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Santo do Dia

São Zeno de Verona, bispo e mártir – 12 de Abril

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SANTO DO DIA – 12 DE ABRIL – SÃO ZENO DE VERONA
Bispo de Verona e Mártir (+371)

Oriundo da Mauritânia, são Zenão (ou Zeno) foi bispo de Verona desde 362, em um período no qual começavam a surgir nos desfiladeiros alpinos as tribos germânicas, depois contidas pelas legiões romanas. São Zenão teve de combater não só os bárbaros que, “dando as costas para as gélidas florestas do norte, cruzaram os Alpes para se aquecerem aos raios dourados da alegre Itália” – como escreve o poeta alemão Heine -, mas também os mais temíveis arianos, provenientes do leste, instigadores de graves desordens na Igreja veronesa.

Como Agostinho, outro grande contemporâneo africano, também Zenão era hábil retórico, um cinzelador de belas frases e de boa argumentação, das quais se valeu em sua pregação para convencer os últimos pagãos e os novos hereges. Disso dão fé os 16 sermões que nos chegaram, os quais tratam de temas novos, como a mariologia, ou falam de virtudes particulares, como a humildade, a pobreza e a caridade, e temas debatidos, como a doutrina trinitária, que Agostinho desenvolveria ulteriormente com um volumoso tratado.

As prédicas do bispo de Verona (fala-se de 93 sermões, em grande parte perdidos) são verdadeiros tratados dogmáticos, morais, cristológicos e bíblicos, escritos em um latim “quente e conciso”, com aquele seu “proceder sentencioso, nos jogos de palavras e imagens, naqueles largos desenvolvimentos oratórios, nos quais a alma do santo transfunde toda a impetuosidade de entusiasmo e da indignação…”, como escreve Guilherme Ederle, durante anos arcipreste da basílica.

Era natural que muita gente assistisse a suas prédicas – em particular os neoconvertidos e os próprios pagãos -, atraída por hábil oratória. Pregava bem e sabia acompanhar o ensinamento com o exemplo de caridade, humildade, pobreza e liberalidade com os pobres. Para os veroneses é “são Zenão que ri”; ele é de fato representado sempre sorridente, pois que ‘cum mansuetudine et ilaritate docebat’, ensinava com mansidão e alegria. Era o bom pescador de almas, mas também de peixes, nas margens do Ádige, como aparece em um dos preciosos azulejos do portal da basílica romântica que traz seu nome.

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Oficio das leituras 29.05.2021 - Dos Tratados de São Zeno de Verona, bispo - Séc. IV

SÃO ZENO DE VERONA

Apoiando-se sobre uma indicação deixada por São Gregório, o Grande, o martirológio romana dá a Zeno o título de mártir, quando de Galiano. Por outro lado, uma carta de Santo Ambrósio a Siagrios, que foi sucessor de São Zeno na Sé de Verona, falando das altas virtudes do nosso santo, e da bem-aventurada morte que teve, não deixa entrever qualquer traço de que tenha sido martirizado.

Zeno tornou-se bispo de Verona em 362, quando Juliano, o Apóstata, reinava. Africano de nascimento e das pagãs superstições. De imensa caridade para com os pobres, consigo mesmo era duma severidade sem par. Paciente, humilde, cheio da verdadeira solicitude pastoral, aplicou-se com afinco para inspirar ao povo de Verona a doçura para com a pobreza. E dizia:

– Dando vosso dinheiro aos pobres, amealhais grande tesouro, interesses imensos nos céus. Assim, tirareis um proveito considerável de vossos tesouros sem excitar a inveja.

Cuidando da formação dos clérigos para o serviço dos altares, deixou sábias diretrizes às virgens consagradas a Deus e combatei as desordens ocasionadas pelos banquetes, de caridade celebrados por ocasião das festas dos mártires. Depois dum episcopado, tanto vigoroso como prudente, São Zeno de Verona faleceu no ano de 371, indo, no céu, receber a merecida paga pelos excelentes trabalhos que desenvolvera com incansável atividade.

O emblema do peixe, que lhe atribuem como característica, é interpretado como um índice da pobreza que sempre decantou, já que era homem reduzido a assegurar a própria subsistência, pescando, como dizem, pescava nas águas do Adigio. Melhor, supomos, seria dizer que fora o símbolo da pesca apostólica, aquela que, com denodo e diligência, realizou na conversão dos pagãos. Um pescador, mas como Pedro, um pescador de homens.

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Teria São Zeno pelo Adigio alguma grande afeição? Vai, no que segue, apenas um incentivo ao povo de Verona, para que mais, para com o santo, aumentasse de devoção?

O rio, em 588, numa enchente, transbordou. E as águas, sempre crescendo, subiram sem cessar, até que passaram a ameaçar uma igreja dedicada a São Zeno, justamente aquela em que lhe repousava o corpo. E as águas, escachoando e ondeando, subindo pelas paredes do templo, quando chegaram às janelas, pararam. E a porta, que estava aberta, ficou vedada às águas, que não entraram igreja a dentro, miraculosamente.

Padroeiro de Verona, São Zeno, é festejado em várias datas: 12 de Abril, 8 de Dezembro e 21 de Maio.

Wikipedia

Vida e historicidade

De acordo com um autor veronês chamado Coronato, um notário do século VII, Zenão era nativo do norte da África, da Mauritânia romana (norte de Marrocos e Argélia). Lá, ensinava o cristianismo crianças e as ajudava em suas tarefas escolares. Outra teoria é que Zenão seria um seguidor de Atanásio, o patriarca de Alexandria, que acompanhou o mestre quando ele visitou Verona em 340.

