“Ninguém vai querer ouvir falar de Jesus pela boca de um gângster”, disseram-lhe. Ele respondeu: “Talvez seja disso que o mundo precise”
Estreia hoje no Brasil o aguardado “Luta Pela Fé – A História do Padre Stu“, filme com Mark Wahlberg e Mel Gibson. A trajetória de Stuart Long, um boxeador que vira padre católico, é resumida pelo próprio Wahlberg como “de encrenqueiro a clérigo”.
Mark Wahlberg interpreta o protagonista, pe. Stuart, ou pe. Stu, como era chamado pelos amigos, enquanto Mel Gibson faz o papel de Bill Long, o pai do boxeador que vira padre.
Com distribuição mundial pela Sony Pictures, a direção e o roteiro do filme são de Rosalind Ross, que, segundo Wahlberg, “fez um trabalho incrível captando a essência de quem era o pe. Stu e de como ele influenciou as pessoas que o conheceram. Eu espero, com este filme, que mantenhamos vivo o seu legado e continuemos as suas boas obras”.
O ator acrescenta que a vida do sacerdote “foi inspiradora para muitos, inclusive para mim’.
O padre Stu
O boxeador que vira padre também foi ator, professor e administrador de museu antes de seguir a vocação sacerdotal. Stu viveu uma densa experiência espiritual em pleno hospital depois de um atropelamento que o levou a encarar a morte de muito perto. Convertendo-se à Igreja Católica, ele sentiu o chamado ao sacerdócio quando recebeu o sacramento do batismo.
Já no seminário, Stu passa por uma cirurgia para retirada de um grande tumor no quadril, ocasião em que recebe o diagnóstico médico de miosite por corpos de inclusão. A doença inflamatória provoca danos musculares e enfraquecimento gradual, acelerando a morte do pe. Stu: ele parte desta vida em 2014, aos 50 anos de idade e apenas 7 anos depois de ter sido ordenado sacerdote.
Os produtores do filme declararam à diocese norte-americana de Helena e ao pai do pe. Stu que a produção é uma homenagem ao boxeador que virou padre.
Realismo
O filme procura (e consegue) ser o mais realista possível ao retratar a história de conversão do “bad boy” Stuart – o que implica cenas em que ele e seu pai travam diálogos “sem noção” e “grosseiros”, tal como foi na vida real. Estas cenas “mundanas”, que não maquiam a vida real, dão ainda mais impacto à sincera história de conversão do boxeador, contrastando com as cenas que defendem virtudes como a castidade, reconhecem o testemunho de vida dos santos e promovem a contrição perfeita.
O realismo do filme com “marmanjos” como Mark Wahlberg e Mel Gibson aborda ainda dramas comuns da vida real, como as dúvidas e questionamentos das pessoas diante de Deus, sobretudo quando perdem a fé depois de grandes sofrimentos. Também são mostrados na tela alguns atritos na relação entre fiéis leigos e o clero: um exemplo é a dificuldade enfrentada por Stuart para convencer o reitor do seminário a aceitá-lo como seminarista.
A propósito: o período desafiador de Stuart no seminário traz uma conversa provocativamente instigante:
“Ninguém vai querer ouvir falar de Jesus Cristo pela boca de um gângster”, dizem ao seminarista inusitado. O futuro padre Stu responde: “Talvez seja disso que o mundo precise”.