A Santa Igreja reserva o mês de Novembro, encerramento do ano litúrgico, para nos levar a refletir sobre as realidades eternas. O que acontece conosco quando morremos?
Faz parte da formação de um católico estudar sobre os novíssimos. A catequese básica nos recorda que para herdar o reino de Deus precisamos lutar contra o pecado e mantermo-nos em estado de graça, ou seja, preservar nossa amizade com Deus.
Para nos ajudar em nosso caminho de santidade, Nosso Senhor Jesus Cristo nos presenteou com a Santa Igreja cujos Sacramentos são canais da Graça de Deus em nós. É através do Batismo, Confissão e Comunhão que nosso pecado é lavado e podemos, enfim, alcançar a glória eterna.
Sobretudo em nossos tempos, quando superabundam as ocasiões de pecado, é que os fiéis deveriam a recorrer a estas fontes infinitas da graça de Deus, contudo temos observado que estão omitindo de nós uma parte importante dessa realidade, o que certamente coloca muitas almas em risco!
Cada vez mais, as filas da Sagrada Comunhão estão mais cheias e os confessionários mais vazios…
Se por um lado os fiéis estão cada vez mais longe de Deus e mergulhados em vícios e pecados. Por outro lado testemunhamos um total descaso por boa parte dos sacerdotes que transformaram suas vocações em carreiras de sucesso, abandonando a verdadeira missão por afazeres mundanos, cada vez mais tentando se adaptar e agradar o mundo ao invés de morrer para ele.
Os maiores responsáveis por essa realidade são os próprios sacerdotes.
- Os padres não pregam mais sobre a importância da confissão frequente, deixando eles acreditarem que confessando apenas uma vez por ano será suficiente. Se os fiéis não se confessam com frequência, eles não podem comungar.
- Os padres não gastam mais seu tempo nos confessionários, por este motivo os fiéis que desejam se confessar precisam fazer um grande esforço para conseguir receber o sacramento, pois mesmo antes da pandemia já eram obrigados a agendar um horário para conseguir encontrar um padre.
- Os sacerdotes deixaram de usar o hábito do padre (batina), se vestindo como leigos comuns, fazendo com que sejam invisíveis em meio ao povo, dificultando muito que sejam reconhecidos e procurados nos momentos de urgência e necessidade espiritual.
Os fiéis que não se confessam imediatamente após cometerem um pecado grave, tem grande chance de cometer o mesmo pecado antes de conseguir se confessar.
Como os católicos alcançarão a santidade se não há sacerdotes disponíveis para confissões?
— Templário de Maria (@TemplarioMaria) November 1, 2020
Alguns poucos se disponibilizam apenas uma vez na semana, por poucas horas.
O que diria Padre Pio que não entendia como os fiéis se mantinham longe da confissão por mais de uma semana?
Se os fiéis não têm o hábito da confissão frequente, como recomenda a Santa Igreja, eles certamente não vivenciam a comunhão e amizade com Deus, e correm o grave perigo da condenação eterna, pois nestas condições a probabilidade de morrer fora da graça de Deus é quase certa.
No meio de tudo isso vemos padres preocupados com suas teses de doutorado, com as finanças da paróquia e suas reformas, ou mesmo preocupados com a própria aparência física, vestindo roupas imodestas e praticando esportes diariamente. Não que essas atividades sejam proibidas, ao contrário, devem ser estimuladas (exceto a falha na modéstia)… mas para tudo há seu tempo.
Como um sacerdote consegue dormir tranquilo sabendo que milhares de almas são condenadas ao inferno todos os dias pois não há quem ensine a importância da confissão e se disponham a ouvir seus pecados?
Como conseguem trocar horas de confessionários capaz de salvar tantas almas, por uma confissão comunitária que nem sequer é válida fora das circunstâncias autorizadas pela Santa Igreja?
Como conseguem praticar esportes e fazer piadinhas na internet, enquanto muitos fiéis estão implorando por um sacerdote que lhe tire do destino da escuridão eterna e absolva seus pecados?
Sabemos que os sacerdotes, em função do sacramento da ordem, alcançam a dignidade maior que a dos próprios anjos, e por isso lhes rendemos todo respeito e gratidão, pois por suas sagradas mãos podemos receber os sacramentos e o Santíssimo Corpo de Deus! Contudo, ao mesmo tempo que admiramos tão sublime missão, fica difícil compreender que tantos não compreendam o verdadeiro sentido de sua vocação!
Rezemos para que Todos os Santos do Céu iluminem nossos sacerdotes, para que deixem o respeito humano de lado e voltem a pregar sobre os pecados mortais, sobre os novíssimos do homem, e ajudem a abrir os olhos para as realidades que verdadeiramente importam!
E principalmente, rezemos para que os confessionários que hoje estão abandonados e sem uso voltem a povoar a Igreja de Santos!