Assumindo a segunda teoria, Zenão teria permanecido na cidade e entrado para a vida monástica, vivendo como monge até por volta de 362, quando foi eleito sucessor da sé de Verona depois da morte do bispo Grícino (Gricinus ou Cricinus ou Cricino).

Zenão “recebeu uma boa educação clássica” e, como bispo, batizou muitos, converteu outros de volta do arianismo, viveu uma vida de pobreza, treinou padres para a diocese, fundou conventos para mulheres, reformou como se celebrava o banquete do Ágape e proibiu que as missas funerais fossem acompanhadas pelos altos gritos e lamentos dos presentes. Zenão também deixou instruções sobre o batismo de adultos (que ocorria através da imersão completa) e concedeu medalhas aos recém-batizados.

Seu episcopado durou cerca de dez anos e a data de sua morte é geralmente creditada como 12 de abril de 371.

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Zenão é descrito como um confessor da fé nos primeiros martirológios. São Gregório Magno chama-o de mártir em seus “Diálogos”; Santo Ambrósio, um contemporâneo, não, e conta que Zenão teve uma “morte feliz” mesmo sendo um confessor. É possível que ele tenha sido perseguido (mas não executado) durante os reinados de Constâncio II e Juliano, o Apóstata. Há uma entrada no “Martirológio Romano” para o bispo de Verona que foi martirizado pelo imperador romano Galiano em 12 de abril de 371, mas ela é problemática por que o reinado de Galiano terminou em 268.

A primeira evidência de sua existência é uma carta escrita por Santo Ambrósio ao bispo Siágrio de Verona na qual ele faz uma referência à santidade de Zenão. Depois, o bispo São Petrônio de Verona (r. 412-429) escreveu sobre as virtudes de Zenão e confirmou a existência de um culto dedicado a São Zenão.

Um poema escrito entre 781 e 810, chamado “Versus de Verona”, uma elegia da cidade em verso, afirma que Zenão foi o oitavo bispo de Verona.

Obras

O estilo dos cerca de noventa Sermões (Sermones) atribuídos a Zenão também tem sido considerados como evidências de suas origens africanas por causa do estilo, uma vez que escritores africanos da época frequentemente se valiam de neologismos e jogos de palavras. A maior parte destes sermões são exegeses do Antigo Testamento e “apresentam definitivamente um elemento antissemita”.

Devoção

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A festa litúrgica de Zenão é celebrada em 12 de abril, mas a diocese de Verona também o celebra em 21 de maio, o dia que suas relíquias foram levadas para lá, em 21 de maio de 807.

Segundo a tradição, Zenão construiu a primeira basílica de Verona, situada no local onde hoje está a catedral. A igreja de São Zenão data do início do século IX e foi doada por Carlos Magno e seu filho, Pepino, rei da Itália. Ela foi consagrada em 8 de dezembro de 806 e dois eremitas locais, Benigno e Caro, receberam a missão de transladar as relíquias de Zenão para a nova cripta de mármore. O rei Pepino estava presente assim como os bispos de Cremona e Salzburgo, além de uma enorme multidão.

A igreja foi danificada no início do século X pelos magiares, mas as relíquias não foram tocadas. A basílica foi reconstruída, muito aumentada e mais robusta em seguida, uma obra financiada por Otão I, e re-consagrada em 967 numa cerimônia presidida pelo bispo Ratério de Verona.

A atual Basílica de São Zenão é uma obra dos séculos XII, XIII e XV principalmente. Ela é bastante conhecida por suas portas de bronze (ca. 1100 – ca. 1200), pelas esculturas da fachada assinadas por Nicolau e um sócio, Guilherme, e pela rosácea (ca. 1200), obra de Brioloto.

Lendas e iconografia

Mais de trinta igrejas ou capelas foram dedicadas a São Zenão, incluindo a Catedral de Pistoia.

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Conta uma lenda sobre São Zenão que ele teria sido sequestrado ao nascer e substituído por uma criança trocada demoníaca. Uma história relata que Zenão estava um dia pescando às margens do rio Adige para conseguir alimento (e não se divertir) e viu um camponês atravessando o rio numa carroça puxada por cavalos. Os animais começaram a ficar irritados e Zenão, acreditando ser isto uma obra do diabo, fez o sinal da cruz e os cavalos se acalmaram[1]. São comuns as histórias de Zenão lutando contra o diabo e ele é, por vezes, representado pisoteando um demônio. Outra história relata que ele exorcizou um demônio do corpo da filha do imperador Galiano (embora Zenão provavelmente sequer estivesse vivo durante o reinado dele). O imperador, agradecido, permitiu que Zenão e outros cristãos praticassem sua fé livremente por todo o império.

São Gregório Magno, no final do século VI, relata um milagre associado à divina intercessão de Zenão. Em 588, o Adige transbordou e inundou Verona. A enchente alcançou a Igreja dedicada a São Zenão, mas, milagrosamente, a água não entrou no edifício mesmo estando as portas abertas. A igreja foi doada a Teodelinda, que supostamente testemunhou o milagre, e esposa do rei dos lombardos Autário.

Zenão é geralmente representado com itens relacionados à pesca, como peixes e varas de pescar e é o padroeiro dos pescadores. “A tradição local afirma que o bispo gostava de pescar no vizinho Adige”, escreve Alban Butler, “mas é mais provável que originalmente fosse um símbolo de seu sucesso em trazer pessoas para o batismo”

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