, sendo, portanto, motivo de escândalo aos mesmos (cf. Mt 18:6-7).
IV. Não é lícito aos católicos promoverem “discussões” que questionem “princípios não-negociáveis” da Igreja, como, por exemplo, sua posição favorável a vida desde a concepção e contrária a legalização de qualquer tipo de aborto em qualquer estágio da gravidez. Assim afirma, por exemplo, o Papa Bento XVI:
“No que se refere à Igreja Católica, o interesse principal das suas intervenções no campo público é a tutela e a promoção da dignidade da pessoa e, por conseguinte, ela chama conscientemente a uma particular atenção aos PRINCÍPIOS QUE NÃO SÃO NEGOCIÁVEIS. Entre eles, hoje emergem os seguintes: TUTELA DA VIDA EM TODAS AS SUAS FASES, DESDE O PRIMEIRO MOMENTO DA CONCEPÇÃO ATÉ À MORTE NATURAL; reconhecimento e promoção da estrutura natural da família, como união entre um homem e uma mulher baseada no matrimónio, e a sua defesa das tentativas de a tornar juridicamente equivalente a formas de uniões que, na realidade, a danificam e contribuem para a sua desestabilização, obscurecendo o seu carácter particular e o seu papel social insubstituível; tutela do direito dos pais de educar os próprios filhos.” [3]
Ora, ao permitir a palestra de um grupo anti-católico já condenado pela Hierarquia da Igreja diversas vezes e que publicamente questiona o ensinamento católico acerca de – como disse o Papa Bento XVI – “princípios não-negociáveis”, o sacerdote incorreu em falta grave para com Deus, a Igreja e seu ofício. Assim também ensina o Venerável Papa Pio XII: “O que não corresponde à verdade e à Lei Moral não tem objetivamente nenhum direito de existência, NEM DE PROPAGANDA, nem de ação”[4].
V. O Código de Direito Canônico no cânon 212, deixa claro que: “§ 3. Os fiéis, segundo a ciência, a competência e a proeminência de que desfrutam, têm o direito e mesmo por vezes o dever, de manifestar aos sagrados Pastores a sua opinião acerca das coisas atinentes ao bem da Igreja, e de a exporem aos restantes fiéis, salva a integridade da fé e dos costumes, a reverência devida aos Pastores, e tendo em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas.”[5].
Esta é a razão pela qual incentivamos publicamente a denunciar o evento ocorrido primeiramente aos padres que o permitiram (e que, infelizmente, se obstinaram no erro mesmo após as denúncias); depois, ao bispo diocesano responsável por estes padres (Dom Manuel Parrado Carral); e, agora, o fazemos pedindo que tais sacerdotes sejam denunciados à Nunciatura Apostólica, para que lhes seja aplicada as devidas sanções.
VI. Nosso grupo, formado por católicos romanos fiéis ao Magistério Infalível da Igreja e ao Santo Padre, o Papa Francisco, não abriremos mão de nosso dever moral em condenar abertamente as ações escandalosas promovidas pela Paróquia em questão, mas, pelo contrário, seguiremos o ensinamento de São Paulo: “não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente.” (Efésios 5:11). Os valores morais dos católicos não serão vilipendiados por ninguém. Afinal, como dizia Santo Tomás de Aquino, Doutor Comum da Igreja: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é negá-la.”.
Dos administradores da página Salve Roma,
Lucas & Gabriel Klautau.
REFERÊNCIAS
[1] http://www.usccb.org/news/2000/00-123.cfm
[2] http://www.cnbb.org.br/nota-da-cnbb-sobre-as-catolicas-pelo-direito-de-decidir/
[3] https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2006/march/documents/hf_ben-xvi_spe_20060330_eu-parliamentarians.html
[4] Papa Pio XII, Ci riesce, 06.12.1953. in “Documents pontificaux’, ano de 1953, p. 616.
[5] http://www.vatican.va/archive/cod-iuris-canonici/portuguese/codex-iuris-canonici_po.pdf
NOTA DE REPÚDIO À PALESTRA DA ONG FEMINISTA ‘CATÓLICAS PELO DIREITO DE DECIDIR’ NA PARÓQUIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS – ERMELINO MATARAZZO (SP)
O Centro Cultural Ávila vêm a público manifestar seu repúdio à palestra do grupo feminista “Católicas pelo Direito de Decidir” na Paróquia São Francisco de Assis – Ermelino Matarazzo (SP), ocorrida no dia 01 de Agosto de 2019 em um evento denominado “36ª Semana da Juventude”, organizado pelo grupo “Renovação Jovem” sob a permissão do Padre Antônio Luís Marchioni (popularmente conhecido como “Padre Ticão”).
