Decididos por cumprir a promessa feita a Deus no altar, um casal abriu mão de um terreno a fim de reparar um grave erro proveniente de uma má orientação: a vasectomia.
No último dia de 2019, Mônica e Anderson Ferreira vieram às redes sociais contar a todos uma excelente notícia que, até alguns meses antes, nem passava por suas cabeças que seria possível: estavam grávidos de mais um filho, o sexto!
Esta notícia, que por si só é maravilhosa, não veio sozinha, mas acompanhada de um emocionante testemunho de conversão e que viabilizou este milagre.
Quando o ano de 2019 começou, o casal que reside em Itaberá – SP, já com cinco filhos, não esperava que o ano terminasse com uma surpresa tão boa, isso porque durante a gestação de Francisco (5º filho), Mônica sofreu complicações de saúde e, em função disso, foram orientados a não terem outros filhos.
Impelidos por esta orientação e principalmente pelo medo, decidiram se fechar à vida, e Anderson optou pela operação de Vasectomia.
No testemunho, eles contam que durante algum tempo ficaram tranquilos, mas com o passar do tempo ficaram cada vez mais incomodados, pois sabiam que esta decisão impediria que pudessem cumprir a promessa feita diante de Deus, pelo sacramento matrimônio: “Vocês prometem receber os filhos que Deus lhes enviar educando-os na fé do Cristo e da Igreja? – Sim prometo!”.
Foi então que Deus colocou um anjo em seus caminhos, Padre Matheus Pigozzo, que através de suas postagens na internet, e diversas conversas pelo messenger, pouco a pouco ajudou que as escamas de seus olhos caíssem e pudessem compreender, portanto, a gravidade do erro que cometeram.
Outro canal da graça de Deus, relata o casal em sei testemunho, que também foi muito útil e serviu de auxílio nessa tomada de consciência, foram os vídeos do casal Deia e Tiba que, em seu canal do YouTube, possuem diversos vídeos sobre a doutrina católica e família.
Tudo isso permitiu que eles abrissem seus olhos e percebessem que a decisão que outrora haviam tomado, por medo e má orientação, não era a vontade de Deus, e isso os impulsionou a buscar a Santa Igreja para regularizarem sua situação.
Eles perceberam que mesmo entre os católicos, enraizou-se uma mentalidade anti-católica de que há a necessidade de um controle de natalidade, ou uma expressão muito usada, mas que também é interpretada de maneira incorreta, a paternidade responsável.
Tornou-se muito comum encontrar casais que sobem ao altar despreparados e que, desconhecendo a vontade de Deus, muitas vezes fazem a promessa no altar sem compreenderem o significado do que estão falando. São muitos os casais católicos que, por desconhecerem a doutrina da Santa Igreja, fazem uso de preservativos, métodos anticoncepcionais e até mesmo de cirurgias para evitarem os filhos, o que por sua vez configuram-se pecados graves, e impedem que possam receber a sagrada comunhão, isso até que se arrependam sinceramente, mudem seus hábitos e busquem o perdão de Deus através do sacramento da confissão.
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Decididos por cumprir a promessa feita a Deus no altar, um casal abriu mão de um terreno a fim de reparar um grave erro proveniente de uma má orientação: a vasectomia.
Conscientes disso, e com profundo arrependimento e coração contrito, eles fizeram um bom exame de consciência e buscaram o sacramento da confissão e, deste modo, voltaram à comunhão.
Entretanto isso não foi suficiente, pois já existia o desejo de reparar o erro cometido de maneira concreta. Eles decidiram então, fazer a reversão da vasectomia!
Infelizmente, a sociedade é dirigida por pessoas que estão não se preocupam com o que há de mais valioso, a vida! Um exemplo disso é o fato de que a cirurgia de vasectomia é oferecida gratuitamente pelo SUS, enquanto a reversão dificilmente é possível pelo SUS, sendo necessário recorrer a clinicas particulares pagando um custo altíssimo. Mas isso não foi motivo para desânimo para o casal.
Ajudados pela providência de Deus, e eles conseguiram vender um terreno e assim conseguiram o valor necessário para custear a cirurgia.
Encontraram um médico experiente neste tipo de cirurgias e com a ajuda de Deus, a cirurgia ocorreu com sucesso no dia 22 de outubro de 2019.
