SANTO DO DIA – 08 DE OUTUBRO – SANTA PELÁGIA
Penitente (século IV)
São duas as santas com este nome — ou quatro, segundo o Martirológio romano. Mas trata-se de um desdobramento.
A primeira é uma jovem mártir de Antioquia, que se jogou da janela para evitar a perda da virgindade. São João Crisóstomo louva a sua coragem, dando origem a intermináveis discussões. O mesmo santo bispo narra as vicissitudes de uma célebre atriz, belíssima tanto quanto dissoluta que, depois da conversão, levou vida austera de penitência. Mas não diz seu nome. Assim, um autor desconhecido, que se nomeia Tiago, julgou bom dar-lhe o nome de Pelágia e escrever um longo relato sobre sua história.
Ao chegar a Antioquia junto com uma companhia de comediantes, a mulher provocou logo escândalo em razão de “costumes vulgares”, virando a cabeça de vários homens, até do irmão do imperador. Conseguiu distrair o próprio bispo Nono: o bom velho se pôs a olhá-la enquanto se dirigia em procissão para o sínodo.
Desta leviandade, o bispo extraiu um útil assunto para seu sermão: se uma mulher se embeleza desse modo para agradar a um simples mortal, como deveremos nós adornar nossa alma destinada às místicas núpcias com Deus? E com a oração e a boa palavra conseguiu realmente recolocar no redil aquela bela criatura.
Pelágia mudou de vida, recebeu o batismo e se retirou para viver como eremita em uma cela escavada junto ao monte das Oliveiras.
O pseudo-Tiago acrescenta que a mulher, para não ser objeto de desejos, travestiu-se de homem e viveu em penitência, purificando-se, assim, dos passados desregramentos.
Retirado do livro ‘Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente’, Paulinas Editora.
Pelágia, a Penitente
Pelágia, a Penitente (artisticamente conhecida como Margarida de Antioquia) foi uma cortesã e dançarina célebre que, no auge de sua beleza e soberania foi subitamente convertida por influência do bispo e santo Nono.
Um dia quando passava em frente a basílica de São Juliano onde o bispo Nano estava pregando, Pelágia encantou-se com as palavras dele. No dia seguinte quando Nono pregava na basílica sobre o Juízo Final, Pelágia apareceu pedindo para ele o batismo. À noite, segundo a tradição, o diabo apareceu para ela exortando que voltasse a sua vida mundana, no entanto, Pelágia manteve-se firme e com o sinal da cruz e orações fez o diabo desaparecer. Dias depois Pelágia deu a Nono toda sua fortuna e bens que entregou ao tesoureiro da igreja para ele usar com viúvas e órfãos.
Pelágia partiu de Antioquia rumo a Jerusalém, onde habitava em uma caverna perto do Monte das Oliveiras em penitência rigorosa. Trajando roupas masculinas ela era conhecida como “Pelágio, o monge sem barba”. Morreu cerca de três anos depois.
Santa Pelágia, Virgem e Mártir
O martirológio romano apresenta-nos quatro santas com este nome de Pelágia.
Esta, de hoje, era uma jovem de quinze anos, que, no princípio da perseguição do imperador Diocleciano, em 302, acusada de cristã, viu, um dia, os soldados do perseguidor varejarem-lhe a casa, dando-lhe voz de prisão.
Pelágia recebeu-os bem e, quando se propuseram levá-la, pediu-lhes permissão para que fosse trocar de roupa, Dado o consentimento, pelo chefe da escolta, Pelágia dirigiu-se ao quarto: desejosa de escapar dos ultrajes que a esperavam, infalíveis, e a temer pela virgindade, que votara a Deus, não titubeou – ganhou o mais alto da casa em que vivia, em Antioquia e de lá se atirou ao chão, falecendo quase que instantaneamente.
Santo Ambrósio de Milão, no seu tratado Das virgens, apresenta-nos esta Santa Pelágia como irmã dos mártires Bernicéia e Prosdocéia. Santa Pelágia se ligou àquelas santas porque Bernicéia e Prosdocéia também se tiraram a vida para escapar do horror, Presas, iam sendo levadas ao cárcere. Em dado momento, a meio caminho, quando chegaram perto dum rio, solicitaram licença aos soldados para afastar-se um pouco, o que lhes foi concedido. Destarte, sem que pudesse ser impedidas, atiraram-se, de comum acordo, à correnteza.
Pergunta-se: cometeram o suicídio? Sem sombra de dúvida. Todavia, foram honradas com um culto público, porque aquele tirar-se a vida foi considerado como um ato de obediência a Deus. Muitas santas virgens assim agiram, como vimos e veremos no transcorrer dos dias e dos meses.
Digna de Aquiléia, depois de Átila sujeitara a cidade, coubera a um capitão, como despojo, e ficaram alojados numa torre, altíssima torre, que se erguia à beira do rio Batizon. Disse a jovem ao capitão:
– Se me queres lograr, segue-me.
E, assim dizendo, do mais alto da torre, atirou-se ao rio, onde se afogou. “Salvou com a morte a sua castidade”.
(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVII, p. 421 à 423)