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Festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão – 9 de Novembro

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São João de Latrão, Mãe e cabeça de todas as Igrejas

A Igreja celebra com esplendor a festa da Dedicação da Basílica de São João de Latrão. Todavia, ela possui o título honorífico de “Omnium urbis et orbis ecclesiarum mater et caput”. Ou seja “Mãe e cabeça de todas as igrejas da cidade [de Roma] e do mundo”. Ela é de fato a Catedral do Papa, ao contrário do que o comum das pessoas pensa. Contudo, a Basílica de São Pedro é apenas uma das quatro basílicas papais da Cidade Eterna.

Festa da Dedicação da Basílica do Latrão (Homilia Diária.1626)

   Assim, até o exílio dos Papas em Avignon, no século XIV, viviam eles no Palácio de Latrão, antiga propriedade da família Laterano, nome pelo qual ficou conhecido. O cônsul romano Pláucio Laterano, por suspeita de conspiração, foi morto pelo infame Nero que lhe confiscou os bens, dentre os quais esse edifício. Isso se deu na mesma época em que movia a perseguição aos cristãos. Não imaginava o tirano que, anos mais tarde, o Imperador Constantino doaria tudo aquilo à Igreja. O Papa São Silvestre dedicou-a no ano 324.

Nesta Basílica encontramos não só vestígios de variados estilos artísticos, graças às obras de embelezamento e ampliação realizadas ao longo dos séculos, mas também numerosas e valiosíssimas relíquias.

Dentre as principais encontramos:
A mesa onde Jesus celebrou a Santa Ceia;
Parte do tecido purpúreo com que os soldados revestiram o Divino Redentor na Paixão;
As cabeças de São Pedro e de São Paulo;
A taça na qual São João Evangelista, segundo uma antiga tradição, foi obrigado a tomar um veneno que, por milagre, não lhe fez mal.

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Nascida sob o signo da perseguição

 Para melhor compreendermos a importância desta data, lembremos de que a Santa Igreja Católica nasceu sob perseguição. Muitas destas perseguições eram tão violentas que obrigavam os primeiros cristãos a se refugiar nas catacumbas — os cemitérios cristãos — para praticar o culto.

Era costume na Roma Antiga escavar extensas galerias subterrâneas, verdadeiros labirintos, nas quais sepultavam os mortos. Transitar por elas era perigoso, pois quem o fizesse podia se perder com facilidade, sem ter como retornar.

No Coliseu e no Circo Máximo grande número de cristãos manifestaram sua adesão à Fé com a própria vida. Assim, incontáveis mártires foram mortos pelas feras em meio a terríveis tormentos.  

   A liberdade de culto concedida por Constantino com o Edito de Milão, em 313, por influência de sua mãe Santa Helena representaram para os fiéis indescritível alívio e alegria.

   Expressivo é o testemunho de Eusébio de Cesareia ao retratar a alegria do povo cristão com a chegada dessa nova era da História da Igreja:

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“Um dia esplendoroso e radiante, sem nuvem alguma que lhe fizesse sombra, ia iluminando com seus raios de luz celestial as igrejas de Cristo pelo universo inteiro, […] transbordávamos de indizível gozo, e para todos florescia uma alegria divina em todos os lugares que pouco antes se encontravam em ruínas pela impiedade dos tiranos, como se revivessem, depois de uma longa e mortífera devastação. E os templos surgiam de novo desde os fundamentos até uma altura imprevista, e recebiam uma beleza muito superior à dos que anteriormente haviam sido destruídos”

   Por isso a festa da Dedicação da Basílica do Latrão foi instituída em Roma, expandindo-se mais tarde. Hoje consideramos com júbilo esse templo grandioso, que até nossos dias impressiona por seu esplendor.

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