” O médico operou meu corpo e ao mesmo tempo, Deus operou minha alma.”
Dois meses depois, juntamente com a Festa do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, veio a confirmação do milagre de Deus concretizado, um novo bebê estava a caminho: “essa nova alma que está em nossas mãos para um dia devolvermos a Ele, ensinando os caminhos do céu, da Igreja Católica Apostólica Romana, junto com seus irmãos.”
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Leia o texto do casal postado nas redes sociais:
Alguns podem se perguntar: mas vc não tinha operado?
Durante a gestação do Francisco, nosso quinto filho , minha esposa teve um problema de saúde, e fomos orientados pela médica a não termos mais filhos, por medo nós nos fechamos a vida, fazendo a vasectomia. Durante um tempo estávamos tranquilos, mas no fundo sabíamos que não estávamos cumprindo a promessa que fizemos no altar, que é que aceitar os filhos que Deus quiser nos dar, e Deus nos enviou um padre na internet que muitas vezes veio conversar comigo no Mensseger e também através de suas postagens, os nossos olhos foram se abrindo com relação ao erro que havíamos cometido, e que essa não era a vontade de Deus. E também através do canal da Dea e Tiba. Depois dessa tomada de consciência, fomos buscar o que a Igreja nos pede e nos confessamos e depois veio o desejo de buscar reparar o erro e decidimos fazer a reversão da vasectomia. Graças a Deus conseguimos vender um terreno para arrumar o dinheiro para cirurgia e encontramos um médico em São Paulo muito experiente para fazer a cirurgia de reversão que ocorreu dia 22 de outubro.
O médico operou meu corpo e ao mesmo tempo, Deus operou minha alma.
E agora dois meses depois, Ele nos abençoou com a chegada desse novo bebe, dessa nova alma que está em nossas mãos para um dia devolvermos a Ele, ensinando os caminhos do céu, da Igreja Católica Apostólica Romana, junto com seus irmãos.
Veja mais algumas fotos do casal no final do artigo.
Qual a doutrina da Igreja sobre a vasectomia?
O que a Igreja tem a dizer a respeito de intervenções cirúrgicas, ou quaisquer outros artifícios, que provoquem a esterilização das pessoas? É o que Padre Paulo Ricardo esclarece neste episódio de “A Resposta Católica” sobre a vasectomia.
O sacramento do Matrimônio tem a abertura à vida como um de seus pilares (o principal, na verdade), tanto que na celebração do rito matrimonial o sacerdote pergunta de modo muito direto: “Estais dispostos a receber amorosamente os filhos como dom de Deus e a educá-los segundo a lei de Cristo e da sua Igreja?” Por esse e por muitos outros motivos, a Igreja não aprova a utilização de métodos que impeçam a fecundidade do casamento.
É evidente que a “regulação da natalidade representa um dos aspectos da paternidade e da maternidade responsável”, porém, essa responsabilidade não “justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis (por exemplo, a esterilização direta ou a contracepção)” (Catecismo, § 2399).
Sendo a vasectomia uma intervenção cirúrgica cujo fim é esterilizar o homem, ela não é permitida pela Igreja. O ensinamento nesse sentido é muito claro, especialmente no documento da Congregação para a Doutrina da Fé à Conferência Episcopal norte-americana Haec sacra congregatio, de 13 de março de 1975, cujo teor transcrevemos:
Qualquer esterilização que, por si mesma ou por sua natureza e condição própria, tem por único efeito tornar incapaz a potência procriadora deve ser considerada esterilização direta, assim como é entendida pelas declarações do Magistério pontifício, especialmente de Pio XII.
Por isso, ela permanece absolutamente proibida segundo a doutrina da Igreja, não obstante toda reta intenção subjetiva dos que a praticam no intuito de curar ou de prevenir um mal físico ou psíquico que se pode prever ou recear como consequência de uma gravidez. E a esterilização da faculdade procriadora mesma é proibida mais estritamente ainda que a esterilização de atos determinados, porque acarreta para a pessoa quase sempre um estado de esterilidade irreversível.
