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Santo do Dia

Beata Benigna Cardoso, heroína da castidade – 24 de Outubro

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Conhecida como “heroína da castidade”, por ter sido assassinada aos 13 anos defendendo sua virgindade, Benigna é a primeira beata cearense e a quarta mártir do Brasil.

Benigna Cardoso da Silva Nasceu em 15 de outubro de 1928, em Santana do Cariri (CE). Era muito religiosa e temente a Deus. A menina era assediada por um colega de escola, mas rejeitou as propostas dele. Mas, em uma tarde de sexta-feira, Raul Alves, sabendo que ela costumava buscar água perto de casa, escondeu-se atrás do mato e a abordou, tentando abusar dela. Como Benigna resistiu e dizia “não” com veemência, o rapaz a golpeou com um facão e a matou.

Na época do assassinato, padre Cristiano Coelho Rodrigues, que foi mentor espiritual da menina, escreveu a seguinte nota ao lado do seu registro de batismo: “Morreu martirizada, às 4 horas da tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha”.

O martírio de Benigna foi reconhecido pelo papa Francisco em outubro de 2019. Inicialmente sua beatificação havia sido marcada para 21 de outubro de 2020, mas foi adiada por causa das medidas impostas para o combate à pandemia de covid-19.

A HISTÓRIA DA MENINA BENIGNA | Cortes SantoFlow Podcast | Padre Tiago Henrique

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Biografia

Benigna nasceu no Sítio Oitis, no povoado de Inhumas, Santana do Cariri, a mais nova dos quatro filhos de Teresa Maria da Silva e José Cardoso da Silva. Os irmãos de Benigna chamavam-se Carmélia, Alderi e Cirineu. Benigna não conheceu seu pai, que morreu antes de ela nascer, e perdeu a mãe com apenas um ano de idade. Ela e irmãos foram então adotados pelas irmãs Rosa e Honorina Sisnando Leite, proprietárias do Sítio Oitis. Elas cuidaram para que Benigna frequentasse a escola e a Igreja.

Ao que consta, não existem registros fotográficos de Benigna. Segundo contemporâneos, ela tinha estatura mediana, era magra, de cabelos e olhos castanhos meio ondulados; tinha pele morena clara, rosto arredondado, queixo afinado e um leve estrabismo num dos olhos. Era aluna dedicada e fiel assídua às missas na Igreja Matriz de Santana. Além disso, ela também realizava tarefas domésticas, prestando auxílio a suas tutoras, que eram idosas e tinham problemas de saúde.

Aos doze anos, Benigna passou a ser abordada por Raimundo Alves Ribeiro, conhecido como “Raul”, um menino de mesma idade e residente na vizinhança do Sítio Oitis, que tinha intenções amorosas para com ela. Benigna, que não estava interessada em iniciar um relacionamento amoroso, o rejeitou. Ela procurou a orientação do pároco da cidade, padre Cristiano Coelho Rodrigues, sobre esta questão. Este a aconselhou a resistir firmemente e lhe presenteou com um livro ilustrado sobre histórias bíblicas.

Raul, porém, continuou insistindo, cada vez mais violento. Depois de várias tentativas sem sucesso, na tarde de 24 de outubro de 1941, ao saber que Benigna iria buscar água numa cacimba próxima de sua casa, ele decidiu esperá-la, escondido na vegetação. Ele então a surpreendeu e tentou agarrá-la à força. Benigna mostrou-se resistente. Tomado de fúria, Raul sacou de um facão que trazia consigo e a golpeou quatro vezes. O primeiro golpe cortou três dedos da mão direita da menina, que esboçou um gesto automático de defesa. O segundo atingiu a testa; o terceiro, os rins; e o quarto e fatal, no pescoço, que praticamente a degolou.

Ao tomar consciência de sua ação, Raul evadiu-se. O corpo foi encontrado por seu irmão Cirineu, que havia saído à sua procura. O cadáver foi então levado para ser periciado e sepultado na manhã do dia seguinte no Cemitério Público São Miguel. A polícia conduziu uma investigação que durou dias. Alguns suspeitos foram presos, inclusive Cirineu, irmão de Benigna, até que Raul fosse finalmente capturado. Ele foi levado para um abrigo de menores em Fortaleza e cumpriu pena. Cinquenta anos depois, ele retornou ao local do crime, que se tornara alvo de peregrinações, e expôs seu arrependimento.

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Heroína da Castidade

O assassinato de Benigna causou grande comoção na comunidade local devido tanto por suas motivações quanto por seus requintes de crueldade. O local onde ela foi morta e seu sepulcro logo tornaram-se alvo de visitações de piedosos, depois de devotos e peregrinos.

O pároco Pe. Cristiano Coelho Rodrigues, que fora mentor espiritual da jovem, foi grande incentivador da devoção a ela. Ao tempo do assassinato, ele escreveu a seguinte nota ao lado do registro de batismo de Benigna:Morreu martirizada, às 4 horas da tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha.

Ele pediu à família de Benigna que lhe desse o pote que ela carregava no momento do assassinato e guardou-o consigo. Em tempos de seca, costumava orar, rogando a Benigna para que ela intercedesse junto a Deus para que chovesse, fazendo o gesto de simbólico de colocar o pote sob uma biqueira.

No local de sua morte foi erigido um monumento com uma cruz, e na beira da estrada, nas proximidades do distrito de Inhumas, uma lápide, onde as pessoas pagavam suas promessas, acendiam velas e elevavam várias preces à jovem mártir.

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