SANTO ÁLFEGO, Bispo e Mártir
Álfego, também conhecido pelo nome de Godwine, nasceu no ano de 954.
Jovem, sentindo-se chamado por Deus, deixou a mãe aflita, viúva de poucos dias, e se consagrou ao Senhor no mosteiro de Deerhurst, que ficava no condado de Gloucester.
Sempre almejando vida mais e mais perfeita, achou que, retirando-se para a solidão, conseguiria maiorcantuária, são dunstan, abade, sucesso. E assim o fez. Construindo uma pequenina cabana nas vizinhanças de Hath, ali principiou como anacoreta.
Pouco depois, bandos de homens e mulheres deram de procurá-lo para conselhos e para que os recomendassem nas orações a que dirigia a Deus. Logo, aqueles que se sentiam atraídos pela vida religiosa, colocaram-lhe sob a conduta. E Álfego, tanto crescia o número dos discípulos, viu-se obrigado a fundar um mosteiro, do qual, em 970, fez-se abade.
Com trinta anos, o Santo era bispo: Ethelwold de Winchester morrera. E os monges, que amavam o Santo desmedidamente levaram-lhe o nome a São Dunstan, então bispo de Cantuária.
Dunstan hesitou. Mas, tendo orado e jejuado, recebeu resposta do céu, por intermédio de Santo André.
Disse-lhe o Apóstolo:
– O eleito do Senhor é o abade Álfego!
Para que o Santo aceitasse aquela dignidade foi mister arrancá-lo da solidão e usar de energia.
Sagrado bispo de Winchester a 19 de Outubro de 984, no exercício do cargo, Álfego mostrou grande austeridade de vida, admirável caridade e afável doçura. Diz-se que, no seu tempo, mendigo algum havia na cidade, tanto fizera por socorrer a população menos protegida da sorte.
O trabalho que desenvolveu para converter os ainda pagãos homens do Norte foi estupendo. Foi o santo bispo que, em 994, confirmou o rei Olaf da Noruega, convertido por missionários ingleses.
Álfego era tido em grande estima por Dunstan. E tanto o amava, que o designou para lhe ser o sucessor, o que aconteceu, em 1006, depois da morte de Alfrich.
Em Roma, das mãos do Papa, o Santo recebeu o pálio.
Conta-se, aqui, o que lhe sucedeu, quando regressava. Atravessando os Alpes, Álfego passou por uma pequena cidade da Itália. Os habitantes roubaram-no e obrigaram a procurar um abrigo fora daquelas terras.
Imediatamente depois daquele ato selvagem, um incêndio se alastrou pela cidade. E tal era o penhor do vento que, viram-no todos, o fogo logo devoraria todas as casas.
Era castigo! Uma punição do céu! E, assim julgando, os moradores do lugar correram procurar o Santo, no coração levando o imenso desejo de pedir perdão ao prelado que tanto haviam maltratado, e injustamente.
Descobriram-lhe o paradeiro e, com lágrimas, suplicaram-lhe que, com orações e rogos, pusesse fim ao sinistro.
Pouco depois de orar a Deus, o incêndio cedeu.
Quando os dinamarqueses invadiram o reino, Álfego saiu em socorro das populações violentadas nos seus direitos. E, enquanto trabalhava pelo rebanho, não se descuidava de lutar pela conversão dos invasores.
Preso, foi morto como Santo Estêvão, o primeiro mártir: a pedradas, no dia 19 de Abril de 1012. O corpo, conquistado pelos dinamarqueses convertidos, foi levado para Londres e enterrado na catedral de São Paulo. Onde anos mais tarde, ou seja, em 1023, Canuto transferiu-se para Cantuária.