No evento, a entidade feminista em questão – que defende publicamente posições contrárias à Doutrina da Igreja como a legalização do aborto e a ideologia de gênero -, não só foi autorizada pelo referido sacerdote a palestrar sobre “Gênero, direitos sexuais, direitos reprodutivos e religião” em sua Paróquia, como também se apresentou como uma legítima entidade católica, sendo motivo de escândalo para os fiéis da comunidade, uma vez que, de acordo com a CNBB, o grupo “não é uma organização católica e não fala pela Igreja Católica” [1], tendo sido condenado por diversas Conferências Episcopais além da CNBB [2].
Na tarde do dia em que estava programado para acontecer o evento, páginas católicas do Facebook – em especial, a página “Salve Roma” – denunciaram a palestra da ONG feminista em seus perfis nas redes sociais, exortando seus seguidores a denunciar o evento para a Diocese de São Miguel Paulista (SP), onde ocorreria a palestra e cujo bispo é Dom Manuel Parrado Carral. A Diocese e a Paróquia em questão, então, recebeu ligações de todo o Brasil pedindo para que se cancelasse o evento. Infelizmente, no entanto, o evento ocorreu às 19:30h do mesmo dia. Na palestra, houve resistência da parte de jovens católicos fiéis a Doutrina e ao Magistério da Igreja contra a palestrante feminista que se apresentava. Em um vídeo que viralizou nas páginas e meios católicos virtuais, um jovem clamou em alta voz enquanto ocorria a palestra: “Tenha respeito à vida! Tenha respeito à Igreja!”. Os defensores da ativista, no entanto, alegavam que “o espaço da Igreja” era simplesmente “aberto” a todos e deixaram a palestra anti-católica continuar.
Alguns dias depois, grupos verdadeiramente católicos se reuniram novamente na frente da Paróquia em questão para fazer um ato de desagravo pelo sacrilégio organizado pelo grupo “Renovação Jovem”, e, é claro, autorizado pelo Padre “Ticão” mesmo após diversas denúncias.
Insatisfeito com a oposição a seu evento, o Padre “Ticão” não parou por aí. Resolveu denunciar as “mensagens ofensivas” e “telefonemas anônimos” que teria recebido com ao menos quatro B.O.s (Boletins de Ocorrência) no 62º DP (Distrito Policial), que está responsável pelas investigações. As ocorrências tratam de ameaça, injúria, difamação e falsidade ideológica, de acordo com o advogado Eduardo Fonseca, que atua junto do padre.
A mídia (representada principalmente por uma matéria publicada no jornal “Folha de São Paulo”), por sua vez, não só defendeu o padre como também denunciou as páginas católicas que denunciaram o evento como “radicais” e “fundamentalistas”, afirmando que o padre recebeu diversas “mensagens de ódio”, “ameaças”, e, inclusive, “ameaças de morte”.
Nós, do Centro Cultural Ávila, consideramos ser inadmissível o comportamento do referido sacerdote e demais grupos organizadores ao permitir que uma ONG feminista condenada pela Hierarquia da Igreja [3] se apresentasse em sua paróquia como uma legítima entidade católica para “discutir” um princípio que, de acordo com o Papa Bento XVI, é um “princípio não-negociável” da Igreja, isto é, a defesa jurídica da família natural e da vida desde a concepção [4], e, portanto, não passível de “discussão”. Afinal, como ensina o Venerável Papa Pio XII: “O que não corresponde à verdade e à Lei Moral não tem objetivamente nenhum direito de existência, nem de propaganda, nem de ação”[5].
Os jovens que denunciaram o evento, assim como a página “Salve Roma”, não agiram de maneira alguma de modo criminal, mas simplesmente seguiram o que ensina o Código de Direito Canônico: “Os fiéis, segundo a ciência, a competência e a proeminência de que desfrutam, têm o direito e mesmo por vezes o dever, de manifestar aos sagrados Pastores a sua opinião acerca das coisas atinentes ao bem da Igreja, e de a exporem aos restantes fiéis, salva a integridade da fé e dos costumes, a reverência devida aos Pastores, e tendo em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas.” (Código de Direito Canônico, cânon 212, § 3).
Esperamos que, diante da repercussão pública dos acontecimentos, o Padre supracitado e os organizadores do evento não permaneçam impunes, mas que o bispo Dom Manuel Parrado Carral, os aplique as devidas sanções.
REFERÊNCIAS
[1] http://www.cnbb.org.br/nota-da-cnbb-sobre-as-catolicas-pelo-direito-de-decidir/
[2] http://www.usccb.org/news/2000/00-123.cfm
[3] Cf. http://www.cnbb.org.br/nota-da-cnbb-sobre-as-catolicas-pelo-direito-de-decidir/
[4] https://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2006/march/documents/hf_ben-xvi_spe_20060330_eu-parliamentarians.html
[5] Papa Pio XII, Ci riesce, 06.12.1953. in “Documents pontificaux’, ano de 1953, p. 616.