Se Santa Catarina de Sena conseguiu, com a graça de Deus, parar de cometer este pecado, também nós somos capazes de combatê-lo.
Santa Catarina foi certa vez confrontada por Deus a respeito de um “pecado oculto” que ela tinha, o de julgar as pessoas. Ela costumava pensar que tinha um dom para ler a natureza humana e notar as falhas alheias, especialmente as dos sacerdotes. Mas, um dia, Deus lhe mostrou que as intuições que ela estava a receber sobre as fraquezas dos outros não vinham de Deus, mas do diabo.
O diabo nos permite ver as faltas uns dos outros a fim de que, ao invés de ajudar, nós comecemos a julgar as almas alheias e condená-las. Santa Catarina admitiu isso ao Senhor, dizendo-lhe:
“Vós me destes remédio contra uma doença escondida que eu não havia reconhecido, ensinando-me que não posso jamais sair em julgamento de qualquer pessoa. Pois eu, cega e debilitada como me encontrava por essa doença, frequentemente julgava os outros sob o pretexto de estar trabalhando para vossa glória e a salvação alheia.”
É por isso que Santa Catarina aprendeu que, quando notamos as faltas de uma pessoa, devemos dizer a nós mesmos:
Quando notamos as faltas de uma pessoa, devemos dizer a nós mesmos: “Hoje é a vez dela, amanhã será a minha, a menos que me sustente a graça divina.”
Santa Catarina de Sena
O hábito de julgar os outros, no entanto, pode ser um sinal de que não conhecemos realmente a nós mesmos ou ao Deus que nos ama. Como ensinou São Bernardo de Claraval:
Se tens olhos para as deficiências de teu próximo e não para as tuas próprias, nenhum sentimento de misericórdia surgirá dentro de ti, mas antes indignação. Estarás mais pronto a julgar do que a ajudar, mais pronto a esmagar com espírito de raiva do que a instruir com espírito de ternura.
O mesmo doutor da Igreja explica ainda como só um homem realmente humilde pode ter compaixão pelas fraquezas de seus irmãos:
A pessoa sadia não sente as dores de quem está doente, tampouco o bem alimentado a angústia de quem está faminto. São os companheiros no sofrimento que prontamente sentem compaixão pelos doentes e pelos famintos. Tu nunca terás misericórdia de verdade pelos defeitos do outro, até que descubras e percebas que tens os mesmos defeitos em tua alma.
Via: Equipe Christo Nihil Praeponere