E não vale invocar mandato da autoridade pública que, pretextando a necessidade do bem comum, queira impor uma esterilização direta, pois isso lesaria a dignidade e inviolabilidade da pessoa humana. Também não se pode invocar aqui o princípio de totalidade pelo qual as intervenções nos órgãos são justificados pelo bem superior da pessoa; uma esterilidade procurada em si não visa o bem integral da pessoa humana desejado do modo justo, “guardada a ordem das coisas e dos bens”, pois ela causa dano a seu bem ético, que é o mais elevado, já que deliberadamente priva de seu elemento essencial a atividade sexual prevista e livremente escolhida. Por essa razão, o art. 20 do Código de Ética Médica, promulgado pela Conferência em 1971, traduz fielmente a doutrina a ser guardada e cuja observação deve ser urgida.
Confirmando esta doutrina tradicional da Igreja, a Congregação não ignora o fato de existir a respeito dela dissensão da parte de diversos teólogos. Nega, porém, que a este fato se possa dar um significado teológico, como se constituísse um ‘lugar teológico’ que os fiéis poderiam invocar para, preterindo o magistério autêntico, aderir às posições dos teólogos que dele se afastam (DH 4560-4561).
A vasectomia é uma esterilização direta, tal qual a laqueadura. Apesar de ser tida como reversível, existem casos em que não é possível revertê-la. Quem estiver nesta situação deve ter bem presente diante de si a necessidade de viver em constante penitência pelo pecado cometido, o qual deixou consequências permanentes em seu próprio corpo — e facilmente pode levar a pessoa estéril a uma vivência irresponsável e egoística da sua sexualidade.
É certo que nem toda intervenção cirúrgica que leve à esterilização pode ser considerada como um ato intrinsecamente mau em si mesmo. Contudo, “se efetuada com o fim de impedir a procriação, é uma ação intrinsecamente má por causa da ausência de direito no agente, já que nem a pessoa nem a autoridade pública têm poder direto de dispor dos membros do corpo que se estenda até lá.” É o que diz ainda uma Resposta do Santo Ofício, publicada no dia 11 de agosto de 1936 (cf. DH 3760-3765).
Houve quem alegasse que a vasectomia seria motivo para a invalidação do sacramento do Matrimônio. Mas, no dia 13 de maio de 1977, a Congregação para a Doutrina da Fé emitiu um documento, intitulado Decreto sobre a impotência, negando essa possibilidade:
A Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé sempre sustentou que não se deve impedir o casamento aos que fizeram vasectomia e a outros que se encontram em semelhantes circunstâncias, já que não há total certeza de sua impotência.
Pois bem, diante de tal práxis, e após reiterados estudos realizados por esta Sagrada Congregação e também pela Comissão para a revisão do Código de Direito Canônico, os Emmos. e Rvmos. Padres desta S. Congregação, na reunião plenária da quarta-feira, 11 de maio de 1977, decidiram responder às seguintes dúvidas a ela propostas:
1. Se a impotência que torna o casamento nulo consiste na incapacidade, antecedente e comprovadamente perpétua, seja absoluta ou relativa, de consumar a cópula conjugal.
2. Em caso afirmativo, se para a cópula conjugal se requer necessariamente a ejaculação de sêmen produzido nos testículos. A resposta é Afirmativa para a primeira questão; para a segunda é Negativa.
Esta informação não atenua a imoralidade da vasectomia. Trata-se apenas de informar que alguém que se tenha submetido a tal intervenção cirúrgica pode contrair um matrimônio válido, pois, para a consumação do matrimônio, é preciso haver um ato sexual, o qual, tecnicamente, deve contar (aviso de linguagem delicada) com a ereção do pênis, a introdução deste na vagina e a ejaculação do líquido seminal (que não precisa necessariamente ter sido produzido nos testículos, mas em outras glândulas do aparelho reprodutor). Se isso acontecer, o matrimônio é válido.
A doutrina da Igreja acerca da vasectomia é bastante clara e não deixa margem para dúvida. O que não se deve perder de vista é que “a fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende a ser fecundo”; e, de modo especial, que “a Igreja ensina que qualquer ato matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida” porque assim Deus quis. O ato conjugal possui dois significados, “o ato unitivo e o ato procriativo” (Catecismo, § 2366), e Deus, em sua infinita sabedoria, achou por bem não separá-los.
Mais algumas fotos do casal e os filhos:
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